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O melhor Pai do Mundo

Ser Pai é uma experiência que merece ser partilhada. Este espaço é dedicado a todos os Pais que receberam dos seus filhos o título de "O melhor Pai do Mundo".

Pai, nas férias estamos sempre juntos

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Quem não gosta de férias que levante o braço. Vá lá, não estou a ver ninguém.

 
Não escondo de ninguém que o tempo de férias é uma oportunidade para observar outros pais. Pura observação, nada de crítica, até porque cada um tem a sua vida e eu tenho a minha com que me preocupar.
 
Vim passar uns dias a um local tipicamente familiar. É crianças por todo o lado, é choro, é birra, é correria. Tudo o que possam imaginar, aqui onde estamos, tem.
 
A minha observação normalmente pára nos extremos. Por um lado, páro nos Pais super tranquilos, aqueles que mesmo uma birra terrível não os tira do sério. Parece que nada muda e na verdade até parece que as próprias crianças estão mais sossegadas.
 
No outro extremo estão os Pais super nervosos. Os que gritam por tudo e por nada, os que ameaçam se os filhos não comerem, os que ficam algo incomodados porque os seus filhos estão apenas a ser crianças.
 
Como disse, cada qual é como é, mas não me importo de assumir que aprendo sempre qualquer coisa com cada estilo de paternidade. Uma coisa é certa, se passo o ano todo a sonhar com as férias para poder estar em família, então aqueles dias são muito sagrados.
 

Não me enquadro em nenhum dos extremos. Se o primeiro é demasiado relaxado para o meu estilo, o segundo leva-me a pensar que os Pais estejam pouco habituados a estar 24h com os seus filhos e isso deixa-os confusos.

 
Sou do tipo Pai melga. Imaginem um grupo de crianças a jogar a bola e está lá apenas um adulto. Quem é? Eu mesmo. 
 
Mas assim o meu filho não tem espaço para ele, podem pensar vocês. Ele tem o ano todo para estar mais de 10h por dia sem o Pai e a Mãe. Em férias não nos largamos. 
 
Será que a criança pede para ir sozinho brincar com outras crianças? Sim e vai, sem problema, mas maior parte do tempo é nosso, para tudo, para jogar, para brincar, para almoçar e jantar, para conversar, para contar histórias. 
 
Daqui a uns anos, ele vai pedir mais espaço até ao ponto de ir de férias com os amigos. Até lá, somos melgas. 
 
Já agora uma dica para os Pais nervosos em férias. Os vossos filhos também anseiam e muito pelas férias, é normal que estejam alterados tal é a excitação de estar ali com os Pais só para eles, algo que é raro durante a maior parte do ano. Relaxem e deixem as crianças ser crianças e deixe-se ir na onda e entre na brincadeira, é capaz de ajudar. 
 
O Pai

Pai, hoje quero ser eu a contar esta história

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Eu apareci na vossa vida já a vossa história tinha começado. Quando vos conheci, senti que estavam ligados um ao outro de uma forma que apenas com o olhar vocês se entendiam.


Contaram-me que se conheceram enquanto estavam a estudar. Que tu Pai ficaste apaixonado pelo sorriso da Mãe e que a Mãe ficou completamente derretida com o teu olhar.

Sei que namoraram muito, que viajaram e que começaram a fazer planos. Vocês queriam ser uma família e queriam muito ter filhos. Por isso, contaram-me que foram a Paris falar com uma cegonha.

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Pai, esta história dos bebés virem de Paris é muito século passado.

Um dia, mais um daqueles em que a Mãe só queria dormir, resolveram fazer um teste. Nesse dia, vocês disseram ao mesmo tempo “SIM” e a partir desse momento o vosso nome passou a ser Pai e Mãe.

Passado uns meses e depois de alguns pontapés na barriga da Mãe, chegou o dia de conhecer-nos. Estávamos os três ansiosos. Eu não me lembro, claro, mas vocês contaram-me tudo ao pormenor.

Aquele momento em que pela primeira vez vocês me tiveram nos vossos braços, disseram um para o outro “O nosso Mundo mudou”.

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Agora somos uma família.

Brincamos até cair para o lado. Viajamos porque somos muito curiosos. Conversamos sobre os nossos dias e hoje quero contar-vos o nosso novo capítulo.

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O Pai e a Mãe não foram a Paris, resolveram desta vez fazer algo mais mágico. Juntaram uns pózinhos de amor, uma pitada de coragem e o resto dizem que eu vou entender mais tarde.

Reparei que os olhos do meu Pai e da minha Mãe estavam brilhantes como nunca. Estavam os dois a olhar para mim. Eu até fiquei assustado, não tinha feito nenhuma asneira.
 

“Um bebé vai chegar”, disseram-me quase a sussurrar. Fiquei parado uns segundos. Ainda não conseguia acompanhar aquela felicidade porque só pensava nos meus brinquedos e como poderiam ficar todos ainda mais desarrumados.

 

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A verdade é que só acreditei quando comecei a ver a barriga da minha Mãe a crescer e, claro, o meu Pai a fazer-lhe todas as vontades.

Vou ser o irmão mais velho. Ainda não sei bem o que isso é, mas tenho a certeza que aquele bebé vai ter o melhor irmão do Mundo.

O irmão
 


Ilustrações: David Siqueira :)

 

 

 

 

Pai, não entendo bem as meninas

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Bem, isto é um assunto delicado. O meu filho está a crescer, isso já sei (suspiro). Agora, o meu filho começa a perceber que há diferenças entre meninos e meninas e não estou a falar de diferenças físicas.

 
Há dias, fui buscar o miúdo à Escola. Não é habitual, infelizmente, mas nesse dia consegui. Eu já sei pelos relatos do avô que o vai buscar todos os dias que o miúdo vem a 100 à hora quando sai da Escola. Fala de tudo, atropela ideias, palavras, tudo.
 
