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O melhor Pai do Mundo

Ser Pai é uma experiência que merece ser partilhada. Este espaço é dedicado a todos os Pais que receberam dos seus filhos o título de "O melhor Pai do Mundo".

Pai, o banco de trás do carro é nosso!

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Desde o nascimento da nossa princesa que o banco de trás do nosso carro está entregue à criançada. Quando só tínhamos um filho e até mais ou menos os seus 3 anos, eu ou a Mãe íamos no banco de trás do nosso carro. Habituamo-nos a isso quando ele era bebé e acabou por ficar mais uns tempos. 
 
Nessa altura, as coisas estavam mais ou menos arrumadas, exceto as migalhas que se escondiam por todas as entranhas dos acentos do carro. Sempre que íamos lavar o carro naquelas empresas do centro comercial, eu tinha o cuidado de “dar uma limpeza” às migalhas para que os senhores não achassem que fazíamos de propósito só para terem mais trabalho.
 

Passados uns anos, o nosso lugar ao lado do mais velho foi ocupado pela menina. O mais velho manteve o seu lugar, não quis mudar e fez questão de dizer que queria ir ali ao lado da irmã.

 
Enquanto bebé, as coisas continuaram sem grandes mudanças. Muitas migalhas e pouco mais. O mais velho ainda manteve a sua cadeira auto e a bebé ia no ovo da Bebé Confort bem sossegada e confortável.
 
Mas tudo mudou em muito pouco tempo!!
 
Há umas semanas estávamos a preparar uma viagem longa e resolvemos atualizar as cadeiras no banco de trás do carro. A ideia era tirar a do mais velho (que já usa apenas o banco) e mudar a mais pequena para uma cadeira auto ajustada à sua idade. Para já, colocamos a que era do irmão, mas como a cadeira tem mais de 8 anos, pretendemos trocar por uma mais atualizada.
 
A viagem correu super bem e durante uma semana praticamente não mexemos em nada do que se passava ali no banco de trás. Quando regressamos, resolvi dar uma lavagem ao carro e fiz o de sempre, fui ao banco de trás arrumar as migalhas, mas…
 
O cenário que encontrei era digno de um cenário de filme, parecia que um vendaval tinha passado por ali e tinha deixado tudo de pernas para o ar. Eram migalhas a triplicar, bolachas inteiras escondidas nas partes laterais da cadeira da mais pequena, cromos das coleções dos supermercados espalhados por cada canto e até alguns colados nas portas, encontrei uns óculos de sol que andamos toda a viagem à procura deles, peças de lego por debaixo do banco da frente que sempre que o ajustávamos ouvíamos qualquer coisa a partir, um guizo de um boneco que cada vez que fazíamos uma curva ouvíamos aquilo a chiar, mas achávamos que era do carro…
 
O inventário é extenso. Porém, o cenário mantém-se. Agora com as aulas, todas as manhã e no regresso a casa o banco de trás é deles. Eu limito-me a espreitar pelo retrovisor e a ver as bolachas a voar, bonecos sentados no banco do meio e que lá ficam o dia todo à espera das crianças, as peças de lego, os brinquedos… Daqui a uns dias ganho coragem e vou lá ver o que se passa ali.
 
O Pai

Pai, não te preocupes eu fico bem na Escola

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Primeira semana já passou. Quantos Pais sentiram o coração (ainda mais) apertado? Pais com sentimentos opostos entre o deixar os filhos e o regressar à vida “normal”. Sim, é mais uma mudança que temos de viver e gerir. Foram tantas ao longos dos últimos meses que parece que a vida não estabiliza.
 
O primeiro impacto na chegada à Escola é a fila para entrar. A azáfama mantém-se, mas a fila impressiona. O normal seria um “chegar e largar” muitas vezes rápido porque a vontade das crianças não era muita para ficar na Escola, outras vezes mais demorado e cheio de miminhos como se fossemos estar longe uns dos outros durante uns dias. Mas aquela fila põe-nos logo em sentido. Pais e crianças com máscaras, olhares preocupados, o distanciamento possível, os auxiliares de gel desinfetante em punho como se fossem agentes especiais.
 

Sentimos que os estávamos a deixar num mundo desconhecido. Foram muitos meses com as crianças sempre ao nosso lado que agora nos parece muito estranho deixa-los ali à porta sem bem saber o que está lá dentro. Sempre olhamos para a Escola como um espaço da comunidade, gostamos de conhecer as salas, os professores e todos os que colaboram. É uma família grande em que todos querem a mesma coisa, que as nossas crianças sejam felizes. Desta vez, o espírito é o mesmo, mas os Pais ficam do lado de fora. É muito estranho.

 
A nossa menina não vai sentir muita diferença entre o que era a Escola e o que é agora. Adapta-se facilmente e o que quer é brincar muito. Já no mais velho o impacto é tremendo. Eu nem imagino o que passa pela cabeça de uma criança com 10 anos que viu, em poucos meses, ser-lhe retirado quase tudo o que mais gostava na Escola. Desde a interação com os professores, a proximidade com os auxiliares e, acima de tudo, as brincadeiras com os amigos, enfim a liberdade.
 
Não é possível construir uma redoma para cada aluno, eles têm de se relacionar com mais ou menos distanciamento. Isto é claro, mas custa a qualquer Pai e a qualquer Mãe que fazem tudo pela felicidade dos seu filhos, estarem de mão atadas para mudar este cenário.
 
O coração passou a semana mais apertado que nunca. Sempre que chegávamos a casa saía um respirar fundo que deita tudo cá para fora quase que a expulsar toda a angústia vivida durante o dia. "Enfim estão connosco", mas amanhã é outro dia e assim, dia-a-dia, vamos continuar a sobreviver a tudo isto, com o mesmo sorriso nos olhos (agora é literalmente nos olhos) e com o foco sempre bem presente: a felicidade dos nossos filhos é tudo!
 
Venha a próxima…
 
O Pai

Reflexões do Pai #15

Os filhos são do Mundo e não nossos?
 
Vê-los a olhar pela janela e sentir que o nosso papel como Pais é mesmo esse: mostrar-lhes o que vai lá fora, ajudá-los a enfrentar desafios, perigos e no fundo entregá-los ao Mundo.
Hoje no primeiro dia de Escola, sentimos que os deixámos entregues a si próprios. Depois de meses a partilhar o dia-a-dia, parece que nos falta qualquer coisa. Dou por mim a olhar para o relógio mais vezes do que o normal. Eu sei que a vida é esta, mas desta vez, em mais um regresso à Escola, o sentimento é diferente. O cenário continua estranho, distante, frio, sem sentimento. O equilíbrio vem dos sorrisos quando os formos buscar, das histórias que nos trazem e que alargam o nosso horizonte e nos fazem sentir um pouco mais…normais.
Hoje é mais um dia de eles olharem para o Mundo, para verem o que lhes dissemos para ver, mas sobretudo para olharem para aquilo que os vais ensinar a serem eles próprios.
Até já, o Pai e a Mãe estão aqui ao lado...
 

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