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O melhor Pai do Mundo

Ser Pai é uma experiência que merece ser partilhada. Este espaço é dedicado a todos os Pais que receberam dos seus filhos o título de "O melhor Pai do Mundo".

Pai, é só uma constipação, mas nós tratamos de ti

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Conhecem aquele mito urbano que diz que quando os homens estão com uma simples constipação é como se estivessem para morrer? De certeza que já ouviram falar, especialmente para quem já teve de aturar um homem doente. Mito ou realidade? Realidade, pelo menos no meu caso.

Estou, desde há uns dias, com uma constipação de “caixão à cova” e não há maneira de melhorar. Isto quer dizer que em casa ando a arrastar-me pelos cantos e sempre à procura de mais um pacote de lenços de papel para assoar o meu nariz cada vez mais ranhoso. Toca a todos, mesmo aos super-heróis como nós Pais.

 
Com crianças em casa há sempre algumas reservas quando os Pais ficam adoentados, especialmente quando temos bebés. Eu tento evitar encher, como é normal, a minha mais nova de beijinhos ou então roçar nariz com nariz como forma de cumprimento. Com o mais velho, estar doente, é sinónimo de menos abraços e menos bola lá em casa, até porque mal me consigo aguentar em pé.
 
É por volta desta altura da conversa que as Mães estão a rir-se às gargalhadas. “Coitadinho do menino grande, está para morrer com uma simples constipação”, ouço eu lá em casa. Tem razão na parte que é uma simples constipação, mas provavelmente em nós homens é mesmo diferente e mais forte, não é fita como toda a gente diz!
 
"Aquilo que tu queres é miminhos”. Verdade! Aqui para nós que ninguém nos ouve, quem não gosta de, uma vez raramente, sejamos tratados que nem reis? Eu gosto, mas prefiro que não tenha de ficar doente para que isso aconteça. Porém a nossa vida centra-se nos filhos e se eles adoecem nem nos lembramos que nós Pais existimos. Parece que o nosso corpo entra em piloto automático e não sente nada. O pior é que sente.
 
“Vá lá, deixem-me estar no meu cantinho e tragam-me um chazinho quente”, prego eu com uma voz rouca entre tosse e fungadelas de ranho. Tenho a sorte de ainda conseguir um ou outro miminho de todos lá em casa, mas é algo que me sai caro, porque mal dê os primeiros sinais de melhora, cobram-me até ao último esforço.
 
O Pai

Reflexões do Pai #7


Em quem é que devemos confiar?



 

Um dos valores essenciais da nossa sociedade é termos confiança. Confiança, por exemplo, de olharmos para o nosso sistema de saúde e sentirmos que nos vai ajudar quando mais precisarmos. Coloco-me na pele de um Pai ou Mãe que tem o seu filho doente e decide que deve ir a uma urgência. Confiança é sair de casa e dirigir-me ao hospital mais próximo e encontrar lá uma equipa médica que vai ajudar a criança. E quando não temos a certeza que isso vai acontecer? E quando temos de andar à procura de quem nos atenda? Depois de termos votado para a eleição de uma nova assembleia da república, o país esqueceu-se que existe uma urgência, a do hospital Garcia de Horta em Almada, que fechou. Onde é que está a confiança? Políticos, médicos, enfermeiros, gestores, sindicalistas e afins, pensem primeiro nas crianças e nos Pais e depois sim, façam contas e tratem da papelada. Foco nos problemas e menos nas ideologias, por favor.

Pai, não gosto de comparações

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Parece que às vezes existe uma tabela que classifica as pessoas e permite comparar vários aspetos das suas vidas. Já não basta a sociedade nos impor tanta coisa e nós ainda temos de perder tempo a comparar-nos com A ou com B? Recordo-me na infância de viver constantemente em comparação com um primo. Ele é pouco mais velho do que eu e fomos educados com muita proximidade. Eu era magrinho, mas ele era mais forte. Eu ainda não tinha dentes e ele já tinha uns 4 ou 5. Eu tirava boas notas e ele mais ou menos. O que é que retirámos daquelas comparações? Nada.
 
Neste meu caso de infância, lembro-me que os meus Pais pouca importância davam a estas conversas. Obviamente que se questionavam “O nosso menino ainda não anda e o primo já, será que há algum problema?”. Felizmente eram dúvidas passageiras, nada que os incomodasse por demasiado tempo.

 

Hoje em dia, o flagelo das comparações ganha todo um novo contexto e porquê? Porque as redes sociais vieram abrir ainda mais o âmbito. Não é preciso um grande esforço para encontrar autênticos “Big Brother” de celebridades e afins a darem a conhecer ao Mundo as principais habilidades dos seus rebentos. “Olha a filha daquela atriz da novela já tem dentes” ou “Que alto que está o rapaz filho daquele apresentador de televisão”.

 
Espreitar as vidas dos outros e fazer as tais comparações está nos genes da maioria dos seres humanos, mas a diferença reside na importância que cada um de nós dá ao assunto. Talvez por ter vivido anos a fio com aquele episódio que escrevi no início desta história, posso dizer com total garantia de confiança e sinceridade que não ligo nenhuma a isso. Sou completamente insensível.
 
