Pai, o ano de 2020 não é para esquecer
Último dia de um dos anos mais marcantes da humanidade e que não foi apenas objeto da disciplina de história ou de um documentário qualquer. Nós vivemos este ano, cada dia, cada hora, cada segundo. Como é que um ano assim poderá ser para esquecer?
A 31 de dezembro de 2019 nenhum dos desejos incluía tamanhos desafios que nos deparamos neste ano. Pedimos saúde, sorte e quem sabe uns euros a mais na carteira, umas férias e outros desejos banais que acabamos quase por esquecer no dia 1 ou 2 do novo ano.
Num ano em que vivemos entre a nossa casa e o trabalho, ligados à tecnologia para estarmos mais próximos. Num ano em que andamos de cara tapada para nos protegermos e que nos tirou a expressão de que tanto no diz. Alguém pensou nisto quando ouviu as badaladas?
Nos tais livros de história vai constar um antes e um depois. O Mundo que se virou de pernas para o ar e em que muitos humanos viraram heróis. Médicos, enfermeiros, vizinhos e nós Pais. Sim, eu como Pai também me considero um herói, mas não daqueles que resolve tudo sozinho, um herói daqueles filmes em que se juntam todos contra um maléfico vilão. E os Pais merecem esta distinção de herói? Mas fizeram algo pela humanidade?
Fizeram mais do que se pensa. Se o nosso coração de Pais vive nas mãos, estes tempos ele esteve constantemente a saltitar. Recordam-se quando nos fechamos em casa e fomos professores, enfermeiros, educadores de infância, advogados, médicos...e Pais? Ou quando os nossos filhos regressaram à Escola e queríamos que fossem envolvidos em celofane ou numa redoma de vidro para não tocarem em nada. Como é que estava o coração? Saltitante. E para quem foi Pai e Mãe neste ano, a angústia de viver na dúvida, a distância que aconteceu nos próprios nascimentos. Só mesmo heróis conseguiram superar.
A montanha russa deste ano ensinou-nos a viver mais o momento, muitas das vezes até nos ensinou a desfrutar desses momentos, ensinou-nos a parar e a refletir sobre a velocidade como tudo se passa. Obrigou-nos a olhar para os nossos filhos com menos pressa, a preservar um lugar para cada um deles e ainda a explicar-se tudo o que os rodeia, mesmo que entendêssemos pouco ou não encontrássemos explicações lógicas.
2020 fica para a história do Mundo, fica gravado nas nossas memórias por muitos motivos e para os Pais será recordado como, muito provavelmente, o ano mais exigente...
E agora chega 2021...
Com esperança? Sim.
Com pensamento positivo? Sim.
Preparado para mais desafios? Julgo que dificilmente vamos formular desejos tão banais como até aqui, por isso a resposta é sim, mas um dia de cada vez.
O Pai