Pai, nós vamos vencer esta "guerra"
AVISO: Nesta história não vão encontrar conselhos médicos ou técnicas milagrosas para combatermos esta pandemia. É apenas o meu relato, o de um Pai a explicar aos filhos o tempo em que vivemos.
Estamos em casa e que sorte temos de poder ficar em casa a tratar de nós. Lá fora está uma acalmia surda e muda. Abrimos a janela e o silêncio mete medo. As pessoas que vemos passar na rua estão tristes, olham para o chão e aceleram o passo porque querem chegar a casa. "Estamos em guerra" dizia ontem António Guterres, secretário geral das Nações Unidas. União é mesmo o que faz mais sentido hoje e nos próximos dias, sem saber quantos é que temos pela frente neste ambiente assustador.
As notícias entram pela nossa casa quase sem queremos. Estamos ligados ao Mundo, mas aos nossos filhos só chega aquilo que nós Pais queremos.
"O que é esta guerra, Pai?"
Filhos, o Pai e a Mãe nunca viveram uma guerra, já passaram por desafios complicados, mas este assusta porque não conhecemos o inimigo. Sabemos que nas guerras há sempre um lado bom e um lado mau, quem pense de forma diferente e por isso tente impor os seus ideais. Neste caso, as pessoas estão do lado bom. Sim, nós somos o lado que pode acabar com a guerra.
"Pai, se é uma guerra quem são os soldados?"
Os soldados são todas as pessoas que estão na frente desta batalha. São aqueles que deixaram a sua família próxima para combater este vírus que teima em espalhar-se. São médicos, são enfermeiros, são pessoas que trabalham nos hospitais, nas farmácias, nos supermercados, os cientistas que procuram uma vacina, os senhores do lixo, os polícias... São todos aqueles que por um lado lutam contra o inimigo e os que nos apoiam para que consigamos viver a nossa vida. Eles são tão bravos que nos dão o exemplo e nos mostram que cada um de nós tem um papel importante, que só mesmo nós próprios nos podemos salvar. Meus filhos, muitos destes soldados também queriam estar em casa como nós, mas não podem porque têm de nos proteger, por isso eles são tão importante e lhe temos de agradecer.
"Mas Pai, nós podemos ficar doentes e morrer?"
Sim podemos, mas todas as doenças são mesmo assim. Agora, esta é diferente porque não a conhecemos bem. A nossa proteção faz-se isolando-nos em casa para evitar estarmos em contacto com outras pessoas e assim evitarmos contagiar ou sermos contagiados.
"Os meus avós são quem mais corre perigo?"
É verdade, são os vossos avós e todas as pessoas que já tenham problemas respiratórios. Vamos ficar longe deles por uns tempos, mas vamos continuar a vê-los nas chamadas pelo whatsapp. Eles ficam mais descansados por saberem que estamos bem e com a nossa ajuda vão perceber melhor como se podem proteger. Eles são as nossas riquezas que não queremos que esta "guerra" nos roube.
"Pai, quando é que isto vai passar?"
Não sei. Normalmente os Pais têm resposta para tudo, mas aqui infelizmente não temos. Não vos vou enganar e dizer que passa rápido, nem tão pouco dizer que isto não é grave. Agora, o Pai e a Mãe acreditam que vai passar e que voltaremos à nossa vida normal, mas até esse dia chegar vamos ter de continuar a conquistar batalhas, porque no final vamos de certeza ganhar esta "guerra".
Pais, vamos encarar esta pandemia como encaramos o dia-a-dia com os nossos filhos, com o máximo de responsabilidade e acima de tudo com atitude positiva. Somos super-heróis, não se esqueçam.
O Pai