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O melhor Pai do Mundo

Ser Pai é uma experiência que merece ser partilhada. Este espaço é dedicado a todos os Pais que receberam dos seus filhos o título de "O melhor Pai do Mundo".

Pai, eu acredito no Pai Natal

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Há quem diga que uma criança deixa de o ser quando descobre que o Pai Natal não existe. Eu não concordo, porque eu tenho 40, não sou uma criança e ainda acredito no Pai Natal. Acreditar na figura simpática, vestida de vermelho e de longas barbas brancas só depende da nossa imaginação. A verdade é que quando crescemos deixamos de imaginar com tanta frequência, mas continua a depender de nós continuar a acreditar.
 
O meu filho mais velho acredita que o Pai Natal existe. O menino tem 8 anos e tenho a certeza que algum amiguinho na Escola já lhe contou a verdade, mas ele continua firme na sua crença. E porquê? Porque continua a imaginar.
 

Aquele momento em que o Pai Natal bate à porta de nossa casa é mágico. As crianças ficam de coração acelerado, meias atarantadas sem saber o que fazer e em completo suspenso. Aposto que os adultos também sentem ali qualquer coisa, por muito mínima que seja.

 
Eu desde cedo que soube que o meu Pai se vestia de Pai Natal. Ele bem se esforçava, mas eu sempre fui muito atento aos pormenores. O curioso é que, mesmo em anos em que no Natal não estavam presentes crianças mais pequenas, o meu Pai continuou a vestir-se de Pai Natal. Ou seja, eu cresci com aquela figura e com a imagem de pura felicidade que o meu Pai transmitia quando vestia aquele fato.
 
Até que chegou a minha vez. Se nos primeiros anos do meu filho eu podia ser algo desleixado, ao ponto de ouvir o menino com uns 4 anos a dizer “Pai, o Pai Natal tem uns chinelos iguais aos teus”… a partir dos 5/6 anos as coisas começaram a ficar mais complicadas. No início até falava com ele e dava-lhe as prendas, depois comecei a ser mais rápido na aparição. Claro que para poder ser o Pai Natal, o Pai tinha de desaparecer durante uns minutos. E para onde? “Pai, foste à casa de banho no momento em que o Pai Natal apareceu!!”, dizia o mais pequeno. A sorte é que havia sempre alguém a filmar e eu conseguia ver tudo…novamente.
 
No ano passado, o miúdo disse-me logo ao jantar no dia 24: “Pai, quero que fiques ao meu lado quando o Pai Natal chegar”. Eu que já tinha planeado mais uma aparição rápida e mais uma fuga pelas escadas sem que a criança possa dizer um olá.
 
Tive de inventar uma forma. Ia precisar de cúmplices para colocar em prática o meu plano. Pedi ao meu cunhado que me ajudasse. Bem antes da meia-noite, vesti o fato e fui para a rua perto da entrada de casa. Pedi ao meu cunhado para filmar tudo de um sítio fixo, como se fosse uma câmara de vigilância. Eu andei pela rua como se estivesse perdido e depois aproximei-me da porta de casa para tocar à campainha. O vídeo ficou cinco estrelas. Regressei a casa, tirei o fato e voltei para a sala, sem que o miúdo se apercebesse da minha ausência.
 
Era quase meia-noite. O meu cunhado estava preparado para mostrar o vídeo na televisão, dizendo que era da câmara de vídeo vigilância. Entretanto a minha sobrinha já estava na porta para tocar à campainha no momento certo. Colocamos o vídeo, o miúdo a seguir o Pai Natal e até a dar-lhe indicações “Pai Natal é por aqui…”. A campainha toca, vamos todos à porta e lá está um saco de presentes que trazemos para dentro de casa e começamos a distribuir por todos. Lindo. Resultou tudo na perfeição e pela primeira vez em 8 anos o Pai não teve de ir à casa de banho.
 
Este ano ainda não pensei como vai ser. Com a irmã mais nova, acho que o mais velho vai querer assumir outro papel, vai querer passar-lhe a alegria que sente nesse momento. Talvez para o ano se assuma como ajudante o que para mim é quase como uma passagem de testemunho.
 
Tenho a certeza que o meu filho sabe que a figura do Pai Natal não existe, mas acredita que como por magia ele aparece nessa noite. Eu também acredito.
 
O Pai

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