Pai, cuida de nós e dos nossos avós
Ninguém esperava que de um momento para o outro a nossa geração de Pais seria crucial para vencer esta “guerra”. Não estamos a falar da frente da batalha assegurada pelos nossos bravos soldados da saúde, mas por nós que para além dos nossos filhos temos de assegurar que os nossos Pais estão bem, protegidos, em segurança e que tudo o que lhes passa pela cabeça fazer têm de pensar primeiro.
É verdade, a nossa geração, sim aquela que nasceu após a revolução de 1974, aquela que passou pela indefinição política, por crises bancárias, que assistiu na televisão ao 11 de setembro, que se fez Pai e Mãe depois dos 30… está a viver o seu maior desafio como pessoa.
Dizer ao meu Pai, à minha Mãe, aos meus Sogros e até à minha própria Avó para se manterem em segurança é dizer-lhes que a sua natureza mudou, que os seus hábitos mudaram, que as suas rotinas mudaram e que os nossos dias provavelmente não serão como dantes… Uff, se até nós temos dificuldade em assimilar, imagino a cabeça deles a processarem tamanha mudança. Eles já mudaram tanto durante a vida que não esperavam por esta bomba…mas tem de ser.
Podemos ser mais delicados e suavizar o nosso discurso para que não pensem que estamos a impor, mas na verdade estamos. Arriscamos e somos mais incisivos, mais agressivos até, peço que nos ouçam primeiro, que nos compreendam e depois que sigam o que dizemos. Agora mandamos nós!
E é ao assumir este comando que estamos, de facto, a batalhar. Imaginem a imagem do Pai ou da Mãe a enfrentar uma tempestade com as crianças ao colo e atrás de nós estão os nossos Pais e Avós. Passa-me várias vezes pela cabeça que nos devemos manter firmes, mas nem sempre é fácil manter a guarda e se fraquejarmos temos de procurar ajuda na família, nos amigos…
Realmente estamos no meio do turbilhão. Às crianças que eram e continuam a ser o nosso foco, somamos uma nova rotina, uma ameaça que não tem rosto e ainda segurar os mais velhos de viverem a sua vida normal. Nada fácil, mas vamos sair mais fortes. Precisamos de doses industriais de paciência, algo que não se vende nos supermercados (se se vendesse haveria sempre quem quisesse açambarcar).
Estamos de mangas arregaçadas. Preparados? Nem tanto, porque fomos apanhados de surpresa. Com esperança? Sempre. Com confiança? Uns dias mais do que noutros. Com força? Toda, a que temos e ainda uma reserva (venha de onde vier).
Estamos juntos.
O Pai