Pai, as férias nunca deviam acabar
Atenção que ao ler esta história vai suspirar pelo menos 3 vezes, mas não se preocupe, eu aviso quando deverá fazê-lo. Vou falar de férias, família e filhos. Os meus 3 F’s preferidos.
1.º suspiro, para quem ainda espera pelas Férias e também para quem já as tem a acabar.
Este ano conseguimos umas semanas para nos dedicarmos à família. Há uma série de fatores que se têm de reunir para que isto seja possível. Primeiro o nosso emprego tem que nos permitir “desligar” de forma a podermos fazer o tal desejado “reset”. Até agora nunca tínhamos conseguido, ou porque eu estava a mudar de emprego ou porque não conseguíamos dispensar tempo suficiente para estarmos relaxados.
Segundo fator tem a ver connosco. Como Pais, temos de ter a consciência que nas férias os nossos filhos vão querer exclusividade quase em absoluto. Vão cobrar um ano de cedências, um ano de pressas, um ano de tempo muito contado e escasso. Os nossos filhos vão dizer “Pai e Mãe, agora vocês são só para mim”… e nós temos de conseguir, custe o que custar.
2.º suspiro, para quem quer fazer isto e não consegue, para quem está a pensar “Isto é fácil de falar”.
Para quem suspirou, desculpem a insistência: Pais, têm de conseguir esta dedicação quase em exclusivo. Não há volta a dar. Esqueçam os spa’s, as águas termais, os chakras ou os karmas. A melhor terapia de férias para que nos possamos sentir bem e recuperar para mais um ano de trabalho é estar de corpo e alma com os nossos filhos, 100% garantido.
Este ano, fizemos o que nos apeteceu. Tínhamos coisas programadas é certo, mas nada de muito fixo. A agenda do dia ia sendo feita conforme o tempo ia passando. Se estivéssemos bem, prolongávamos ao máximo esse momento.
Atenção que prezamos muito o voto democrático. Somos 3 e cada um tinha um voto. Ok, às vezes a Mãe fazia valer a sua condição de grávida e colocava mais meio voto na sua decisão. Nós compreendemos e aceitamos. 🙂
3.º suspiro, eu estou a suspirar pelo tempo fantástico que passamos e que agora temos de…pausar. Ia dizer terminar, mas este tempo nunca termina.
Quero solidariedade de Pais e Mães que, no seu regresso ao trabalho, suspiram como eu por recordar aqueles dias de férias fantásticos. Aqueles dias em que eu acabei de rastos por ter jogado futebol com os miúdos todos que apareceram, aqueles dias em que a Mãe leu dois livros de 600 páginas, aqueles dias em que acordamos e decidimos onde queríamos ir… aqueles dias em que vivemos uns para os outros, quase como se o Mundo estivesse ali para nós e não ao contrário.
Enfim, eu prometi os 3 suspiros, mas de certeza que há mais. Não são suspiros nostálgicos, de frustração ou de desejos não concretizados. São suspiros de felicidade. Não fizemos tudo o que queríamos fazer, mas fizemos tudo o que nos apeteceu, ou quase tudo porque as férias… nunca deviam acabar.
O Pai