Nestas férias de Natal enchi a barriga. Para além do exagero calórico a que somos submetidos, este ano enchi a barriga de miminhos. Embora a escola dos miúdos estivesse aberta durante grande parte das férias, optamos por ficar com eles. A Mãe teve apenas um ou outro dia de férias e eu fui gerindo o tempo entre trabalho e cuidar das crianças.
Este tempo foi precioso para estreitar ainda mais a relação dos irmãos. A mais pequena está a um passo de começar a andar, literalmente só lhe falta um passo e assim já começa a interagir nas brincadeiras. A nossa sala parecia um parque infantil, jogos espalhados, comandos da Playstation, bonecos escondidos e o meu computador por ali perdido.
Naturalmente que quando a Mãe chegava do trabalho e encontrava aquele cenário de brincadeira queria logo participar, porém os miúdos colavam-se a mim. Era Pai para tudo. O mais velho a chamar-me para mais uma partida de Fifa e a mais pequena a pedir-me para encaixar uma peças numa casa de legos grande. Com isto, existiram trocas de conhecimentos: a princesa a mexer em todos os botões do comando e o mais velho a arrumar 20x por dia as peças espalhadas. Nos intervalos desta azáfama, lá abria o computador para enviar uns emails.
Para além das calorias que já referi, não faltaram os mimos. Enchi-os de mimo. Dei muito colo à mais pequena, fazia tudo o que ela queria, dentro do bom senso de Pai. Ao mais velho fazia panquecas ao pequeno-almoço e ao lanche. Não era de admirar então que quando a Mãe chegava eles só queriam o meu colinho.
É frequente ouvir “O Pai só dá miminhos”. Tanto eu como a Mãe não nos poupamos, mas admito que sou mais cola do que a Mãe. Não se pense que fico apenas com o lado bom, o dos miminhos. Há um equilíbrio para tudo e é nesse equilíbrio que queremos estar, seja mantendo o colo ou repreender quando é preciso.
Foram duas semanas bem passadas, onde felizmente consegui conciliar o trabalho com o estar com as crianças. Agora que regressaram à Escola, parece que sinto os dias mais vazios, mais silenciosos. Parece mesmo que produzo menos, por estranho que pareça. Uma coisa é certa, deixá-los na Escola foi difícil, mas a vida é isto. Ao final do dia há mais colinho…para os dois.
O Pai