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A família aumentou, mas o nosso sofá mantém-se o mesmo desde os tempos em que ainda não éramos Pais. Obviamente que isto é um problema, sobretudo de espaço, mas também um problema de saber quem afinal é que manda lá em casa. Querem mesmo saber quem manda? Eu acho que conseguem adivinhar.
Há muitos, muitos anos eu e uma linda donzela de cabelos castanhos e sorriso deslumbrante, decidimos que iríamos reunir interesses e adquirir uma casa. Estávamos quase, quase a casar e resolvemos ir adiantando as compras para o nosso novo ninho e claro, depois da televisão (e da cama 🙄), chegou a altura de escolhermos o sofá.
Consultámos centenas de sites, desfolhámos umas dezenas de revistas e visitámos tudo o que era sítio de venda de sofás. O nosso consenso foi simples quanto ao modelo, mas quanto ao tamanho a coisa complicou-se…. Ela queria um sofá grande de 3 lugares ou até mais e eu queria um sofá mais pequeno de 2 lugares, mas de modelo largo, isto é, que bem apertadinhas coubessem 3 pessoas… ou pelo menos duas de pernas esticadas. A negociação foi dura e lá avançamos com a compra. Decidimos comprar um sofá de 2 lugares (esta parte ganhei eu) e mais um cadeirão (tive de ceder a esta peça).
Tudo ok…até nascer o primeiro filho. Até esse momento, o sofá era perfeito. Confortável, com estilo e sem nódoas. Nasce a criança e logo ali, nos primeiros dias, metade do sofá estava ocupado pela recém-nascida criatura. Metade?!? Verdade, em poucos dias o rapaz já tinha conquistado metade do território favorito dos Pais, neste caso do Pai, porque a Mãe tratou de se aconchegar bem juntinho à sua cria.
Os anos passaram e o nosso sofá continuava ali a fazer parte da família. Tinha já umas marcas de guerra, fruto de batalhas de leite derramado ou trincheiras de migalhas armazenadas debaixo das almofadas. O menino cresceu e o Pai foi reconquistando o seu espaço. Os tais 3 apertadinhos ajustavam-se ao sofá. Ótimo! Mas este tempo depressa acabou. As perninhas singelas do mais velho começaram a aumentar cada vez mais e estava cada vez mais difícil de conjugarmos 3 pares de pernas que se queriam esticar todas. Aqui o Pai, no seu espírito de missão, propôs-se a ser o fiel suporte das pernas que conviviam naquele sofá.
O cenário de duas pessoas esticadas no sofá com as pernas em cima do Pai prolongou-se durante alguns anos. O Pai aguentou firme e até se conseguiu adaptar aos míseros centímetros quadrados que lhe sobravam.
E então nasceu uma princesa! Voltou a acontecer… primeiros meses e metade do sofá estava completamente tomado e a outra metade subtilmente ocupada pela Mãe. E os rapazes lá de casa onde se sentavam? O mais velho foi remetido para o chão e o Pai escorraçado para o tal cadeirão que foi escolhido pela Mãe, mas que raramente o utilizava. O nosso querido sofá voltou a viver tempos conturbados, o leite derramado, as migalhas…
Já passou mais de 1 ano que somos 4 lá em casa. "E como está a “guerra” pelo sofá?", perguntam vocês que ainda estão a acompanhar esta história épica.
Começando pela mais nova, gosta do seu cantinho do leitinho, mas raramente se senta. É frequente andar agarrada à volta do sofá a atirar brinquedos para cima de quem lá está sentado. O mais velho é agora o habitante mais frequente. Conquistou o “meu” canto e é muito difícil alguém o tirar dali. A Mãe, pontualmente consegue encaixar na covinha que foi formando durante os tempos em que os filhos eram recém-nascidos, mas tem agora muito menos oportunidades para se esticar. E eu? Querem mesmo saber?
Eu espalho-me pelo chão no tapete fofinho também escolhido por nós ainda não éramos Pais. E ainda bem que o escolhemos fofinho, porque agora é o meu espaço já que dificilmente vou reaver o meu poder no sofá. Fácil de saber quem manda lá em casa, certo?
Falta ainda mencionar um cenário muito importante. E quando as crianças vão dormir? Devem estar a pensar, finalmente o Pai volta a ganhar lugar no seu sofá favorito. Quase! É verdade que regresso ao meu cantinho de escassos centímetros quadrados e tenho a “felicidade” de ser o melhor pousa pernas do Mundo ou até por vezes a melhor almofada do Universo. Feliz da Mãe que aproveita!
O Pai