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O melhor Pai do Mundo

Ser Pai é uma experiência que merece ser partilhada. Este espaço é dedicado a todos os Pais que receberam dos seus filhos o título de "O melhor Pai do Mundo".

Pai, quanto dinheiro ganhas ao final do mês?

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E se não existisse dinheiro no Mundo? Teríamos um Mundo melhor? É difícil de saber, mas não tenho dúvidas que o dinheiro é uma das variáveis mais influentes na nossa vida. E aquela máxima de que o dinheiro não traz felicidade? Não traz, mas ajuda.

 
O meu filho começa a ter noção do dinheiro. Pequena e distante, mas começa a pensar no assunto, a fazer comparações e até cálculos sobre quanto precisa de ter para comprar alguma coisa que queira.
 
Lembro-me perfeitamente que na minha infância e adolescência, os meus Pais nunca foram adeptos da mesada. A única mesada que recebia era da minha avó que me dava e dizia que era para comprar gelados ou guloseimas. Típico das avós. Lembro-me também que não era um miúdo pedinchão e cedo percebi que os meus Pais trabalhavam para ganhar dinheiro e talvez por isso vivi com um raciocínio na minha cabeça:
 
Se os meus Pais precisassem de mais dinheiro teriam de trabalhar mais e isso significava que passaríamos  menos tempo juntos. Eu tinha seguramente uns 10 ou 12 anos quando esta ideia andava na minha cabeça. A minha Mãe recorda-me várias vezes que eu raramente pedia um brinquedo, uma peça de roupa ou outra coisa qualquer.
 

Um dia destes o meu filho perguntou-me muito diretamente: “Pai, quanto ganhas ao final do mês?”. Poderia facilmente dizer-lhe um valor, mas para ele iria significar pouco. Respondi-lhe “O Pai ganha o suficiente para vivermos tranquilos e felizes”. Claro que o deixei na dúvida, estava à espera do tal valor.

 
A verdade é que a minha resposta é a minha forma de olhar para o dinheiro. Se ganhasse menos dinheiro do que ganho teria de ajustar a nossa vida para esse valor. Se ganhasse mais, poderia fazer outras coisas. Da forma como a sociedade está organizada, ter dificuldades financeiras condiciona a nossa felicidade, infelizmente é assim.
 
A consciência que passo ao meu filho é que o dinheiro que ganhamos é fruto do esforço que despendemos no trabalho. São raras as pessoas que ganham dinheiro sem esforço, por isso é uma espécie de sina, de caminho obrigatório. Ainda é cedo para a criança ter de pensar nisto e espero que só comece a pensar quando tiver a maturidade necessária para o fazer, o que será um sinal que conseguiu crescer e viver todas as etapas.
 
Não nego que, para além de outras coisas, ser Pai muda a nossa forma de olharmos para o dinheiro. Como em quase tudo, passamos a olhar com mais responsabilidade. Daquele dinheiro também depende a vida dos nossos filhos, mas temos de nos lembrar que eles são os que menos nos pedem.
 
Se perguntar a uma criança: “Preferes que o Pai (1) trabalhe mais e ganhe mais dinheiro ou (2) trabalhe menos e ganhe menos?”, acredito que a criança vai responder a segunda. Daqui retiro uma filosofia para a minha vida “Eu trabalho o necessário para ganhar o justo e que esse valor me permita viver uma vida tranquila e feliz”. Se gostaria de ganhar mais, talvez, mas se isso significar ter de retirar tempo à família, então a minha resposta é não, não quero ganhar mais dinheiro.
 
Falar de dinheiro e felicidade é sempre polémico, depende dos cenários de vida, das ambições, etc.. Vivo para a minha família, para a fazer feliz e para que isso seja possível tenho de trocar 8 horas (ou mais) do meu dia por dinheiro. É a vida!
 
O Pai

Pai, a melhor grávida do mundo é a minha Mãe

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Esta história é dedicada a todas as mulheres grávidas, as que estão, as que já estiveram e as que estão a pensar em estar.

