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O melhor Pai do Mundo

Ser Pai é uma experiência que merece ser partilhada. Este espaço é dedicado a todos os Pais que receberam dos seus filhos o título de "O melhor Pai do Mundo".

Pai, amanhã é o primeiro dia do resto da tua vida

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Hoje é o último dia da minha licença parental exclusiva do Pai. Foram 30 dias em que fiquei bem junto à minha filha bebé. Não é fácil descrever o que sinto neste momento. Se por um lado foi uma experiência que fica para sempre guardada na minha memória, por outro é uma frustração enorme terminar uma etapa em que sinto que poderia ter sido mais longa.
 
Atenção, ser Pai a tempo inteiro não é um mar de rosas, só com fotos bonitas para partilhar e sempre de sorriso nos lábios. É um desafio que acredito que a maioria dos homens seria capaz de assumir e safar-se, mas tem de ter uma vontade enorme para o fazer. É esta vontade, juntamente com muito amor, que o Pai tem de viver esta experiência. Foi precisamente assim que encarei este período. Como escrevi antes, não fiz planos, não quis ter agenda, não quis programar tarefas que não fossem prioritárias. Quis estar sempre disponível para ser Pai.
 
O primeiro grande desafio é manter a rotina que a Mãe criou e bem. Os bebés adoram as rotinas, adoram comer à hora certa, que lhe mudem a fralda antes do leite ou da papa, de dormir muito descansados e por algumas horas. Quis manter tudo e neste aspeto a Mãe foi a garantia de que tudo iria dar certo, orientou-me, ajudou-me a melhorar, ensinou-me as técnicas e as manhas e deu-me o apoio e confiança necessárias.
 

A Mãe e o irmão mais velho saíam bem cedo de casa e o bater da porta de entrada era simbolicamente o início de mais um dia. A mais pequena normalmente dormia, mas pouco. Parece que sentia que o Pai estava agora ali disponível para ela. Acordava de sorriso rasgado como que a dizer “Pai, agora somos só nós”.

 
Os momentos mais gratificantes eram aqueles em que, depois do leite ou da papa, da fralda ou outras tarefas mais banais, ficávamos ali os dois em plena cumplicidade. A bebé entretida com a minha barba, a tentar perceber de que são feitos os meus óculos e eu ali apenas a observar aquele lindo ser que eu a Mãe e o irmão recebemos neste mundo.
 
Felizmente tive bom tempo nestes dias. Demos os nossos passeios, sobretudo para ir visitar os Avós, a Tia e as Madrinhas. Todos preocupados se o Pai se estava a safar-se bem e se precisava de ajuda. Comecei a habituar-me à rotina e cada vez mais todas as tarefas me pareciam triviais, até parece que ganhamos mais tempo ao longo do dia. Mas com a rotina os dias passam muito mais depressa e num abrir e fechar de olhos os 30 dias esgotaram-se...
 
Sinto que todos os Pais homens devem viver esta experiência, não para provarem que também são capazes, nada disso, sobretudo para criarem uma ligação ainda mais forte com os seus filhos. Não há aqui competição entre Mães e Pais, quem faz melhor o quê e quem cuida e educa melhor, longe disso. Se os homens tiverem este pensamento vão perder sempre. Temos de assumir que a Mãe é única e o seu papel é insubstituível…tal como o papel do Pai. Somos seres diferentes, com genética própria e aptidões também elas diferentes. Se homens e mulheres, Pais e Mães, assumirem estas diferenças e complementaridade, acredito que farão uma equipa muito melhor na educação dos seus filhos.
 
Amanhã regresso ao trabalho, parece que o tempo parou durante 30 dias e vivi num mundo completamente diferente. Não sei quando vou voltar a ter uma oportunidade como esta, talvez em férias, não sei bem. Não tenho dúvidas que estes 30 dias ajudaram-me a evoluir como Pai e sobretudo como ser humano. Foram apenas 30 dias, os nossos filhos merecem muitos mais. Não é mau, temos de viver com isso e aproveitar ao máximo.
 
Adaptando a letra de uma música do Sérgio Godinho, digo que “Amanhã é o primeiro dia do resto da minha vida”.
 
O Pai

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