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O melhor Pai do Mundo

Ser Pai é uma experiência que merece ser partilhada. Este espaço é dedicado a todos os Pais que receberam dos seus filhos o título de "O melhor Pai do Mundo".

Pai, fiquei de castigo porque fiz asneiras

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Que fique claro logo na primeira frase: eu quero que o meu filho faça asneiras. Há regras para tudo e explicá-las todas às crianças é uma tarefa sem fim. Como Pai defendo que devemos explicar às nossas crianças as bases de um comportamento social aceitável e as bases da boa educação, do respeito pelos outros e pelo o que nos rodeia. Tudo o resto, a criança tem de descobrir por si própria.


Vai portar-se mal? Vai.
Vai irritar-se? Vai.
Vai fazer barulho? Vai.
Vai bater num colega? Vai.
Vai fazer birra ao almoço? Vai....

Proteger as crianças da frustração, das chamadas de atenção, do castigo na escola ou em casa, é fazê-los viver numa espécie de redoma. As crianças também precisam de errar para aprender e quanto mais cedo melhor.

Há dias recebemos um email da professora a dar nota de um mau comportamento. O email serve para estarmos a par da situação e para contribuirmos para que seja evitado no futuro. Claro que nenhum Pai ou Mãe gosta de receber uma mensagem a dizer que o seu filho se portou mal na escola. É um ponto negativo, é muitas vezes entendido como uma falha dos Pais na educação do seu filho. O nosso papel como Pais foi posto em causa. Fomos julgados e considerados culpados.

Calma, calma. Lembrem-se do que escrevi logo na primeira frase: eu quero que o meu filho faça asneiras. Isto é assumido por mim Pai e pela Mãe. Queremos que ele bata na parede e reflita no que fez. Que sinta que o que fez não é bem aceite e que terá de corrigir. A vida adulta não é para santinhos, ou melhor, este Mundo não é para ingénuos, inocentes e pessoas moles. O Mundo é muito crú e não perdoa os mais fracos.

A personalidade dos seres humanos forma-se a cada dia que passa. São as experiências positivas e também as negativas que ajudam as pessoas a evoluírem. Oprimir comportamentos, avisar dos perigos antes que eles aconteçam, dizer o final do "filme" antes de o ver, contribuem para a tal redoma em que somos tentados a envolver os nossos filhos.

Repito, o Mundo real é crú. Deixem as crianças fazerem asneiras, mas cuidado, porque numa gestão de crise os Pais têm de agir rápido, nunca perder a sua posição de soberania, escutar e propor em conjunto, falar a uma só voz e, sobretudo, acompanhar muito de perto todos os movimentos, perceber estados de espírito e antecipar comportamentos desviados.

Atenção que cada criança é uma criança e para que os Pais consigam gerir as crises de uma forma mais tranquila têm de ter muita confiança nos seus filhos, saber olhar para as situações da forma mais imparcial possível e não culpar terceiros porque isso é desculpar e não assumir o problema.

O Pai