 
As mulheres são o ser mais corajoso que conheço. São tantos os aspetos que encheria esta história de adjetivos. Tenho a sorte de estar rodeado de mulheres fantásticas, a que me recebeu neste Mundo que é ao mesmo tempo a pessoa que mais admiro, a minha Mãe. Passando pela minha querida Avózinha, as minhas Tias, a minha Sogra e claro, a minha melhor amiga e irmã!
 

Mas é na mulher que me deu um filho e que está corajosamente à espera de outro que eu concentro todos os dias o meu olhar e o meu pensamento. Se já me conhecem pela forma como descrevo o amor que tenho pelo meu filho, ficam também a conhecer como é esta Mãe que me inspira.

 
A boa disposição matinal depois de uma noite mal dormida, onde passou horas a tentar encontrar posição, onde tentou aconchegar a barriga da melhor forma. O “está tudo bem” depois de ter uma azia que queima por dentro. O incentivo para continuarmos a caminhada quando os pés parecem do dobro do tamanho que deviam estar. O olhar ao espelho com vaidade mesmo quando a roupa parece que encolheu um ou dois tamanhos.
 
A gravidez fica-lhe bem. Olho para ela e é como se uma luz a estivesse a focar e a dizer “Tu és linda”.

Ser o centro das atenções não a incomoda, sente-se bem com isso, vaidosa, formosa e segura. Quando entra na sala toda a gente nota a sua chegada. A barriga, cada vez maior, é o seu troféu que ostenta orgulhosamente para toda a gente ver. “Sim, eu estou grávida e adoro”.
 
Mesmo com olheiras de sono e cansaço, os seus olhos dizem que está feliz, que estar grávida é um privilégio e que ela desfruta de todos os momentos.
 
Por esta altura, eu já estaria a fazer todos os filmes sobre como será o parto e todo o caminho que é necessário percorrer para ter o bebé nos braços. Acredito que ela também pense... e muito nisto, mas cada vez que falamos a confiança absoluta vem dali, com palavras seguras, alguns medos é claro. É precisamente nesse momento, em que nos olhamos nos olhos e sem dizer uma única palavra, juntamos as nossas mãos e apertamos o mais forte que conseguimos, num sinal que estamos juntos… e estamos.
 
Orgulho nesta mulher que se tornou Mãe e que quis repetir a experiência, com tanta vontade como da primeira vez. Que arriscou fazer este caminho comigo, que coloca os filhos à frente da sua vida, que olha para o Mundo com uma clareza difícil de encontrar e que um dia me deu a oportunidade de ouvir alguém me chamar “Pai”.
 
Obrigado Mãe.
 
O Pai

Pai, o que é que conversas com outros Pais?

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Desde o primeiro dia em que criei este blog, assumi um papel de ativista pela valorização da posição do Pai na educação dos seus filhos. Ser ativista é influenciar, é motivar, é passar uma mensagem positiva para que os homens não percam a oportunidade da sua vida e sejam Pais a 100%.

 
Neste sentido, tenho-me associado a instituições e marcas que me possibilitem estar em contacto com Pais e também com Mães. A perspetiva do Pai, a sua visão das coisas e a sua forma de encarar a educação dos filhos é um pouco diferente da Mãe. Diferente em sentido restrito, não é melhor nem pior. É este olhar que eu tenho para passar.
 

Nos últimos meses, tive a oportunidade de me juntar a grupos de Pais e partilhar com eles a minha experiência, mas também ouvir os seus medos, as suas expetativas e a sua ideia sobre a parentalidade. Nestes grupos, exclusivamente constituídos por homens, encontro sobretudo Pais grávidos de primeira viagem, algo ansiosos por aquilo que está prestes a acontecer, mas muito focados no seu papel.

 
Eu lanço os temas e absorvo as reações transformando-as em pequenos relatos de experiência, em histórias, muitas delas descritas no blog e que servem para ilustrar que ser Pai tem tanto de desafiante como de apaixonante.
 
Claro que sendo uma conversa cheia de sentimento e emoção, os Pais abrem-se e confessam que não se sentem preparados para abraçar o maior desafio da sua vida. Partilham como viveram a gravidez, como assistiram na primeira fila ao nascimento do instinto maternal e como toda a família e círculo de amigo se une em torno de um acontecimento.
 
