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O melhor Pai do Mundo

Ser Pai é uma experiência que merece ser partilhada. Este espaço é dedicado a todos os Pais que receberam dos seus filhos o título de "O melhor Pai do Mundo".

Pai, pede a senha do wifi

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De certeza que já ouviram estas frases umas dezenas de vezes:
"A tecnologia faz parte dos nossos dias."
"As crianças de hoje, nascem ensinadas e percebem tudo sobre tecnologia."
"O meu filho ensina-me a usar o telemóvel."

A tecnologia banalizou-se e só fica admirado quem tem um ponto de comparação. As pessoas nascidas nas décadas de 70 e 80 (que é o meu caso), viveram grande parte da sua adolescência sem internet, sem telemóveis e sem computadores.

Não sou daqueles Pais que, de uma forma nostálgica, fica a pensar que as crianças de hoje estão muito isoladas, já não brincam na rua e gostam mais de um jogo no tablet (até já escrevi sobre isto em "Pai, posso usar o tablet enquanto jantamos?") do que brincar com bonecas ou carrinhos. Mas isto são os sinais dos tempos, a geração dos anos 70 e 80 também é muito diferente das anteriores. Há sempre uma evolução.

Como Pai, o que me preocupa é sentir que haja alguma dependência. É sentir que há um nervoso miudinho no ar quando falta o tablet ou o telemóvel, por exemplo, quando vamos a um restaurante. Quando ouço "Pai, pede a senha do wifi" já sei o que se vai passar a seguir, olhos no aparelho e "não há menino".O outro lado da moeda tem que ver com a motivação. De facto um jogo no tablet ou na consola é muito mais interessante que o tradicional jogo da glória no tabuleiro. Por acaso, lá em casa, temos no tablet uma pasta com jogos chamada "Jogos para Todos". É frequente reunirmo-nos à volta do tablet para jogar, por exemplo, o "Perguntados" ou abrir a aplicação "Happy Studio" e ajudar as caixas do Happy Meal da Mcdonalds a passar de um lado para o outro com a ajuda de trampolins, ventoinhas e balões. Claro, que anda lá um (ou dois) joguito(s) de futebol. A Mãe não se importa...

É claro que há alturas em que não nos apetece jogar ou existem outras coisas mais importantes para fazer. Aí, a regra é deixar jogar sozinho uns 30 min. no máximo e nem pensar jogar perto da hora de ir dormir, já que os deixa completamente elétricos e sem sono.

À parte dos jogos, temos a tecnologia associada à educação. Há cada vez mais oferta de recursos educativos digitais complementares aos manuais escolares, por exemplo. Só consigo ver benefícios com esta parceria entre o papel e o digital. Até para os professores deve ser mais fácil motivar um aluno a acompanhar uma animação multimédia sobre o ciclo da água, do que fazer desenhos e apelar à imaginação para entender as matérias. O que espero é que as Escolas acompanhem esta evolução sob o risco de verem aumentar o fosso tecnológico entre a realidade da Escola e o cenário que cada aluno tem em casa e até na própria mão no seu smartphone. Novamente em causa a questão da motivação.

Não podemos negar o inevitável, a tecnologia faz parte da nossa vida, mas não nos deve dominar. Há que dosear, estabelecer regras e deixar que nos ajude. Temos de pôr a tecnologia a trabalhar para nós e acreditar que as nossas crianças são privilegiadas porque nasceram num Mundo mais evoluído, no que diz respeito à tecnologia, pelo menos.

O Pai

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