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O momento mais marcante de uma gravidez é sem dúvida o parto, a hora H onde os Pais vão finalmente conhecer o seu rebento que tanto carinho deram durante 9 meses. Mesmo antes de ser Pai, sempre achei muito estranho o facto de os homens serem colocados de parte do processo. A frase “Agora tem de ficar aqui e aguardar” é, provavelmente, a última coisa que os Pais querem ouvir.
Entendo que por procedimentos médicos, não devem permanecer em zonas de trabalho, pessoas que não irão contribuir ativamente para o parto. Entendo, mas não quer dizer que concorde.
O Pai tem de fazer parte do processo. Se acompanhou a Mãe durante os 9 meses, se viveu as angústias, as dúvidas, os sustos, as alegrias e todas as emoções que uma gravidez nos proporciona, simplesmente não entendo porque tenha de ficar de fora do momento em que o seu filho ou filha nascem.
O meu filho nasceu de cesariana. A médica que nos acompanhou disse que ele iria nascer com índices de um bebé de 1 mês, por isso o melhor era evitar fazer sofrer a Mãe e claro a criança.
Por muito preparados que os Pais estejam, é impossível ficar indiferente ao momento. Há nervosismo, há dúvidas, há ansiedade na expectativa que corra tudo bem. Por isso, nunca me passou pela cabeça deixar a Mãe sozinha. O meu filho nasceu numa casa de saúde privada. Não foi uma escolha só nossa, deixamo-nos orientar pela médica que nos acompanhou, depositámos grande confiança nela e depois de conhecermos bem onde iria decorrer o parto, concordámos com a sua sugestão.
Mas e o Pai, pode assistir? Ouvimos dizer que não…
Eu nem queria fazer a pergunta, tínhamos lido sobre o assunto e mesmo no curso de preparação para o parto, os Pais eram preparados para terem de abandonar as Mães a qualquer momento. Eu revoltava-me sempre e abria a discussão. Claro que tinha todos os Pais e Mães a meu favor, mas as orientações vinham de “cima”.
A médica explicou-nos muito bem todos os procedimentos, todos os passos que teríamos de percorrer e disse-nos que criaria as condições ideais para que o Pai pudesse estar ao lado da Mãe. Se tudo corresse como previsto o Pai estaria ali, de mão dada com a Mãe, a viver o momento mais esperado das suas vidas.
Felizmente tudo correu como previsto e eu assisti ao nascimento do meu filho. Lembro-me perfeitamente da agitação segundos antes de ouvir pela primeira vez a vida do meu filho e da médica me dizer “Então Pai? Já que fez tanta questão em estar aqui, vá lá atrás das enfermeiras para pegar nele”. Beijei a Mãe e fui atrás do meu Mundo.
Última nota, muito relevante para este assunto, o artigo do
Observador que recorda força de duas mulheres que ajudaram a mudar a Lei que, de uma forma estúpida (não me lembro de outro adjetivo) colocava os Pais fora de um dos momentos mais marcantes das suas vidas. Obrigado Sónia e Mónica, os Pais devem-te esta!
O Pai