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O melhor Pai do Mundo

Ser Pai é uma experiência que merece ser partilhada. Este espaço é dedicado a todos os Pais que receberam dos seus filhos o título de "O melhor Pai do Mundo".

Pai, também quero ir ao concerto dos U2

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Nos meus tempos de infância lembro-me dos meus Pais terem uma aparelhagem com discos de vinil e aos domingos de manhã havia sempre música lá em casa. O domingo era o dia em que a família estava reunida. O meu Pai trabalhava por turnos e durante a semana tinha horários desencontrados com a minha Mãe, por isso era raro estarmos todos juntos.

 
Lembro-me da minha Mãe cantarolar as baladas românticas e o meu Pai ouvir vezes sem conta os Dire Straits e eu gastava o vinil todo da banda sonora do D’artacão.
 
A música começou a ser uma influência para mim bem tarde na adolescência. Mesmo tendo crescido a ouvir música, nunca despertei um interesse especial. Isto até ao dia, no longínquo ano de 1996, um amigo meu tinha um CD no seu walkman. Estávamos numa aula bem chata e ele dividiu comigo os “phones”. A aula era de 50 minutos e deu perfeitamente para ouvir o CD todo.
 

Acabou a aula, o meu amigo guardou o CD na caixa e aí fiquei a saber o que tinha estado a ouvir. A banda chamava-se U2 e o álbum era o “Achtung Baby”. Pedi-lhe o CD emprestado e levei-o para casa. Mal cheguei ao meu quarto, coloquei o CD na minha aparelhagem e voltei a ouvir… mais umas 3 vezes.

 
Quem olha à distancia para os U2 tem alguma dificuldade em perceber como é que esta banda, que atravessa várias gerações, tem fãs tão dedicados. Não sei bem explicar, mas sou daqueles fãs que diz “U2 is my religion”.
 

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Claro que lá em casa há U2 espalhado por cada canto. Um cantinho do meu quarto tem os mais de 100 CD e DVD que tenho da banda. O meu filho já questionou porque é que eu tenho tanta coisa dos U2. Nem eu sei! A Mãe uma vez disse que iria mandar tudo para a garagem. Ficamos sem falar uma semana. :)
 
No domigo dia 16 de setembro vou estar no Altice Arena para o meu quarto concerto dos U2. Todos ocorreram em anos marcantes da minha vida: o primeiro em 1997 na Pop Mart Tour, no antigo estádio de Alvalade, foi o ano em que entrei para a faculdade. No concerto ainda não sabia se tinha entrado e foi lá que fiz as minhas preces. Resultou. O segundo concerto em 2005, já no novo estádio de Alvalade, na Vertigo Tour, pedi a minha namorada em casamento ao som da música “One”. Casamos três anos depois. Cliché, eu sei, mas foi espontâneo. O terceiro em 2010 em Coimbra, no ano em que o meu filho nasceu foi talvez a primeira noite em que ele ficou longe dos Pais…por umas horas.
 
Agora, em 2018, o ano em que vou ser Pai novamente, vou ali estar na plateia a cantar cada verso das músicas que me acompanham há mais de 20 anos e que atravessar a minha vida. Gostava muito de ter a família ali ao lado, seria o cenário perfeito, mas a barriga da Mãe já não permite estas aventuras. Provavelmente vou transmitir-lhe o concerto por telefone.
 
Ok, já perceberam que tenho uma paixão enorme por esta banda. Agora imaginem o que eu sinto quando vou no carro com a família e na rádio passa uma música dos U2. Eu, claro, ponho o volume um pouco mais alto e, no banco de trás vai uma vozinha singela a cantarolar a música. Acreditem que o meu coração começa a bater muito mais depressa.
 
O Pai