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O melhor Pai do Mundo

Ser Pai é uma experiência que merece ser partilhada. Este espaço é dedicado a todos os Pais que receberam dos seus filhos o título de "O melhor Pai do Mundo".

Pai, quais foram as melhores histórias de 2018?

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O ano de 2018 foi intenso, com tantas vivências e tão marcantes que ficará a minha memória para sempre. Aqui relatei algumas das melhores histórias do ano. Em 2018 a família cresceu em número e em tamanho. Ver o meu filho mais velho a crescer e a demonstrar uma personalidade forte, acompanhar lado a lado uma gravidez cheia de dúvidas e desafios, estar juntinho à Mãe dos meus filhos a dar-lhe todo o meu apoio e finalmente segurar nos braço a minha princesa linda…
 
Aqui ficam as melhores histórias de 2018:
 
JANEIRO
Segunda-feira, 4:30 da manhã, levanto-me da cama em silêncio. Em casa estão todos a dormir e eu vou preparar-me para ir trabalhar. Tenho voo para Lisboa às 6:30 para começar uma nova semana de trabalho. Espera-me mais uma (muito) longa semana longe de quem amo mais.
 
 
FEVEREIRO
Na visão da criança, o Pai e a Mãe já não são namorados. Casaram-se e por isso passaram para outro patamar. É frequente ouvir “Pai, ainda andas de mãos dadas com a Mãe, mas vocês já não são namorados!” ou então “Pai, pára de dar beijinhos na boca da Mãe, isso é só para namorados!”.
 
 
MARÇO
“Resgatei” o meu filho da escola, visto que já tinha terminado os testes na semana anterior e está quase de férias da Páscoa. “Resgatei” o meu Pai do seu trabalho prometendo-lhe um dia bem passado na companhia do filho e, mais importante, na companhia do neto.
 
 
ABRIL
Sábado, 8 da manhã, em vez de ficarmos a dormir mais umas horinhas para compensar o que dormimos menos durante a semana, estamos prontos para sair de casa. Sim, 8 da manhã e aí vamos nós, hoje é dia de jogo.
 
 
MAIO
Seja ao nascer de mais um dia, quando os olhos custam a abrir, seja ao terminar, quando os mesmos olhos mal se aguentam abertos, aquela palavra sussurrada ao ouvido: "Amo-te meu filho”, diz a Mãe rendida a um amor tão intenso.
 
 
JUNHO
Naquele dia de junho, onde reunimos quem mais gostamos à volta de uma paixão que queríamos que fosse celebrada e partilhada. Aquele dia foi talvez o primeiro dia em que as nossas vidas começaram a concentrar-se numa vontade comum.
 
 
JULHO
“Um bebé vai chegar”, disseram-me quase a sussurrar. Fiquei parado uns segundos. Ainda não conseguia acompanhar aquela felicidade porque só pensava nos meus brinquedos e como poderiam ficar todos ainda mais desarrumados.
 
 
AGOSTO
“Vocês vão ser Pais de uma menina!” disse o médico com muito mais certeza. O mais pequeno, que nos acompanhou nesta consulta, ficou a processar a ideia de ter uma irmã e vai continuar a processar até ela nascer.
 
 
SETEMBRO
Agora, em 2018, o ano em que vou ser Pai novamente, vou ali estar na plateia a cantar cada verso das músicas que me acompanham há mais de 20 anos e que atravessar a minha vida. Gostava muito de ter a família ali ao lado, seria o cenário perfeito, mas a barriga da Mãe já não permite estas aventuras.
 
 
OUTUBRO
Mas é na mulher que me deu um filho e que está corajosamente à espera de outro que eu concentro todos os dias o meu olhar e o meu pensamento. Se já me conhecem pela forma como descrevo o amor que tenho pelo meu filho, ficam também a conhecer como é esta Mãe que me inspira.
 
