Pai, não deixes de ser criança
Quando somos crianças, ali a entrar na adolescência, sonhamos em ser adultos, em ter uma “liberdade” dos Pais para fazermos o que quisermos. Chegamos a adultos e o mundo que nos aparece à frente é bem diferente dos olhos com que o vimos em criança.
Se no mundo dos adultos subsistissem alguns dos sentimentos que nos acompanham em crianças, aposto que viveríamos num mundo melhor… muito melhor, tenho a certeza.
Uma das coisas que mais gosto de fazer é interagir com as crianças, de várias idade em vários contextos. Gosto de conversar com os amigos do meu filho, perguntar-lhes se têm jogado Fifa na Playstation ou se têm cromos para trocar. Acho incrível quando me chamam pelo nome e me fazem sentir do grupo.
Crescer tira-nos aquela inocência que nos torna pessoas mais puras. Continuar a ser criança dava-nos a possibilidade de continuarmos a ver o mundo sem falsas interpretações, ironias ou preconceitos. Teríamos a possibilidades de continuar a ser transparentes, não termos de encarar hipocrisia. Se olharmos para o mundo como uma criança, veríamos mais igualdade, mais frontalidade, menos filtro.
Num acto puramente reflexo, baixo-me à altura de uma criança para falar com ela. Coloco-me ao seu nível para falarmos olhos nos olhos. É quase um paradoxo o facto de as crianças olharem para os adultos de baixo para cima, quando são elas os seres superiores, são elas que nos ensinam a dar ainda mais valor à vida.
Se eu me importaria de me manter criança? Não, sem dúvida. Teria muito mais a ganhar em todos os aspetos, mas sobretudo em um. Acredito que se me mantivesse criança, entenderia muito melhor a forma como o meu filho vê o mundo, poderia acompanhá-lo par a par e guardava muito mais do meu tempo para…brincar. Sim brincar, talvez aquilo que falte a tantos e tantos adultos que conhecemos.
Feliz dia para todas as crianças…as que as realmente são e as que gostariam, como eu, de continuar a sê-lo.
O Pai