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O melhor Pai do Mundo

Ser Pai é uma experiência que merece ser partilhada. Este espaço é dedicado a todos os Pais que receberam dos seus filhos o título de "O melhor Pai do Mundo".

Reflexões do Pai #9


Quero que os meus filhos tenham referências.



 

Fiquei abalado com a notícia da morte do Kobe Bryant. Sempre gostei de basquetebol, especialmente nos anos 90. Kobe surgiu na altura em que “Magic” Johnson saiu e em que Michael Jordan era já uma super estrela. Kobe não era melhor do que “Magic” nem Jordan, Kobe era Kobe e com 20 anos libertou-se de rótulos e fez o seu caminho, ao ponto de se tornar num dos maiores. Como Pai este detalhe fez-me pensar. Eu faço tudo para que os meus filhos escolham o seu caminho, sem pressão, sem sobras, sem modelos, mas com referências, isso sim. Para Kobe, “Magic” e Jordan foram referências que o ajudaram a evoluir e Kobe nunca teve problemas em admitir que aprendeu muito com eles. Hoje, depois de partir, todos recordam a sua carreira e até os seus mestres lhe fizeram uma vénia.

Daa, ta da da daaa ta da da

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Para quem não percebeu o título desta história aqui está a tradução: "Pai, dá-me aquela bolacha". A frase "Os Pais entendem mesmo aquilo que os filhos não dizem" é uma verdade absoluta. Basta apontar o dedo, fazer um gesto com a cabeça que nós entendemos logo o que a nossa filha mais nova quer. Não conseguimos controlar o ímpeto e instinto de a ajudar a obter o que ela pede, mesmo que isso não a ajude a melhorar a sua comunicação verbal.
 

Recordo-me perfeitamente que o nosso mais velho com dois anos não dizia uma palavra. Remetia-se a uns "hmm hmm" e nós sabíamos logo o que queria. Assustou-nos um pouco e por isso falamos com uma psicóloga que nos ajudou (a nós Pais sobretudo) a dar o clique que faltava.

 

Confesso que provavelmente nos preocupámos cedo demais, mas nisto não podemos ter hesitações, na dúvida procuramos ajuda e assim foi. Com o segundo filho as coisas são diferentes, a experiência dá-nos ponderação e a criança beneficia disso.
 
Hoje a princesa quer tudo o que a rodeia, mantém os "hmm hmm" iguais ao irmão, aponta para tudo e até já acena a cabeça como que a dizer que sim quando acertamos naquilo que ela quer... por vezes até brincamos com isso e em vez de lhe perguntar se que o leitinho perguntamos "Queres uma cervejinha?" ao que ela acena que sim!
 
A comunicação verbal é uma das características que nos distingue das restantes espécies. Como Pais devemos incentivar para que seja desenvolvida no tempo certo, mas se existirem dúvidas, não há mal nenhum em procurarmos ajuda e aí devemos envolver todas as pessoas que têm contacto frequente com a criança para que também tenham ferramentas para apoiar o tal desenvolvimento, para além dos Pais, os irmãos, os avós, tios e outras pessoas próximas.
 
"hmm hmm", diz a princesa de braços estendidos em direção ao Pai. Aqui não precisa de fazer mais nada porque já sei que quer dar miminhos ao Pai... ou quer colo! Ok, faço as duas coisas.
 

O Pai

Reflexões do Pai #8


Os filhos à imagem dos pais?



 

Dentro do nosso imenso mundo há pequenas amostras daquilo que é a civilização. Seja na fila do supermercado, no centro comercial como até na entrada da escola! Ora se eu não respeitar a ordem da fila da caixa ou quando os deixo na escola simplesmente estacionar o carro a bloquear a saída de outro, os meus filhos vão olhar e achar normal esse comportamento. Quando lhes calhar em vez uma situação semelhante o que irão fazer? Igual, claro. Não conheço uma métrica que meça o grau de civismo e respeito pelo outro, mas parece-me que anda a baixar o nível cada vez mais. Como podemos mudar isto? Fácil, dar um bom exemplo aos nossos filhos. Pelo menos asseguramos uma melhoria da tal métrica na próxima geração, sim porque a nossa está a perder-se aos poucos.

Pai, eu quero o teu colinho

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Nestas férias de Natal enchi a barriga. Para além do exagero calórico a que somos submetidos, este ano enchi a barriga de miminhos. Embora a escola dos miúdos estivesse aberta durante grande parte das férias, optamos por ficar com eles. A Mãe teve apenas um ou outro dia de férias e eu fui gerindo o tempo entre trabalho e cuidar das crianças.
 

Este tempo foi precioso para estreitar ainda mais a relação dos irmãos. A mais pequena está a um passo de começar a andar, literalmente só lhe falta um passo e assim já começa a interagir nas brincadeiras. A nossa sala parecia um parque infantil, jogos espalhados, comandos da Playstation, bonecos escondidos e o meu computador por ali perdido.

 
Naturalmente que quando a Mãe chegava do trabalho e encontrava aquele cenário de brincadeira queria logo participar, porém os miúdos colavam-se a mim. Era Pai para tudo. O mais velho a chamar-me para mais uma partida de Fifa e a mais pequena a pedir-me para encaixar uma peças numa casa de legos grande. Com isto, existiram trocas de conhecimentos: a princesa a mexer em todos os botões do comando e o mais velho a arrumar 20x por dia as peças espalhadas. Nos intervalos desta azáfama, lá abria o computador para enviar uns emails.
 
Para além das calorias que já referi, não faltaram os mimos. Enchi-os de mimo. Dei muito colo à mais pequena, fazia tudo o que ela queria, dentro do bom senso de Pai. Ao mais velho fazia panquecas ao pequeno-almoço e ao lanche. Não era de admirar então que quando a Mãe chegava eles só queriam o meu colinho.
 
É frequente ouvir “O Pai só dá miminhos”. Tanto eu como a Mãe não nos poupamos, mas admito que sou mais cola do que a Mãe. Não se pense que fico apenas com o lado bom, o dos miminhos. Há um equilíbrio para tudo e é nesse equilíbrio que queremos estar, seja mantendo o colo ou repreender quando é preciso.
 
Foram duas semanas bem passadas, onde felizmente consegui conciliar o trabalho com o estar com as crianças. Agora que regressaram à Escola, parece que sinto os dias mais vazios, mais silenciosos. Parece mesmo que produzo menos, por estranho que pareça. Uma coisa é certa, deixá-los na Escola foi difícil, mas a vida é isto. Ao final do dia há mais colinho…para os dois.
 
O Pai