Facilmente leio nos olhos destes Pais uma felicidade extrema, muitos deles sentiram-se até agora durões e nada lamechas e agora vêem-se de lágrima fácil e muito emocionais. Quem mantém a ideia que os homens quando se juntam só falam de mulheres e futebol, desengane-se, os homens falam dos filhos, das coisas boas e das menos boas.
 
É incontornável que as pessoas que trabalham comigo e com quem me cruzo durante o dia me associem ao blog e puxem assuntos sobre ser Pai. Às vezes relatam que leram uma história e se reviram outras vezes descrevem conquistas que alcançaram com os filhos. Eu fico grato e muito orgulhoso por receber estas abordagens. Como escrevi no início, foi precisamente por isto que comecei a partilhar as minhas experiências.
 
Li algures uma frase que me marcou e fez-me tirar as dúvidas que tinha sobre avançar com o blog e todas estas iniciativas. A frase era qualquer coisa do género “Se tens uma ideia que pode mudar o Mundo, do que é que estás à espera?”. Eu senti-me provocado, desafiado a fazer algo. Não refleti muito confesso, a maioria dos meus pensamentos afunila para a família e aí resolvi avançar. “Ser Pai pode mudar o Mundo”,  pensei. E porque não, se posso influenciar diretamente os meus filhos a serem boas pessoas e influenciar outros Pais a cultivarem este espírito, estarei a contribuir para um Mundo melhor. É quase como mover uma pequena pedra na rua… mas tudo conta.
 
O Pai 

Pai, o que é que eu te ensino?

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Uma pergunta que me faço várias vezes é “Como é que um homem aprende a ser Pai?”. Há tantas variáveis nesta equação que poderia ter uma história por cada uma delas. Já escrevi e disse várias vezes que a minha grande referência como Pai é o meu. A sua forma de estar na vida e como encara a sua relação com os filhos marcou-me e ainda hoje me inspira. Não é à toa que lhe disse várias vezes antes de ser Pai: “Pai, quando for Pai quero ser como tu”.

 
Mas hoje a história centra-se noutra referência. A poucas semanas de ser Pai novamente, a minha cabeça e a de todos lá em casa, está focada naquilo em que se tornará o nosso Mundo depois da nossa princesa nascer. Já há mudanças, como é óbvio, mas quando a tivermos nos braços tudo será diferente.
 
Outra grande referência para mim como Pai é… o meu filho. Com ele aprendi tanto ao longo dos últimos 8 anos. Todas as fases foram apaixonantes, umas bem exigentes do ponto de vista físico e mental e outras que pura e simplesmente nos enchiam o coração. 
 

Todos sabemos que os filhos se moldam à imagem dos Pais, para o bem e para o mal, mas as crianças criam o seu próprio espaço e personalidade. É neste aspeto que eu mais admiro o meu filho.

 
O meu filho ensina-me a ser mais justo e compreensivo. 
 
A forma como ele lida com os amigos, como se faz ouvir e como expressa a sua opinião. A forma como ajuda o amigo nas aulas, na fila para o almoço ou até durante os jogos de futebol, fazem-me ficar a olhar para ele com grande admiração. Claro que tem os seus defeitos e ainda bem. A perfeição não existe e aquilo que lhe passo é que temos de aprender a viver com as nossas características, as boas e as más.
 
O meu filho ensina-me a amar de uma forma mais intensa. 
 
Não há dúvidas que o amor de Pai e de Mãe é muito absorvente. Envolve-nos numa paixão tão intensa que nem sabemos bem, muitas vezes, como lidar com isso. O meu filho trouxe-me essa paixão. Um sentimento diferente daquele que temos pela nossa cara metade, pela nossa família ou pelos nossos amigos. Aquele amor que dá vontade de estar sempre ali, mas sem abafar.
 
O meu filho ensina-me a olhar o Mundo de forma diferente.
 
O Mundo que nos rodeia é um espaço estranho, cheio de curvas e obstáculos. Há a tentação de o tentar moldar, quase de o esconder dos nossos filhos para que eles só se apercebam mais tarde, quando tiverem mais maturidade para analisar. Na maioria das situações sim, estou de acordo, mas há coisas que as crianças devem perceber desde cedo, sobretudo sobre relação com as outras pessoas. O que o meu filho me ensinou foi a encarar esta relação com mais compreensão, mais benefício da dúvida. A sua ingenuidade ajuda a perceber que já percorremos esse caminho e isso ajuda a proteger-nos.
 
