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Nas minhas leituras encontrei um artigo que debatia os vários tipos homens antes e depois de serem Pais. Dos homens que são namorados fantásticos e que adoram crianças, mas que quando são Pais as coisas mudam de figura. Como as influências paternais moldam o Pai, ou como a forma como os homens encaram a vida sem filhos e fazem a transição (muitas vezes difícil) para uma vida com filhos. É um debate muito interessante e onde podemos olhar para o outro lado, o das mulheres antes e depois de serem Mães.
Será que alguma vez eu pensei, nos meus tempos de jovem adulto, como é que eu queria que a Mãe dos meus filhos fosse? Não, pelo menos de forma consciente. Se quando me interessava por uma mulher olhava para o seu lado maternal? Não era a primeira coisa que olhava, seguramente.
Há quem diga que, tendencialmente, os homens idealizam a Mãe dos seus filhos como alguém semelhante à sua própria Mãe. É a referência mais natural.
Quando conheci a Mãe do meu filho não avaliei o seu espírito maternal, mas reconheci os seus valores como pessoa, a sua filosofia de vida e a medida do seu amor. Os nossos caminhos cruzaram-se por um acaso, como em tantas outras histórias de amor. Crescemos juntos e começamos a construir aquilo que queríamos para a nossa vida em conjunto. A certa altura quisemos ser Pais, uma matéria com muitas dúvidas e incertezas.
Durante os nove meses de gravidez a Mãe é o centro das atenções, ultraprotegida por todos, mimada e tratada como uma princesa. Tudo mais do que merecido.
Mas é quando a criança nos cai nos braços que a verdadeira Mãe e o verdadeiro Pai se revelam. Esse sim é o desafio da nossa vida, que nos coloca à prova todos os dias, que estica toda a tolerância do casal e que, muitas vezes, rompe a ligação cor-de-rosa que até aí existia. Por isso é que sublinho, ser Pai e Mãe é realmente o maior desafio da nossa vida.
Voltando à minha referência de Mãe. A minha Mãe é a Mãe mais galinha que conheço. A verdadeira leoa selvagem que protege as suas crias, colocando-se à frente do mais perigoso dos predadores. É também a pessoa mais justa que conheço, com uma disponibilidade para amar fora do comum. Será que eu procurei uma mulher que fosse assim para Mãe dos meus filhos? Não propriamente, mas a influência da minha Mãe ajuda-me a ser Pai, a ser galinha o quanto baste (até de mais às vezes), a ser justo e a amar incondicionalmente.
A Mãe do meu filho é diferente. Mantém o espírito selvagem de proteção, mas dá mais espaço à cria para que descubra o Mundo que o rodeia. Assume o risco quando o Pai galinha entra na fase mais insegura. Chega-se à frente quando se precisa de impor porque o Pai (coração mole) deixa-se levar pela astucia do filho. É uma mulher de família, junta todos à sua volta, assumindo a liderança do “reino" quando é preciso.
A jovem que conheci transformou-se, fez-se mulher. Agarrou a missão da maternidade com todas as forças que a natureza lhe deu.
Sempre a transbordar carinho, sentido de humor, charme e muito amor. Tornou-se uma mulher completa e uma super Mãe, com os seus defeitos e com as suas virtudes. Completa-me como Pai, guia-me para ser melhor todos os dias, corrige o caminho quando começo a sonhar alto demais e, apenas com o olhar, lembra-me que a nossa melhor e mais bela obra está ali bem à nossa frente, o amor transformado em pessoa.
Se há uns 20 anos eu imaginava que a Mãe do meu filho pudesse ser assim? Como referi, não tinha ideia formada, mas, hoje, gosto desta perspetiva da realidade, da que vivo todos os dias, da oportunidade de partilharmos a vida, de sonharmos em conjunto e lutarmos por tudo o que queremos, como uma equipa, como uma família.
"Pai, quem é a mulher da tua vida?"... é a mulher a quem tu chamas Mãe.
O Pai