 
NOVEMBRO
"Como é possível termos feito algo tão lindo?" Já fiz esta pergunta umas 20 vezes à Mãe e mesmo ela não me sabe responder. Vê-la nascer foi dos momentos mais marcantes da minha vida. Já o tinha sido no primeiro, mas a emoção e todas as sensações faz como se estivessemos ali pela primeira vez.
 
 
DEZEMBRO
É aqui no nosso castelo que vivemos os tempos mais felizes. Há quem diga que é quando vamos de férias, numa viagem, numa experiência para fora. No nosso caso também, mas os momentos vividos na nossa casa, podem não ser os mais memoráveis, mas são os que nos ajudam a criar o nosso núcleo.
 
 
Em 2019 vou aqui estar para continuar a escrever diretamente do coração, tentando ser racional o mais possível e a descrever toda a experiência que é ser Pai.
 
Gostaria de agradecer a cada uma das milhares de pessoas que passaram aqui pelo blog, que se cruzaram nas redes sociais e ainda aquelas que participaram nas minhas conversas com Pais.
 
O Pai

Pai, eu acredito no Pai Natal

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Há quem diga que uma criança deixa de o ser quando descobre que o Pai Natal não existe. Eu não concordo, porque eu tenho 40, não sou uma criança e ainda acredito no Pai Natal. Acreditar na figura simpática, vestida de vermelho e de longas barbas brancas só depende da nossa imaginação. A verdade é que quando crescemos deixamos de imaginar com tanta frequência, mas continua a depender de nós continuar a acreditar.
 
O meu filho mais velho acredita que o Pai Natal existe. O menino tem 8 anos e tenho a certeza que algum amiguinho na Escola já lhe contou a verdade, mas ele continua firme na sua crença. E porquê? Porque continua a imaginar.
 

Aquele momento em que o Pai Natal bate à porta de nossa casa é mágico. As crianças ficam de coração acelerado, meias atarantadas sem saber o que fazer e em completo suspenso. Aposto que os adultos também sentem ali qualquer coisa, por muito mínima que seja.

 
Eu desde cedo que soube que o meu Pai se vestia de Pai Natal. Ele bem se esforçava, mas eu sempre fui muito atento aos pormenores. O curioso é que, mesmo em anos em que no Natal não estavam presentes crianças mais pequenas, o meu Pai continuou a vestir-se de Pai Natal. Ou seja, eu cresci com aquela figura e com a imagem de pura felicidade que o meu Pai transmitia quando vestia aquele fato.
 
Até que chegou a minha vez. Se nos primeiros anos do meu filho eu podia ser algo desleixado, ao ponto de ouvir o menino com uns 4 anos a dizer “Pai, o Pai Natal tem uns chinelos iguais aos teus”… a partir dos 5/6 anos as coisas começaram a ficar mais complicadas. No início até falava com ele e dava-lhe as prendas, depois comecei a ser mais rápido na aparição. Claro que para poder ser o Pai Natal, o Pai tinha de desaparecer durante uns minutos. E para onde? “Pai, foste à casa de banho no momento em que o Pai Natal apareceu!!”, dizia o mais pequeno. A sorte é que havia sempre alguém a filmar e eu conseguia ver tudo…novamente.
 
No ano passado, o miúdo disse-me logo ao jantar no dia 24: “Pai, quero que fiques ao meu lado quando o Pai Natal chegar”. Eu que já tinha planeado mais uma aparição rápida e mais uma fuga pelas escadas sem que a criança possa dizer um olá.
 
Tive de inventar uma forma. Ia precisar de cúmplices para colocar em prática o meu plano. Pedi ao meu cunhado que me ajudasse. Bem antes da meia-noite, vesti o fato e fui para a rua perto da entrada de casa. Pedi ao meu cunhado para filmar tudo de um sítio fixo, como se fosse uma câmara de vigilância. Eu andei pela rua como se estivesse perdido e depois aproximei-me da porta de casa para tocar à campainha. O vídeo ficou cinco estrelas. Regressei a casa, tirei o fato e voltei para a sala, sem que o miúdo se apercebesse da minha ausência.
 
