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O melhor Pai do Mundo

Ser Pai é uma experiência que merece ser partilhada. Este espaço é dedicado a todos os Pais que receberam dos seus filhos o título de "O melhor Pai do Mundo".

Pai, eu nunca te vi a chorar

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Diz-se que os homens não choram. Que os homens são seres humanos frios, de coração de pedra e que os seus sentimentos estão escondidos nas profundezas do seu interior. Mentira, claro!

 
É comum nós Pais reprimirmos os nossos filhos de chorar. Desde os primeiros dias de vida que fazemos tudo para que os bebés não chorem. Ao crescerem, as crianças são muitas vezes chamadas à atenção para evitarem largar umas lágrimas de choro.
 
Mas, porquê?
 

Chorar é uma forma de expressão, como é falar, gritar, sussurrar e até fazer silêncio. Chorar é uma ato natural do nosso corpo que junta várias reações e que se expressa num lacrimejar dos olhos, às vezes pingo no nariz e uma ou outra expressão facial.

 
Há dias, no caminho para a escola, deu-me para pensar como o tempo passa muito rápido, como há bem pouco tempo o meu filho tinha nascido e agora estava ali a formar-se um rapaz cheio de força e muito inteligente. Senti-me orgulhoso e senti a tal reação corporal que começa na barriga, sobe ao coração e, numa espécie de via de comunicação direta, sobrecarrega os nossos olhos de lágrimas salgadas.
 
Não tentei esconder as lágrimas e o meu filho ao reparar perguntou: “Pai, porque é que estás a chorar?”. Respondi “Por nada, apenas um pensamento bom que me passou pela cabeça”. A criança ficou a pensar. É normal, as crianças associam choro a coisas menos positivas. “Pai, se era um pensamento bom, deverias estar contente e não a chorar”. O que ele diz é verdade, pelo menos na sabedoria popular, que entende pouco de sentimentos, digo eu.
 
Raramente escondo os meus sentimentos do meu filho. Se estou contente e bem disposto ele repara logo e aproveita, se estou chateado ele aproxima-se um pouco a apalpar terreno e tenta descobrir qual é a razão. Tento que ele faça o mesmo comigo. Reprimir sentimentos junto daqueles que amamos é negar o seu próprio papel e o nosso claro.
 
É certo que raramente choro, talvez por aquilo que escrevi em cima de crescermos forçados a reprimir esta expressão. Aprendi com a idade que não ganho nada com isso e que não quero que o meu filho o faça, sobretudo quando está comigo e com a Mãe. Mais tarde, vai também fazê-lo com quem o acompanhar na vida.
 
Somos seres humanos, cheios de vícios e preconceitos. Assumimos que temos sentimentos, mas, na maior parte das vezes, guardamos as expressões para nós. Se quando queremos rir, soltamos umas valentes gargalhadas, quando queremos chorar deixemos que as lágrimas escorram pela nossa cara.
 
O Pai