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Nas últimas semanas temos falado sobre o futuro. Estamos à procura de uma profissão para o mais pequeno. Ainda é novo, mas temos de acautelar o futuro, o dele e o nosso. Brincadeira, claro!
Na Escola estão a falar das profissões e quase todos os dias o miúdo diz "Pai, já escolhi a minha profissão".
Nos livros aparecem as profissões exemplo: o advogado, o médico, o arquitecto, o engenheiro. Acaba por ser uma realidade um pouco datada e muito formatada. Entendo que para apresentar este conteúdo programático seja mais fácil através de exemplos mais comuns, mas a realidade é outra.
Daqui a 20 anos que profissões irão estar nos livros? Certamente que diferentes. O mundo do trabalho está em constante mudança, está a ser moldado pela tecnologia, por formas diferentes de pensar, pela cultura, pela partilha de experiências, num mundo cada vez mais “pequeno” em que as pessoas estão cada vez mais próximas umas das outras.
A professora lançou o desafio aos Pais para irem explicar a sua profissão. Eu aceitei e lá fui. Posso dizer que me preparei bem para o desafio. A minha profissão não vem nos livros e explicá-la não é fácil. Sempre trabalhei em Marketing que é também a área em que sou formado.
O meu filho estava super curioso para perceber de uma vez por todas o que é que o Pai faz. O que é que me faz estar em frente ao computador a desenhar coisas, a fazer vídeos, a ver gráficos, etc. Ele sabia que tinha qualquer coisa a ver com a internet, mas isso é tão vago que ele próprio se sentia confuso. Daí encarar este desafio com ainda mais responsabilidade.
Chegou o dia e ali estava eu em frente a 25 crianças de olhos arregalados à espera do que lhes tinha para dizer. “Quem sabe o que é o Marketing”, comecei eu por questionar. “Vamos ao dicionário para saber”, disse um coleguinha do meu filho cheio de curiosidade. Ali começou a minha apresentação. Em 15 minutos consegui prender a atenção daquelas cabecinhas curiosas. Afinal, uma das mais valias do Marketing é a capacidade de argumentação e nessa área eu domino!
A sala estava rendida. O sorriso do meu filho dizia muito. Para além de finalmente ter percebido o que é que o Pai faz, notava-se um grande orgulho de eu ter conseguido animar todos os seus colegas. Lá apareceu um dedo no ar, uma pergunta vinha a caminho…”Professora, agora estou confuso” dizia um menino lá no fundo da sala. “Diz lá porquê”, disse a professora tão curiosa como eu para perceber qual era a confusão. “Eu já tinha decidido qual iria ser a minha profissão, mas agora acho que quero trabalhar em Marketing”. Foi risota total. Ainda consegui reunir mais uns “Eu também, eu também”.
Terminei a minha apresentação e a aula continuou. Fiquei em pulgas para perceber o que se tinha passado a seguir e mal podia esperar para saber a opinião do meu filho.
Ao jantar o assunto não poderia ser outro. O miúdo contou tudo à Mãe de forma muito pormenorizada. Eu estava babado, ao ponto da Mãe me ter de segurar o queixo para que não se descolasse do resto da cara. Tinha sido um momento alto que dificilmente esquecerei.
“E então, já decidiste o que vais ser quando fores grande?”, perguntou a Mãe. “Já”, como uma pequena palavra nos captou a atenção e nos manteve em suspenso durante uns segundos. “Gosto do Marketing, mas quero trabalhar em informática”. Informática? “Calma, Mãe e Pai, isso é só se não for jogador de futebol”. Ah, agora faz mais sentido.
O Pai