Ora bem, lá fui buscá-lo e no caminho entre a Escola e o carro começou a debitar tudo o que tinha para contar de um dia intenso (como todos). Para além das peripécias do futebol nos recreios, nesse dia fez-me uma pergunta bem peculiar: “Pai, não entendo bem as meninas”. Não percebi imediatamente o sentido. “Não entendo bem o que pensam”. Ainda fiquei mais intrigado.
 
Será que falaram das diferenças entre rapazes e raparigas na aula de Estudo do Meio? Será que houve asneira e a Professora teve de explicar qualquer coisa? Não estava a perceber ainda onde queria chegar.
 
“Pai, repara. Na minha sala temos várias meninas e elas são muito amigas umas das outras, estão sempre a brincar juntas”. Pois é verdade, nestas idades a separação entre o que gostam os meninos e o que gostas as meninas é cada vez mais acentuada, mas a exclamação ainda estava para vir. “Pai, explica-me porque é que discutem por tudo e por nada, umas vezes estão aos beijinhos e outras estão chateadas?”.
 
Pensei que naquele momento iria ser o primeiro homem na história da humanidade a contar a verdadeira razão pela qual as mulheres são diferentes dos homens. A Mãe ouviu a conversa e ficou em suspenso a olhar para mim à espera do que ia sair dali.
 
“Então Pai, consegues explicar?”. Na verdade não tinha uma explicação clara, algo que permitisse ao miúdo entender. Eu próprio não sei bem. O mundo das mulheres é complexo, assim como o dos homens. Imagino que no cérebro das mulheres existam mais curvas do que no dos homens. Acabamos muitas vezes por chegar ao mesmo sítio em termos de entendimento, mas os homens acabam por ser mais diretos, digo eu!
 

Sem juízos de valor, as mulheres pensam em tudo. A maior parte das vezes, pensam bem à frente do que vai acontecer. Este é uma excelente característica que as Mães têm. Ao invés o homem é um pouco mais reativo, mas por ser mais prático e acaba por encontrar soluções mais rapidamente.

 
Como é que eu explico isto à minha criança. É daquelas coisas que vai ter de aprender com o tempo. Hoje acha estranho, algum dia vai aprender a lidar com isso. Hoje cada género tem o seu espaço, brincam em conjunto e convivem. Amanhã vão querer entender-se melhor, tenho a certeza.
 
Chegados aqui, a minha resposta a esta dúvida existencial foi: “Filho, eu também não entendo muito bem as mulheres”. A Mãe olhou para mim e suspirou e o filho terminou a conversa com um "Ok Pai" quase como um "Não percebes nada disso", o que é verdade.
 
O Pai

Pai, já sei o que quero fazer nas férias

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Imagine que o seu filho chega perto de si e diz: “Nestas férias de verão sabes o que quero fazer?”…”Nada!”.

 

Surpreendente ou talvez não? O nosso ritmo de vida mudou muito nos últimos 30 anos. De certeza se lembra de quando era criança e como passava as suas férias. 

 
Eu lembro-me que como os meus Pais tinham horários desfasados eu passava o final do dia sobretudo com a minha Mãe e a manhã com o Pai. Nos tempos que não dava para ficar nem com um nem com outro, ia para a loja dos meus avós brincar. Recordo-me também de muitas vezes a minha Mãe combinar com as minhas tias para ir brincar com os meus primos, ou então, em último recurso, ficava a brincar com os meus vizinhos, sempre que um adulto ficasse para vigiar.
 
Estou a lembrar-me quando tinha entre os 6 e os 10 anos. Era e continua a ser uma preocupação para os Pais saber como vão ocupar os filhos durante as férias de verão. Mas e se em vez de andarmos preocupados em encontrar a tal ocupação, deixássemos as crianças sem fazer nada programado?
 
É um desafio pensar assim, mas creio que somos um pouco “empurrados” para encontrar atividades que preencham o tempo. Por sentir esta espécie de pressão, nós este ano optamos por experimentar um misto.
 
Temos a felicidade de a família estar aqui mesmo ao lado. Os Avós estão muitas vezes disponíveis para receber o mais pequeno e lhe proporcionar um dia de liberdade total. Sim, os miúdos são especialistas a inventar brincadeiras para ocupar os avós e estes, todos satisfeitos da vida, deixam-nos, literalmente, fazer tudo. Por isso, parte do tempo das férias vai ser passado a mimá-los ao máximo.
 
Na segunda parte das férias a criança vai alargar experiências e conhecimentos. O que é que o miúdo adora (para além do futebol, claro)? Adora criar. E mais? Adora tecnologia? Que criança conhecem que não adora tecnologia? E se pudesse criar, usando a tecnologia e ao mesmo tempo jogar?
 
Então decidimos em conjunto com o nosso filhos fazer uma experiência. Vai criar, com a ajuda da tecnologia, os seus próprios jogos. Sim, é possível. Recentemente descobrimos a Happy Code que é uma escola que ajuda as crianças dos 6 aos 18 anos a desenvolverem competências na área da programação, de simples aplicações para telemóvel ou de criarem pequenos jogos.
 
O miúdo está em pulgas com a possibilidade de criar coisas novas. Uma coisa é certa, vai de certeza ter uma experiência diferente.
 
Finalmente, a parte mais importante de todas as férias. O tempo que vai passar connosco!! Esse sim é o momento alto. Aí vamos mimar e ser mimados, experimentar coisas novas, criar os nossos jogos e chegar ao final do dia contentes por termos feito tudo o que queríamos, incluindo as horas em que estivemos simplesmente sem fazer NADA!
 
Boas férias!
 
O Pai