Para crescerem de forma descomplexada, as nossas crianças não precisam de serem colocadas em tabelas de comparação. Cada criança tem o seu ritmo de desenvolvimento e, acima de tudo, a sua personalidade que a deve construir por ela própria, influenciada por muito fatores, mas não em função de alguém.
 
Eu sei que quem concorda comigo não tem pretensões de mudar uma sociedade inteira que adora espreitar e comentar quem passa. Estamos carregados de exemplos que não são só de Pais e crianças. Se o tempo e a energia que estas pessoas despendem fossem aproveitados de outra forma mais interessante, de certeza que seriamos um bocadinho melhores.
 
Claro que em muitos aspetos da nossa vida nós somos colocados nas tais tabelas. Seja na saúde ou na escola, é quase impossível fugirmos das classificações, mas como referi, tudo depende do que isso vale e o que influencia os nossos comportamentos a seguir. Se o meu filho ficou em segundo lugar numa prova, não vou incentivá-lo a fazer melhor em função do miúdo que ganhou, vou dizer-lhe que está no bom caminho e que com um pouco mais de esforço e até de sorte vai lutar para melhorar na próxima oportunidade. Ele é o centro do incentivo e da motivação, não o miúdo que ganhou.
 
Esta história é uma espécie de manifesto, para Pais e não só: observem, comentem e comparem, mas não façam disso o vosso propósito. Lutem pelas conquistas com personalidade própria, porque, está provado, somos peças únicas.
 
O Pai

Reflexões do Pai #6


Voltarmos a ser Pais anos mais tarde.



 

A variável mais importante para ajudar na decisão é a capacidade física e mental dos Pais. Não interessa muito se a diferença de idades dos filhos é pequena ou grande, interessa sim a nossa frescura para abraçar tal desafio. No momento da gestação a Mãe tem o papel principal e a sua auto-avaliação é um fator fundamental, mas não podemos retirar da equação o pós-nascimento. Aí o desafio é conjunto, as mudanças são muitas e precisamos, mais do que nunca, de estar aptos. Ter um filho não é igual a ter dois. O segundo apanha-nos sempre com maior desgaste porque somos mais velhos e porque temos também o filho mais velho para educar.

Pai, tu não podes errar

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Vivemos um tempo de intolerância ao erro. Não toleramos os erros dos filhos e reagimos com vigor para que não se repitam. Não toleramos os erros de quem nos rodeia, cobramos para que façam melhor. Não toleramos os nossos erros como Pais e sofremos a pressão de não estarmos a cumprir o nosso papel como deve ser. 
 

O problema maior e a grande diferença é que para a maioria dos erros que vivemos temos uma certa desculpa, um desconto, um argumento que iliba quem o cometeu. E como Pais quem nos desculpa? Ninguém. A sociedade recrimina o Pai que errou ao deixar o seu filho fazer uma asneira em público. Os nossos filhos estão na primeira fila para nos cobrarem o melhor de nós. E nós Pais, como se não bastasse, fazemo-nos sentir 100 vezes pior.

 
Ora bem, errar é humano. É uma máxima falível porque foi de certeza dita a primeira vez por alguém que não gostava de errar, mas para arranjar a tal desculpa, justificou com a nossa imperfeição humana. Um erro é um erro e tudo depende das consequências do mesmo. 
 
Eu detesto errar, mas deixei há muito tempo de contribuir para a missa da perfeição. Erro muito e isso ajuda-me a melhorar, mas se o erro tiver efeitos colaterais, já me deixa nervoso por ter falhado. 
 
Como Pais somos obrigados a tomar decisões rápidas, algumas por instinto mesmo, ou seja, mais suscetíveis ao erro. O efeito colateral é que os nossos filhos podem sofrer com os nossos erros e isso é a última coisa que queremos, certo? 
 
E a nossa reação ao erro é a que queremos que os nossos filhos tenham? Ou vamos dizer-lhes para lidarem bem com o erro e quando acontece connosco o nosso monstrinho interior aparece? Pois é, os nossos filhos são esponjas dos nossos comportamentos e não vale a pena esconder, eles vão perceber. 
 
Então qual é a melhor forma de viver com o erro? É encará-lo e fazermos o que dizemos às crianças, "Na próxima vez vamos fazer diferente e melhor". Eu sigo a máxima que não devemos deixar de fazer as coisas com medo de errar, porque isso é... um erro. É isto que eu quero que os meus filhos façam. 
 
O Pai

Reflexões do Pai #5


Quanto vale uma hora do nosso tempo?



Sabe qual é o bem mais precioso que temos no nosso Mundo? É o tempo. Com ele podemos controlar tudo. O problema é que andamos sempre à procura de o gerir da melhor forma. Eu nunca tive tempo para ir buscar os meus filhos à escola. Porquê? Porque existe um horário a cumprir. Estar das 9 às 6 a trocar o nosso tempo por dinheiro, naquilo que chamamos emprego. Mas quanto vale aquela hora? Em dinheiro vale o nosso “preço” hora, em vida vale tudo. Vale felicidade, vale energia, vale ar fresco, vale adrenalina…vale tudo. Naquela hora ganhamos vida que não tem preço. Se voltarmos ao trabalho, voltamos melhores.