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O melhor Pai do Mundo

Ser Pai é uma experiência que merece ser partilhada. Este espaço é dedicado a todos os Pais que receberam dos seus filhos o título de "O melhor Pai do Mundo".

Pai, estas foram as nossas primeiras férias a quatro

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Tanto as desejamos que elas passam tão depressa. Sim, estou a falar das férias. Passamos muito tempo a suspirar por uns dias de descanso que depois vivemos esses dias um pouco à pressa. Descanso?!? Férias, filhos e descanso não cabem na mesma frase, certo?
 

Este ano vivemos a primeira experiência de férias a 4. Não sendo Pais de primeira viagem, poupamos imenso espaço na mala com coisas que não são necessárias. Recordo-me perfeitamente quando fomos a primeira vez com o mais velho, tinha ele 4 meses, que literalmente levamos a casa às costas. Digo literalmente porque até comprei uma mala daquelas de colocar no tejadilho do carro!!

 
Mesmo assim levar as tralhas todas necessárias, sobretudo para a bebé, é um desafio para campeões de Tetris. Empurra para um lado e puxa para o outro, lá conseguimos encaixar tudo…e mantivemos a mala no tejadilho. Para o mais velho o importante era não esquecer a bola e o UNO. A Mãe perguntou-lhe que roupa queria levar e ele respondeu “Uns calções de banho, uma toalha e uma t-shirt”, simples não é?
 
Fomos para o Algarve e decidimos fazer a viagem em duas partes. Lembro-me quando não tínhamos filhos que saíamos do Porto e só parávamos à porta do hotel. Agora não dá e fazemos questão de fazer uma viagem tranquila, com as paragens necessárias. Paramos em Lisboa e aproveitamos para passear. É importante que a bebé não passe demasiado tempo no carro, precisa, como nós, de se esticar, de apanhar ar. Este ponto é o início das férias, se massacrarmos as crianças com longas viagens, elas vão ressentir-se nos dias seguintes.
 
Chegámos ao hotel e finalmente descanso! Ou não. “Pai, vamos à piscina para depois jogarmos à bola, voltamos à piscina, depois jantamos e jogamos UNO. Ainda conseguimos jogar uma partida de mini-golfe”. Ora bem, dito isto e ainda estava a colocar um pé dentro do hotel, a expectativa de descanso caiu por terra. Por outro lado, a mais pequena começa a reclamar pelo seu espaço e pelo seu querido leitinho.
 
Os dias passam a alta velocidade. A rotina custa a entranhar-se, mas quando sentimos que realmente estamos a relaxar um pouco é tempo de pensar em regressar. Nestes dias ficam as experiências novas, os momentos inesquecíveis que vivemos a 4, as reações dos miúdos, a forma como crescem rápido nestas alturas e o Pai e a Mãe ali na primeira fila a assistir a tudo. Cansaço? Claro que sim. Vontade de voltar a ter mais momentos como estes? Sem dúvida nenhuma que sim.
 
Em conversa com colegas que não têm filhos, o que mais ouço é “Não me consigo imaginar com filhos nas férias” ou “Preciso mesmo de tempo para descansar e com filhos é difícil”. O que respondo é que são realidades muito diferentes e enquanto quando não temos filhos vivemos as férias para nós próprios, com filhos os Pais entregam-se e tudo o resto (nomeadamente o cansaço) nem sequer nos lembramos.
 
O Pai

Pai, vou de férias com os Avós

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Durante a semana passada, o meu filho mais velho esteve de férias com os Avós. Foram apenas uns dias, mas foram as primeiras férias que passou sem os Pais. Ele estava super excitado em poder ir com os Avós, estavam asseguradas brincadeiras sem fim, geladinhos e todas as vontades satisfeitas ao menino.
 

Eu e a Mãe ficamos surpreendidos quando ele disse que queria ir. Como é normal os nossos filhos estão bem agarrados a nós. Não temos problema nenhum em assumi-lo. Amamos ser Pais e os nossos filhos são tudo para nós. Claro que a família mais chegada, nomeadamente os Avós, fazem parte do dia-a-dia, mas Pais são Pais.

 
Foi com alguma estranheza e nostalgia que o ajudamos a fazer a mala. Repetimos vezes sem conta as recomendações, até ao ponto de "Pai e Mãe já repetiram muitas vezes, estejam tranquilos".
 
"Confiamos muito nos Avós e temos a certeza que o menino vai adorar", dissemos um para o outro no momento em que fechamos a mala. Lá foi ele, todo satisfeito. Despediu-se com um abraço apertado ao Pai, um beijo prolongado à Mãe e ao chegar-se perto da irmã sussurrou-lhe alguma coisa, mas nem sequer sabemos o quê, talvez um "Cuida bem dos Pais enquanto eu vou estar fora" ou "Vou ter muitas saudades tuas"... não sabemos.
 
Passou o primeiro dia e chegamos à noite a casa. Havia ali algo que faltava. Depressa recebemos uma video chamada pelo Whatsapp. E lá está o rapazola, todo feliz da vida, já a comer o tal geladinho que a Avó lhe tinha prometido. Não se passa nada com ele, do nosso lado há um aperto pequenino no coração. Eu sei, só passou um dia! Não consigo controlar.
 
A rotina era mais ou menos a mesma. Falávamos de manhã ao acordar, só mesmo para matar saudades do mau humor matinal. Depois durante o dia trocávamos mensagens pelo telemóvel do Avô e à noite falávamos por vídeo chamada. Por várias vezes me senti tentado a ligar, mas segurei a vontade e esperei. Partilhava esta vontade com a Mãe que me respondia que estava a sentir o mesmo. Os Pais sofrem, mas muito tranquilos e descansados pois os Avós são um espetáculo.
 
Os dias passaram e as saudades começaram a apertar cada vez mais…as nossas, claro, porque o miúdo estava nas suas “quintas”. Brincava de manhã à noite, sobretudo com o Avô que entrava nos jogos de futebol na praia com os miúdos. Para mim não é novidade esta disponibilidade do Avô, afinal comigo era a mesma coisa quando eu era mais pequeno. Acredito até que chegasse à noite bem cansado, mas de coração cheio por ter passado estes momentos com o neto. Do lado da Avó o miminho era diferente. A criança escolhia o que queria para o almoço (aposto que comeram arroz de ervilhas 3 ou 4 dias seguidos), tinha o tal gelado prometido e contava com a Avó para uns jogos de Monopólio e Uno. Sem dúvida que os Avós divertiram-se à grande.
 
Chegou o dia de regressar a casa. Ligou-nos umas 4 ou 5 vezes durante a viagem para nos dizer onde vinha. Notava-se que estava ansioso por chegar a casa. Foi provavelmente o primeiro momento em que sentimos que as saudades eram muitas. Finalmente chega, toca à campainha “Vem aí o irmão!”. A mais pequena parece que tinha pilhas novas tal era a excitação. Entra de rompante pela porta de casa e… vai direitinho abraçar a irmã. Nem Pai, nem Mãe, a irmã foi a privilegiada em receber aquele abraço de bem-vindo. Segui-se a Mãe com a continuação do beijo prolongado que tinha sido interrompido na ida e finalmente o Pai, que foi presenteado com um “Pai, jogaste muita Playstation enquanto eu estive fora?”.
 
Foram uns dias de uma experiência nova para todos e de certeza que a vamos repetir. Queremos os filhos sempre ali ao nosso lado, mas temos de admitir que logo após o seu nascimento eles pertencem ao Mundo e nós Pais temos de saber partilhá-los, mesmo que seja muito complicado.
 
O Pai