Pai, já sei escrever Mãe e Pai
Pai: Como correu a escola, hoje?
Filho: Bem.Pai: O que fizeste?
Filho: Coisas normais.
Quantas vezes já teve uma conversa deste género em que os nossos nervos como Pais são testados ao limite? Não sei como é desse lado, mas aqui em casa estas conversas sobre a Escola são muito telegráficas, a exceção surge quando não são os Pais a perguntar.
Há tanta coisa que nós queremos saber, mas só conseguimos "arrancar" pequenas coisas. Claro que acompanhamos de perto os TPC, os cadernos e sempre que possível pedimos feedback à professora, mas a boca daquele rapazinho é um túmulo.
Mas esperem! Um dia destes disse-nos que tinha uma novidade para nos contar e que ia fazê-lo ao jantar. Ok, ficamos em pulgas e pensar em mil e uma coisas possíveis: portou-se mal e levou um raspanete da professora, não gostou do almoço e fez birra ou trocou alguns cromos com os amigos...os nossos processadores estavam a bater no vermelho.
Foi assim: "Quero mostrar-vos que já sei escrever Mãe e Pai". Ficamos em silêncio uns segundos a olhar um para o outro. Uau! Respondemos "Claro que queremos ver". O pequeno pegou num papel, pediu uma caneta e de forma decidida fez isto:
Aquele momento respondeu a quase todas as perguntas que normalmente ficam por responder. Deu-nos a certeza que há ali felicidade em aprender, orgulho nosso e dele por gostar da escola, espírito crítico por demonstrar que mesmo tendo conseguido fazer bem, quer fazer melhor.
Quando menos esperamos surgem estes doces, estas doses de oxigénio que nos permitem libertar um bocadinho o coração apertado por não sabermos em tempo real como estão as coisas.
O Pai