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O melhor Pai do Mundo

Ser Pai é uma experiência que merece ser partilhada. Este espaço é dedicado a todos os Pais que receberam dos seus filhos o título de "O melhor Pai do Mundo".

Pai, já leste o meu email?

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Já escrevi aqui no blog que sou a favor da utilização da tecnologia na Escola. Seria um contra-senso colocarmos à parte algo que está ligado à nossa vida e claro à vida dos nossos filhos. É frequente ouvir que as crianças passam demasiado tempo em frente aos dispositivos, sejam telemóveis, tablets, computadores ou consolas.

 
Mas o que é demasiado tempo? O que é que deixam de fazer ou brincar para estarem colados aos ecrãs? Nas várias fases do crescimento de uma criança, os dispositivos são encarados de forma diferente. Os mais pequenos olham para esses aparelhos como um brinquedo. Tem som, tem cor, tem movimento, estimula vários sentidos. Quando crescem, já olham para os jogos, um pouco para os vídeos, sobretudo musicais.
 
Lá para os 7 ou 8 anos, os dispositivos são uma fonte de informação. O Youtube é utilizado para saber de tudo. Perigos? Muitos, mas aqui os Pais devem estar muito próximos a explicar o que deve e não deve ser visto. Já escrevi sobre este assunto na história “Pai, olha este vídeo no Youtube”.
 
Agora a utilidade é outra. O meu filho deixou este ano de ter manuais em papel. Tem um tablet com os manuais digitais e é ali que se centra a atividade. Não vejo nenhum inconveniente, pelo contrário. O miúdo está super entusiasmado, todos os dias descobre coisas novas e começa a perceber que a tecnologia não é só para brincar.
 

Por entre as muitas descobertas, conheceu o email. Sim essa forma de comunicação que já faz parte do nosso dia a dia quase como o respirar.

 
Antes dele nascer eu criei-lhe um endereço de email! A Mãe na altura nem acreditou, mas hoje, já me perguntou quando é que eu crio o da bebé que está a chegar. Ou seja, desde o primeiro dia de vida que em todas as informações pessoais do meu filho consta o seu email. Hoje, passados 8 anos começou a utilizá-lo…finalmente.
 
Na semana passada, nos primeiros dias de aulas, estávamos curiosos em perceber como estava a correr este regresso. Num desses dias fui recebido com um “Pai, leste o meu email?” em vez do abraço apertado que normalmente ele me presenteia.
 
O primeiro email da vida do meu filho foi enviado para mim! Mãe desculpa, mas este momento é meu! De facto eu tinha recebido o tal email durante a tarde. Era uma frase apenas, sem assunto. Fiquei uns segundos a contemplar. Eu sei, foi apenas um email, mas é como se tivesse sido uma primeira palavra.
 
“Pai logo temos de pesquisar sobre a cidade de Lisboa. beijo”
 
Foi com esta frase curta que registei o momento. Depois dessa mensagem, outras se seguiram, mais elaboradas, com emojis, com imagens. Até já enviou mensagens para a Mãe, para a Tia e até para o Avô para combinar a saída da Escola. Descobriu há dias e hoje já utiliza como se já conhecesse há anos. Não fico impressionado, apenas vem comprovar que fugir da tecnologia ou encará-la como algo mau é, nos dias que correm, contra a natureza dos nosso filhos, pois eles são os verdadeiros nativos digitais.
 
O Pai

Pai, é preciso ter coragem para ter filhos?

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Recordo-me perfeitamente que quando soube que ia ser Pai pela primeira vez, várias pessoas próximas e menos próximas me diziam “Agora é que vai ser” ou “A tua vida vai mudar”. O tom dessas afirmações parece que previam algo surpreendente e até assustador.

 

Não há dúvida para nenhum Pai ou Mãe que os filhos mudam a nossa vida. E também ninguém duvida que é para melhor, certo? Agora, uma coisa é certa, é preciso coragem para ter filhos. Isso sim, é a mais pura das verdades.

