Pai, a Mãe vai estar a pensar em nós no trabalho
É duro, muito duro. Regressar ao trabalho depois de 5 meses de emoções e de uma dedicação enorme ao bebé é, sem dúvida, um grande impacto. A Mãe tem mesmo de ser muito forte para ultrapassar um momento tão delicado.
“O tempo passou a voar”, diz-me a Mãe momentos antes de sair para ir trabalhar. Para trás ficam memórias que nunca mais vai esquecer. Desde o nascimento, aos primeiros dias em casa, as rotinas, as saídas sozinha… enfim são tantos os acontecimentos. Viver de forma dedicada para um bebé não é fácil. Eu próprio, durante este mês, estou a viver essa experiência e sei que lidar com todas as tarefas nos faz sentir que o tempo passa mesmo muito depressa e que no final do dia nos parece que nem fizemos nada.
Para além deste desafio, a Mãe vive a sua própria mudança. Passou o tempo de grávida, as mudanças no corpo e a pressão para uma recuperação rápida, o factor psicológico da enorme exigência que um filho bebé acarreta, tudo isto num período de tempo muito curto. Sim, 4 ou 5 meses é muito pouco, não só para a Mãe, mas sobretudo para o bebé.
A Mãe descrevia os seus dias como se dividissem em 3 partes: a manhã normalmente mais sossegada porque a menina dormia um sono maior, final da manhã e tarde quando aproveitava para gerir as tarefas da casa e estar mais perto da bebé que se mantinha acordada por mais tempo e, finalmente, o regresso a casa do nosso filho mais velho e do Pai. Neste último momento, a Mãe descrevia como se fosse um dia diferente, mais agitado, com mais barulho, mas apressado até, algo mais próximo daquilo que será a nossa rotina quando estivermos os dois a trabalhar.
Há depois o regresso ao trabalho. Eu nunca estive afastado do trabalho tanto tempo, mas se se sente um impacto quando regressamos de uns dias de férias, quanto mais passados 5 meses e com estas mudanças todas. A capacidade mental da Mãe tem de ser fantástica para gerir esta mudança tão radical que acontece de um dia para o outro. Sugeri-lhe para ir com calma e muito tranquila, assumindo aos poucos a função. O tempo aqui ajuda, desde que na empresa existam pessoas que tenham esta consciência e entendam que não é fácil. Ajuda e muito se estas pessoas já passaram pelo mesmo, sejam Mães ou Pais, porque se não fazem a mínima ideia do que se trata olham para este período de ausência como se o colaborador tivesse estado de férias.
Como já escrevi, ter filhos é mesmo um ato de coragem e não é só pelos cuidados que requerem e pela atenção que nos pedem, é porque seremos sempre pessoas diferentes em todos os aspetos da nossa vida pessoal e, claro está, profissional. É pelo equilíbrio que todos procuramos, o que nem sempre é fácil, especialmente para as Mães e Pais que passaram muitos dias dedicados aos seus filhos.
Uma coisa é certa e disso não há qualquer dúvida, a Mãe e o Pai vão estar a trabalhar e, em todos os momentos, vão estar a pensar nos seus filhos, como estão, o que estão a fazer, se estão felizes…
O Pai