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O melhor Pai do Mundo

Ser Pai é uma experiência que merece ser partilhada. Este espaço é dedicado a todos os Pais que receberam dos seus filhos o título de "O melhor Pai do Mundo".

Pai, vou de férias com os Avós

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Durante a semana passada, o meu filho mais velho esteve de férias com os Avós. Foram apenas uns dias, mas foram as primeiras férias que passou sem os Pais. Ele estava super excitado em poder ir com os Avós, estavam asseguradas brincadeiras sem fim, geladinhos e todas as vontades satisfeitas ao menino.
 

Eu e a Mãe ficamos surpreendidos quando ele disse que queria ir. Como é normal os nossos filhos estão bem agarrados a nós. Não temos problema nenhum em assumi-lo. Amamos ser Pais e os nossos filhos são tudo para nós. Claro que a família mais chegada, nomeadamente os Avós, fazem parte do dia-a-dia, mas Pais são Pais.

 
Foi com alguma estranheza e nostalgia que o ajudamos a fazer a mala. Repetimos vezes sem conta as recomendações, até ao ponto de "Pai e Mãe já repetiram muitas vezes, estejam tranquilos".
 
"Confiamos muito nos Avós e temos a certeza que o menino vai adorar", dissemos um para o outro no momento em que fechamos a mala. Lá foi ele, todo satisfeito. Despediu-se com um abraço apertado ao Pai, um beijo prolongado à Mãe e ao chegar-se perto da irmã sussurrou-lhe alguma coisa, mas nem sequer sabemos o quê, talvez um "Cuida bem dos Pais enquanto eu vou estar fora" ou "Vou ter muitas saudades tuas"... não sabemos.
 
Passou o primeiro dia e chegamos à noite a casa. Havia ali algo que faltava. Depressa recebemos uma video chamada pelo Whatsapp. E lá está o rapazola, todo feliz da vida, já a comer o tal geladinho que a Avó lhe tinha prometido. Não se passa nada com ele, do nosso lado há um aperto pequenino no coração. Eu sei, só passou um dia! Não consigo controlar.
 
A rotina era mais ou menos a mesma. Falávamos de manhã ao acordar, só mesmo para matar saudades do mau humor matinal. Depois durante o dia trocávamos mensagens pelo telemóvel do Avô e à noite falávamos por vídeo chamada. Por várias vezes me senti tentado a ligar, mas segurei a vontade e esperei. Partilhava esta vontade com a Mãe que me respondia que estava a sentir o mesmo. Os Pais sofrem, mas muito tranquilos e descansados pois os Avós são um espetáculo.
 
Os dias passaram e as saudades começaram a apertar cada vez mais…as nossas, claro, porque o miúdo estava nas suas “quintas”. Brincava de manhã à noite, sobretudo com o Avô que entrava nos jogos de futebol na praia com os miúdos. Para mim não é novidade esta disponibilidade do Avô, afinal comigo era a mesma coisa quando eu era mais pequeno. Acredito até que chegasse à noite bem cansado, mas de coração cheio por ter passado estes momentos com o neto. Do lado da Avó o miminho era diferente. A criança escolhia o que queria para o almoço (aposto que comeram arroz de ervilhas 3 ou 4 dias seguidos), tinha o tal gelado prometido e contava com a Avó para uns jogos de Monopólio e Uno. Sem dúvida que os Avós divertiram-se à grande.
 
Chegou o dia de regressar a casa. Ligou-nos umas 4 ou 5 vezes durante a viagem para nos dizer onde vinha. Notava-se que estava ansioso por chegar a casa. Foi provavelmente o primeiro momento em que sentimos que as saudades eram muitas. Finalmente chega, toca à campainha “Vem aí o irmão!”. A mais pequena parece que tinha pilhas novas tal era a excitação. Entra de rompante pela porta de casa e… vai direitinho abraçar a irmã. Nem Pai, nem Mãe, a irmã foi a privilegiada em receber aquele abraço de bem-vindo. Segui-se a Mãe com a continuação do beijo prolongado que tinha sido interrompido na ida e finalmente o Pai, que foi presenteado com um “Pai, jogaste muita Playstation enquanto eu estive fora?”.
 
Foram uns dias de uma experiência nova para todos e de certeza que a vamos repetir. Queremos os filhos sempre ali ao nosso lado, mas temos de admitir que logo após o seu nascimento eles pertencem ao Mundo e nós Pais temos de saber partilhá-los, mesmo que seja muito complicado.
 
O Pai