 
Quando anunciamos a nossa segunda gravidez 8 anos depois de termos sido Pais pela primeira vez, foi uma surpresa para muitas das pessoas que nos rodeiam. A diferença de idades é grande de facto, mas isso não pesou no nosso desejo de sermos Pais outra vez.
 
A nossa vontade de ser novamente Pais apareceu há uns anos. Antes do primeiro tínhamos apontado para os dois filhos como o número que gerava consenso, eu queria pelo menos 3 e a Mãe queria 2. Nestas coisas eu não me importo de fazer cedências. Aconteceu que a nossa vida passou a ter outras prioridades, não olhámos para o crescimento da família como prioridade e o tempo foi passando.
 
De há três anos para cá decidimos que queríamos mesmo outro filho e deixamos a natureza atuar. Confesso que já estávamos a perder a esperança que viesse a acontecer, até que uma estrelinha resolveu aparecer na nossa vida e aqui estamos a aguardar a chegada da princesa.
 
Os comentários que recebemos andaram à volta disto: “Vais voltar às fraldas!” ou então “Prepara-te para voltares a ficar noites sem dormir.” e outros do género. Vendo as coisas pelo lado positivo o voltar a fazer algo que nos apaixona não é mau. Que vai custar? Vai de certeza, mas já temos uma primeira experiência para nos ajudar. Que vai ser diferente da primeira vez? Vai, não há bebés iguais e mesmo nós somos pessoas diferentes.
 
Numa coisa estou completamente alinhado com a Mãe e com o nosso filho, vamos desfrutar ao máximo dos tempos que aí vêm, vamos receber a menina de braços abertos e integrá-la na nossa vida.
 
Se vamos precisar de muita coragem? Claro, mas isso é o dia-a-dia do Pai e da Mãe. Ter coragem, ter conhecimento, confiar no instinto, não ter medo de errar, não querer ser perfeito, não criar os filhos à nossa imagem, ter paixão, amar…
 
O Pai

Pai, também quero ir ao concerto dos U2

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Nos meus tempos de infância lembro-me dos meus Pais terem uma aparelhagem com discos de vinil e aos domingos de manhã havia sempre música lá em casa. O domingo era o dia em que a família estava reunida. O meu Pai trabalhava por turnos e durante a semana tinha horários desencontrados com a minha Mãe, por isso era raro estarmos todos juntos.

 
Lembro-me da minha Mãe cantarolar as baladas românticas e o meu Pai ouvir vezes sem conta os Dire Straits e eu gastava o vinil todo da banda sonora do D’artacão.
 
A música começou a ser uma influência para mim bem tarde na adolescência. Mesmo tendo crescido a ouvir música, nunca despertei um interesse especial. Isto até ao dia, no longínquo ano de 1996, um amigo meu tinha um CD no seu walkman. Estávamos numa aula bem chata e ele dividiu comigo os “phones”. A aula era de 50 minutos e deu perfeitamente para ouvir o CD todo.
 

Acabou a aula, o meu amigo guardou o CD na caixa e aí fiquei a saber o que tinha estado a ouvir. A banda chamava-se U2 e o álbum era o “Achtung Baby”. Pedi-lhe o CD emprestado e levei-o para casa. Mal cheguei ao meu quarto, coloquei o CD na minha aparelhagem e voltei a ouvir… mais umas 3 vezes.

 
Quem olha à distancia para os U2 tem alguma dificuldade em perceber como é que esta banda, que atravessa várias gerações, tem fãs tão dedicados. Não sei bem explicar, mas sou daqueles fãs que diz “U2 is my religion”.
 