Era quase meia-noite. O meu cunhado estava preparado para mostrar o vídeo na televisão, dizendo que era da câmara de vídeo vigilância. Entretanto a minha sobrinha já estava na porta para tocar à campainha no momento certo. Colocamos o vídeo, o miúdo a seguir o Pai Natal e até a dar-lhe indicações “Pai Natal é por aqui…”. A campainha toca, vamos todos à porta e lá está um saco de presentes que trazemos para dentro de casa e começamos a distribuir por todos. Lindo. Resultou tudo na perfeição e pela primeira vez em 8 anos o Pai não teve de ir à casa de banho.
 
Este ano ainda não pensei como vai ser. Com a irmã mais nova, acho que o mais velho vai querer assumir outro papel, vai querer passar-lhe a alegria que sente nesse momento. Talvez para o ano se assuma como ajudante o que para mim é quase como uma passagem de testemunho.
 
Tenho a certeza que o meu filho sabe que a figura do Pai Natal não existe, mas acredita que como por magia ele aparece nessa noite. Eu também acredito.
 
O Pai

Pai, no teu colo há espaço para dois?

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Gostava de estar na cabeça do meu filho e perceber o que está a pensar agora que chegou a irmã. Perceber o que está sentir. Curioso eu sei que está, mas julgo que não tem ainda a noção do que está a acontecer.
 
Diz-se que o mais velho vai sentir a passar para segundo plano, vai sentir ciúme, vai sentir falta de atenção, vai sentir menos mimo. Vai ter a necessidade de chamar a atenção dos Pais para desviarem os olhos do bebé. Vai reclamar um espaço que já foi só seu, vai tentar reconquistá-lo. Vai sentir medo que os Pais se esqueçam dele, que deixem de brincar como faziam e que vão deixar de existir aqueles momentos em que passam horas enrolados no sofá a ver filmes ou simplesmente aconchegados.
 
Os Pais vão tentar manter a mesma atenção, abrir espaço para não ocupar o que já foi só do mais velho, vão manter tudo o que era até ao nascimento da irmã mais nova. Vão tentar, mas há uma grande probabilidade de não conseguir… pelo menos nos primeiros tempos.
 
Eu também sou o irmão mais velho. Tenho mais 9 anos do que a minha irmã e quando ela nasceu senti (sem me aperceber é claro) que o meu papel na família seria diferente. Cresci mais depressa é certo, mas aprendi para ensinar e ajudar os meus Pais a serem ainda melhores com a minha irmã.
 
Tudo o que queremos como Pais é que voltemos a formar o núcleo, agora com mais um elemento e que tudo fique unido como até aqui.
 

O colo dos Pais é um espaço imenso onde cabem todos com o mesmo aconchego. É proporcional ao amor que sentimos pelos nossos filhos. Os nossos braços aumentam, ficam enormes capazes de abraçar um Mundo se tal fosse preciso. O nosso peito fica uma espécie de plataforma de aterragem como um porta-aviões com espaço para uma frota inteira.

 
“No meu colo há espaço para dois”. Esta frase é retirada de uma música da Luísa Sobral onde ela explica à filha mais velha que a chegada do bebé será o seu melhor presente.
 
Há sempre o receio de falhar neste aspeto. Que o nosso filho mais velho sinta a diferença e isso o marque na forma como olha para a irmã. Não é fácil para os Pais, mas nada o é. Com 8 anos o nosso filho tem já uma noção muito concreta daquilo que o rodeia. Diferente seria se fosse mais novo. Não é melhor nem pior, é apenas mais um dos desafios que enfrentamos como Pais e que queremos ser bem sucedidos.
 
Quando ficamos grávidos, as nossas conversas andaram muito à volta deste aspeto: 
“Como irá o nosso filho reagir?”
“Estaremos à altura de manter a atenção que ele tem?”
“Estará preparado para as mudanças?”
 