O meu filho ensina-me a ser um bom Pai.
 
Naquelas alturas em que precisamos de nos focar, de encontrar de novo o Norte e de percebermos o que nos move, é nessas alturas que eu olho para ele e digo “Eu sei bem o que quero na vida”. O trabalho diário, as preocupações, os atritos, enfim aquilo que nos preenche o dia mas que ao fim e ao cabo é apenas o cenário da nossa vida e não a vida propriamente dita. Demasiada filosofia? Talvez, mas para mim o centro do Mundo é sem dúvida a família e quando o meu olhar se desvia, o meu filho está lá para me puxar novamente para o mais importante.
 
Há quem diga que os filhos nos ajudam a relativizar, a colocar a importância certa nas coisas e encontrarmos o tal foco, o tal sentido da vida. Acaba por ser uma responsabilidade grande para seres tão novos e inocentes, mas é assim que o ser humano se renova e só quem não é muito inteligente é que não consegue tirar partido de ser Pai. Eu nunca tive uma ideia que pudesse mudar o Mundo, mas ser Pai dá-me a possibilidade de contribuir para um Mundo melhor, porque estou a influenciar e ao mesmo tempo aprender com alguém que vai ter as suas ideias e quem sabe uma delas até possa mesmo mudar o espaço em que vivemos.
 
O Pai

Pai, senti a bebé a mexer-se na barriga

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É um dos momentos mais esperados da gravidez, o momento em que a bebé dá o primeiro pontapé dentro da barriga da Mãe. Normalmente acontece por volta das 20 semanas, no nosso caso foi mais ou menos por aí. Não posso descrever totalmente a sensação, mas por aquilo que a Mãe me transmite é das experiências mais marcantes para uma mulher.

 
Eu ali ao lado, fico sempre à espera da oportunidade para sentir os tais pontapés, as ondulações e às vezes até se nota que a bebé está a mudar de posição. Acabam por ser as primeiras interações, as primeiras sensações que nos provam, se dúvidas houvessem, que está ali alguém muito precioso.
 
Já escrevi que a primeira reação do nosso filho à noticia que iria ter uma irmã não foi muito efusiva, pelo contrário, o miúdo ficou confuso e sem saber bem o que pensar. A interação começou a aparecer, seja quando compramos qualquer coisa para a bebé, quando falamos nela e ultimamente quando ela se mexe na barriga da Mãe. Aí ele junta-se pertinho da Mãe, aconchega-se e de uma forma que nos derrete completamente, coloca a sua mão sobre a barriga e quando sente um movimento fica parado, de olhos arregalados a contemplar aquele momento.
 

“Mãe, como é possível, estou a sentir a mexer”, diz o menino! Nós ficamos ali os dois a olhar para um cenário que dentro de pouco tempo será ainda mais interessante de seguir, de estar ali ao lado a ver.

 
Há dias, numa das minhas leituras sobre gravidez, fiquei a saber que os bebés podem chorar dentro da barriga da Mãe. Que bocejavam, que espirravam e que se mexem de todas as maneiras já eu sabia, mas chorar? Nunca tinha pensado nisso.
 
Percebe-se que os sentimentos estão lá, que o estado de espírito e humor da Mãe se reflete no bebé e este manifesta-se com movimentos, mas lá dentro da barriguinha outras formas de expressão se começam a vislumbrar.
 
É através do choro que os bebés se expressam, quando estão mal dispostos, têm fome, têm sono ou a fralda suja. Agora fiquei a saber que, mesmo antes de nascer, os bebés treinam a sua forma de expressão mais comum.
 
Voltando ao movimentos dentro da minha barriga preferida. O momento mais divertido é quando a Mãe se deita para dormir. Aí começa a festa e o Pai a adorar. Chego a fazer brincadeiras, toco de um lado e tenho resposta do outro lado da barriga. Sinto uma ondulação, dou um toquezinho e sinto logo mais uma ondulação. A Mãe não acha muita piada porque quer dormir, eu do meu lado já não adormeço sem esta “brincadeira”.
 
O Pai