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Claro que lá em casa há U2 espalhado por cada canto. Um cantinho do meu quarto tem os mais de 100 CD e DVD que tenho da banda. O meu filho já questionou porque é que eu tenho tanta coisa dos U2. Nem eu sei! A Mãe uma vez disse que iria mandar tudo para a garagem. Ficamos sem falar uma semana. :)
 
No domigo dia 16 de setembro vou estar no Altice Arena para o meu quarto concerto dos U2. Todos ocorreram em anos marcantes da minha vida: o primeiro em 1997 na Pop Mart Tour, no antigo estádio de Alvalade, foi o ano em que entrei para a faculdade. No concerto ainda não sabia se tinha entrado e foi lá que fiz as minhas preces. Resultou. O segundo concerto em 2005, já no novo estádio de Alvalade, na Vertigo Tour, pedi a minha namorada em casamento ao som da música “One”. Casamos três anos depois. Cliché, eu sei, mas foi espontâneo. O terceiro em 2010 em Coimbra, no ano em que o meu filho nasceu foi talvez a primeira noite em que ele ficou longe dos Pais…por umas horas.
 
Agora, em 2018, o ano em que vou ser Pai novamente, vou ali estar na plateia a cantar cada verso das músicas que me acompanham há mais de 20 anos e que atravessar a minha vida. Gostava muito de ter a família ali ao lado, seria o cenário perfeito, mas a barriga da Mãe já não permite estas aventuras. Provavelmente vou transmitir-lhe o concerto por telefone.
 
Ok, já perceberam que tenho uma paixão enorme por esta banda. Agora imaginem o que eu sinto quando vou no carro com a família e na rádio passa uma música dos U2. Eu, claro, ponho o volume um pouco mais alto e, no banco de trás vai uma vozinha singela a cantarolar a música. Acreditem que o meu coração começa a bater muito mais depressa.
 
O Pai

Pai, tenho tudo pronto para regressar às aulas

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O regresso às aulas está aí e é aquela altura em que temos de preparar tudo ao pormenor para nada falte no arranque. É a lista dos materiais, são os manuais, é a roupa que deixou de servir, é o novo horário… Enfim, não bastava as férias terem acabado.

 

Por incrível que pareça, nós cá em casa gostamos desta preparação toda. É um assunto em que todos temos de estar envolvidos. Este ano a Mãe tratou dos materiais e eu tratei dos manuais. Muitos materiais deram para serem reutilizados neste ano e isso é muito bom para a carteira dos Pais.

 
Uma das coisas que não deu para reutilizar foi a mochila. A anterior durou dois anos e já estava pequena para o que o miúdo precisa. É um dos materiais mais importantes, pois para além de servir de arrumação para quase tudo, temos de ter em atenção a forma como é transportada. Sempre tive dúvidas sobre qual seria o modelo mais indicado. A oferta é imensa e aqui não nos podemos deixar influenciar pela estética. É na funcionalidade que deve estar centrada a escolha.
 
Ora, nesta escolha, resolvi pedir ajuda à Elsa Morais, personal trainer e professora, que lida todos os dias com a postura no seu estúdio: o Inspire na Av. da Boavista no Porto. A Elsa até escreveu um artigo bem interessante sobre a escolha das mochilas (pode ler aqui). Fui falar com ela e pedi-lhe um conselho profissional. Como achei a sua explicação fantástica, resolvemos fazer um vídeo em conjunto para partilhar estas dicas com outros Pais. Aqui fica o vídeo completo:
 

 
Mochila, check! Agora passamos aos manuais. Este ano é diferente, a Escola deu um passo em direção ao digital e propôs que os manuais fossem digitais. Cada aluno terá um tablet e será nesse aparelho que farão algumas atividades. Eu sou a favor das tecnologias na educação. Seria um contra-senso para uma geração que nasce já a saber lidar com a tecnologia não a utilizar em prol da educação. É também uma forma de precisamente reduzir o peso nas mochilas e até poupar alguns euros, porque os manuais digitais são mais baratos que os em papel.
 

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Manuais, check! Falta uma parte muito importante de todo este processo. Etiquetar todos os materiais. Nos anos anteriores compramos etiquetas brancas e escrevemos o nome do nosso filho em tudo o que era material. Passados uns meses essas etiquetas ou tinham desaparecido, estavam pintadas ou tinham ficado escuras. O nome acabou por rapidamente desaparecer. Não nos podemos esquecer da roupa onde as tais etiquetas brancas não funcionam.
 