Não encontramos respostas para todas as dúvidas, mas estamos certos que continuaremos a fazer tudo para sermos felizes, para continuarmos muito juntos e a querer fazer tudo em família. Algumas coisas vão mudar? Claro que sim, mas a vida precisa destas mudanças...
 
O Pai
 

 

Pai, a nossa casa é o nosso castelo

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Quando digo que vivo num reino em que há um Rei, uma Rainha, um príncipe e, mais recentemente, uma princesa, estou a dizer a mais pura das verdades. Por ordem de ideias, se em todos os reinos há um castelo no nosso caso o castelo é a nossa casa.
 
Temos tudo o que precisamos, conforto, segurança, diversão, espaço e todas as nossas coisas que fazem de nós uma família muito unida. União é mesmo a palavra certa. 
 

É aqui no nosso castelo que vivemos os tempos mais felizes. Há quem diga que é quando vamos de férias, numa viagem, numa experiência para fora. No nosso caso também, mas os momentos vividos na nossa casa, podem não ser os mais memoráveis, mas são os que nos ajudam a criar o nosso núcleo.

 
O centro deste nosso castelo é a nossa sala, ali brincamos, vemos televisão, jogamos à bola, jogamos consola, vemos filmes, trabalhamos, dormimos… enfim se a nossa casa se resumisse à sala estava tudo bem para nós.
 
Ainda solteiros, fomos aprendendo a gerir os hábitos de cada um. Eu ligo ao que é prático e menos a algumas regras, a Mãe prima pela organização. Fomos moldando e conseguimos formar aquilo a que chamamos o nosso lar.
 
O primeiro filho chegou e não tivemos de alterar grande coisa. A criança adaptou-se bem à nossa forma de estar em casa e depressa fixou o seu espaço e espalhou as suas coisas. Se tem de brincar com algum brinquedo, vai buscá-lo ao quarto e é na sala que faz a sua brincadeira. Se precisar de estudar, organiza a mesa de jantar e faz os seus TPC’s e trabalhos.
 
Eu trabalho muito em casa, sobretudo o que faço para o blog. Lembro-me de falar com a Mãe ainda antes do nosso primeiro filho nascer sobre comprar um computador para casa. Não queria portátil e por isso escolhemos um que fosse possível ter…na sala. Assim foi e ainda hoje é o computador da família.
 
Agora com a chegada da menina, voltamos a reorganizar a casa. Precisamos de mais uns espaço para arrumações e com um ou outro empurrão a uns móveis, lá conseguimos manter a organização à nossa maneira. Para além disto, será aqui em casa que passaremos estes primeiros meses de vida da bebé. Vamos ter as nossas saídas, claro, mas voltaremos sempre ao nosso cantinho.
 
Para além do espaço em si, do aspeto mais material, a nossa casa é para nós o nosso reduto sentimental, quase como um templo de terapia que nos ajuda a alinhar com os astros. Muitas vezes, fechamos o nosso casulo e passamos ali um dia inteiro a fazer o que mais gostamos. Não temos qualquer problema com isso e nem sentimos qualquer pressão em ter de sair.
 
Quem nos visita, vê a nossa casa como uma extensão de quem somos. Temos filhos, gostamos de deixar as coisas espalhadas, gostamos de organização q.b. e temos os nossos cantinhos preferidos. Não mudamos nada quando recebemos alguém, seja família ou amigos. Eles sabem que é assim porque nos conhecem.
 
Costumo dizer que é a partir de casa que nasce uma família, onde se consolida a sua união, se desenvolvem os planos e os sonhos de cada um que lá vive. É para casa que cada um de nós quer voltar depois de um dia de trabalho ou de Escola. É em casa que nos queremos reunir todos os dias para contar as histórias que vivemos. É em casa que nos rimos e choramos.
 
É na nossa casa onde queremos estar…porque a nossa casa é o nosso castelo.
 
O Pai