Pai, tu não podes errar
Vivemos um tempo de intolerância ao erro. Não toleramos os erros dos filhos e reagimos com vigor para que não se repitam. Não toleramos os erros de quem nos rodeia, cobramos para que façam melhor. Não toleramos os nossos erros como Pais e sofremos a pressão de não estarmos a cumprir o nosso papel como deve ser.
O problema maior e a grande diferença é que para a maioria dos erros que vivemos temos uma certa desculpa, um desconto, um argumento que iliba quem o cometeu. E como Pais quem nos desculpa? Ninguém. A sociedade recrimina o Pai que errou ao deixar o seu filho fazer uma asneira em público. Os nossos filhos estão na primeira fila para nos cobrarem o melhor de nós. E nós Pais, como se não bastasse, fazemo-nos sentir 100 vezes pior.
Ora bem, errar é humano. É uma máxima falível porque foi de certeza dita a primeira vez por alguém que não gostava de errar, mas para arranjar a tal desculpa, justificou com a nossa imperfeição humana. Um erro é um erro e tudo depende das consequências do mesmo.
Eu detesto errar, mas deixei há muito tempo de contribuir para a missa da perfeição. Erro muito e isso ajuda-me a melhorar, mas se o erro tiver efeitos colaterais, já me deixa nervoso por ter falhado.
Como Pais somos obrigados a tomar decisões rápidas, algumas por instinto mesmo, ou seja, mais suscetíveis ao erro. O efeito colateral é que os nossos filhos podem sofrer com os nossos erros e isso é a última coisa que queremos, certo?
E a nossa reação ao erro é a que queremos que os nossos filhos tenham? Ou vamos dizer-lhes para lidarem bem com o erro e quando acontece connosco o nosso monstrinho interior aparece? Pois é, os nossos filhos são esponjas dos nossos comportamentos e não vale a pena esconder, eles vão perceber.
Então qual é a melhor forma de viver com o erro? É encará-lo e fazermos o que dizemos às crianças, "Na próxima vez vamos fazer diferente e melhor". Eu sigo a máxima que não devemos deixar de fazer as coisas com medo de errar, porque isso é... um erro. É isto que eu quero que os meus filhos façam.
O Pai