Numa das minhas pesquisas descobri o site da Ludilabel. Dei uma vista de olhos e todo o processo me parecia bem simples e até lúdico, porque conseguimos personalizar as etiquetas seja com personagens conhecidas como até com imagens de futebol. Estão a ouvir os sininhos nos ouvidos do meu filho? Quando lhe falei em futebol ele veio para o computador e personalizou as suas próprias etiquetas. Em três passos estavam prontas e a encomenda a caminho.
 

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Material e roupa identificada, check! Ah, já agora, se pretenderem fazer uma encomenda na Ludilabel, utilizem este link, oferece um desconto de 10% na vossa encomenda. A nossa chegou em dois dias, é muito rápido.
 
Fizemos a última verificação dos materiais e tudo estava conforme a lista que a Professora nos mandou. O arranque é literalmente pesado com a mochila dos livros, a caixa com os materiais, a mochila do futebol, a lancheira e claro…a bola de futebol que não pode faltar.
 

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Como referi o envolvimento é de todos e com gosto. Eu sou um apaixonado por material de escrita, os blocos, as canetas e talvez por isso incuti este bichinho no meu filho que cuida sempre muito bem de tudo, mas acima de tudo usa sem medo de estragar, afinal para aprender é preciso utilizar as coisas.
 
Vamos entrar num novo ciclo, voltar às rotinas que se perderam nas férias e entrar com o pé direito em mais um ano escolar.
 
Bom ano para todos os alunos e…para os Pais!
 
O Pai

Pai, tu também estás grávido?

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Desde o primeiro dia da gravidez que me considero um Pai grávido. Quando me perguntam “De quanto tempo está a Mãe?”, eu respondo “Estamos com X semanas”. A admiração é geral e até dá azo a uma gargalhada: “Ah Ah, tu também estás grávido?”.

 
Seria um ato pouco inteligente da minha parte não me envolver em mais este momento único na minha vida. Afinal, quantas vezes é que somos ou seremos Pais? Poucas. Para mim é a segunda e estou a adorar tanto como na primeira, sendo que nesta tenho uma perspetiva mais tranquila e menos ansiosa. Nem tudo é desconhecido, mas continua a ser tudo uma experiência que não poderia desperdiçar por nada deste mundo.
 

Adoro estar grávido! Gosto de conversar com a médica que nos acompanha e ela até confiar em mim determinadas indicações para a Mãe. Eu sei tudo, as semanas, as vitaminas, as medidas, as tensões, os valores dos exames… tudo. 

 
Claro que não faltei a nenhuma consulta pré-natal. Nem nesta gravidez, nem na primeira. Assumi que estaria sempre presente, avisei a empresa disso mesmo e entreguei-lhes desde logo um calendário com as datas previstas.
 
Acompanhar cada passo da gravidez é algo que cada Pai deveria ter como principio. Não meramente porque a Mãe precisa de acompanhamento, mas porque nós homens temos um esforço redobrado em interiorizar que vamos ser Pais. Nós não sentimos o bebé, nós não sentimos as mudanças no corpo ou as oscilações de humor. Com isto quero dizer que o nosso instinto paternal vai sendo construído ao longo do tempo e o tempo de gravidez é a primeira etapa da viagem.
 
Também valorizo imenso o curso de preparação para o parto. Acaba por ser o momento, para além das consultas, em que estamos verdadeiramente a preparamos para sermos Pais. Normalmente este curso é feito por Pais de “primeira viagem”. O mesmo aconteceu connosco, fizemos na primeira gravidez, mas nesta segunda mantemos apenas algumas conversas com a enfermeira que nos acompanhou, só para tirar umas dúvidas e nos atualizarmos.
 
Há dias, fomos ao hospital para uma consulta pré-natal. Foi ao início da tarde, num dia normal de trabalho. Entramos na sala de espera e estavam umas 4 ou 5 Mães bem grávidas. Ao lado de cada grávida estava o Pai. Não falhou um, 5 em 5 estavam ali grávidos também. Acreditem que senti um enorme orgulho em cada Pai que ali estava. Isto sim é uma evolução que o homem foi conquistando. A mulher é sem qualquer tipo de dúvida o centro das atenções, mas ali, na sombra, lado a lado, tem de estar o homem a viver tudo como se fosse ele que tivesse um bebé dentro da sua barriga.
 
