Pai, é melhor ser a Mãe a fazer isso
Isto da parentalidade é um trabalho de equipa. Defendo esta ideia ao máximo. Em primeira linha estão o Pai e a Mãe, depois vêem os familiares próximos e a escola se for o caso.
Como em qualquer equipa temos de perceber bem as características dos nossos companheiros. Focando na equipa “titular”, ou seja, no Pai e na Mãe, é fundamental que conheçam muito bem as mais valias um do outro e que procurem ao máximo comunicarem-se sempre, quer seja para se ajudarem em algum ponto que não esteja a correr bem, quer seja para valorizarem algo que tenha corrido bem e seja para repetir.
No período em que gozei da licença exclusiva do Pai e fiquei com a nossa filha mais nova enquanto a Mãe regressava ao trabalho, vivi o desafio de, sozinho, manter as rotinas que a Mãe tinha criado nos primeiros 5 meses de vida da bebé. Ora, tentei ao máximo fazer tudo como a Mãe fazia, copiar cada momento, tentando que não existissem desvios para que a menina não sentisse diferença.
A primeira semana foi muito dura, dei por mim frustrado por não conseguir fazer as coisas bem e falhar demasiadas vezes, fosse na dose do leite, nos timings da fralda ou de dormir, não estava ao nível daquilo que a Mãe tinha feito.
Após uma reflexão em conjunto com a Mãe e depois de ela ter reparado que eu andava frustrado e sem desfrutar do momento, achamos que o melhor seria eu experimentar fazer as coisas à minha maneira. E assim foi. Tinha a referência da Mãe, mas aqui e ali fazia como sabia. Umas vezes correu muito bem, outras menos bem, o normal portanto.
Assumimos que cada um é diferente. Numas coisas a Mãe é ótima, noutras é o Pai que faz bem. Para o bem das nossas crianças, o Pai e a Mãe têm papéis diferentes, complementares, claro. Fazer uma partilha cega de tarefas é um grande erro, devemos dividir sim, mas tanto o Pai como a Mãe devem estar perfeitamente aptos a desempenhar qualquer papel.
Não me custa admitir que a Mãe é fantástica em praticamente tudo o que faz e tenho a certeza que me reconhece valor naquilo que faço como Pai. Nem um nem outro, se exige ser melhor do que o outro, isto seria muito pouco inteligente e os nossos filhos viveriam numa espécie de competição pouco saudável.
Pais, façam as coisas à vossa maneira, criem um estilo próprio e demonstrem aos vossos filhos que cada Pai e Mãe têm uma forma de ser, que ao ser complementar eles só têm a ganhar.
O Pai