Força Pais!
 
O Pai

Pai, já estás a imaginar ser Pai outra vez?

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Esta segunda gravidez está a ser diferente da primeira em muitos aspetos. Primeiro de tudo, a nossa experiência, não só como Pais, mas também como pessoas mais velhas. São mais de 8 anos de diferença e claro que isso pesa.

 
Foram 8 anos de intensas emoções, de aprendizagem diária, de tanto amor para dar e de receber tanto de volta. E agora, como é reviver toda a história?
 
Antes de tudo, importa sublinhar que sempre quisemos ter um segundo filho. Já o queríamos mesmo antes de nascer o primeiro. Depois de sermos Pais, fomos vivendo intensamente cada fase e comentando que cada vez era melhor… e continua a sê-lo.
 
Depois de ter nascido o nosso filhos vivemos vários anos presos ao planeamento. “Daqui a 2 anos vamos pensar” e passavam os anos e nós tínhamos sempre alguma coisa prioritária em que pensar. Fomos adiando. A vida profissional não encaixava no que planeamos para a vida pessoal e assim fomos esquecendo este assunto. Por outro lado, a idade biológica começa a pressionar e era cada vez mais baixa a prioridade.
 

Até que a nossa vida nos deu um sinal quase que a dizer-nos que o tempo passa muito depressa e que se o deixarmos passar estaremos a desperdiçar o melhor que ela tem para nos proporcionar. Entendemos que grandes planos só nos prendem e que planos mais simples nos deixam viver a vida com mais prazer.

 
Deixamos que a natureza nos dissesse se poderíamos ser Pais novamente. Esperamos pacientemente por esse momento sem que isso se tornasse numa obsessão. A nossa vida já era aquilo que sempre quisemos, não haviam os “mas e se”, nem sequer “e estaríamos melhor se”.
 
Num dia, como outro qualquer, a Mãe sentiu aquilo que só mesmo as mulheres conseguem sentir. Do que entendi, não é nada físico, não é uma alteração de humor ou estado de espirito, é uma sensação. “Acho que estou grávida”, disse-me a Mãe sem saber muito bem como seria a sua própria reação. Disse-me primeiro de saber ao certo, para que fosse possível viver aquele momento ao mesmo tempo.
 
“Vamos fazer o teste”, disse-me ela. Eu como sou muito mais emocional lido pior com o “Não”, por isso não concordei no imediato e pedi para esperar. A Mãe compreendeu e não avançamos.
 
Passaram uns dias e o assunto era quase tabu. Era um misto de querer e não querer encarar a realidade. Apenas com o olhar eu sabia que conseguia transmitir o meu medo. O tempo biológico é muito cruel e nunca sabemos quando é que a natureza nos dá a resposta.
 
“Entra no quarto e vê o que te deixei lá”, disse-me quase sem olhar para mim. Foram meia dúzia de metros que percorri em casa. Meia dúzia de segundos em que imaginei toda a minha vida daí para a frente. Como disse, lido mal com o “Não” e por isso só pensei que poderia ser uma coisa muito boa.
 
Entrei no quarto e depressa encontrei o teste de gravidez gentilmente pousado sobre o móvel. Peguei quase sem respirar fundo. Fui com o ar que tinha nos pulmões e com o coração completamente a disparar. Olhei e li “Grávida”…
 

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Não consegui tirar os olhos daquela palavra. Entretanto a Mãe entra no quarto, “Eu disse-te que sentia”. Demos um abraço daqueles em que o silêncio diz tudo. Aquele momento ficou marcado como a primeira etapa desta nova fase da nossa família. Uma fase cheia de desafios em que vão ser necessárias todas as forças, todas as energias positivas para continuarmos a ser felizes como sempre quisemos ser.
 
Eu, Pai de dois filhos! Falta pouco para não ser só imaginação.
 
O Pai