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O melhor Pai do Mundo

Ser Pai é uma experiência que merece ser partilhada. Este espaço é dedicado a todos os Pais que receberam dos seus filhos o título de "O melhor Pai do Mundo".

Pai, vamos brincar

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Aquilo que mais gosto de fazer com o meu filho é brincar. Sem dúvida nenhuma, é das coisas que me dá mais prazer na vida.

 
Nem sempre é fácil acompanhar a energia do mais pequeno. Tem um ritmo acelerado e não perde nenhuma oportunidade para inventar mais uma brincadeira. 
 

Há dias que me sinto cheio de força e entro no espírito, há outros que preciso mesmo de descansar. Gerir o esforço e mesmo o estado de espírito é algo que tento explicar ao meu filho.

 
Explicar que o Pai está cansado e não vai jogar a bola não é nada fácil. Do outro lado é difícil de entender, mas isto faz parte da nossa vida. Nem sempre estamos disponíveis, nem sempre fazemos aquilo que gostamos e nos apetece. É uma frustração que as crianças têm de aprender a lidar.
 
Sempre tentei explicar ao meu filho que o nosso estado de espírito não é para se esconder. Se estamos felizes e cheios de energia, vamos aproveitar, mas se estamos tristes e em baixo, não vamos forçar o nosso corpo e mente a fazer algo que não queremos. É preferível mostrar do que “engolir”, como se costuma dizer.
 
É impressionante como somos formatados a esconder sentimentos. É frequente numa criança expressar uma frustração a chorar e o que é que nós fazemos? Dizemos "Porque estás a chorar? Não chores". Reprimir sentimentos é mau e devemos mudar esta mentalidade. 
 
Voltando à brincadeira. Em 95% das vezes estou pronto para brincar. Os outros 5% o miúdo entende, nem sempre claro, que o Pai está cansado ou simplesmente precisa de recarregar energias. 
 
Preocupa-me a parte física. Estou a perder a forma, normal com a idade a passar, enquanto que do outro lado está uma fonte com cada vez mais força. Fazemos mais intervalos e experimentamos alguns jogos menos físicos, tipo xadrez ou até jogos de tabuleiro.
 
Os Pais quando brincam com os seus filhos estão a ganhar anos de vida, a salpicar o seu dia com momentos coloridos e, mesmo de rastos e exaustos, estão a recuperar energias para os outros desafios do dia a dia. 
 
"Pai, vamos brincar."... e  aí vamos nós. 
 
O Pai

Pai, és mesmo um Pai babado

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O tempo passa e cada vez me sinto mais confiante nesta missão de ser Pai.  Não quer dizer que deixei de ter incertezas e inseguranças, claro que as tenho e isso é o que nos mantém alerta e a querer saber mais. 

 
Ver o meu filho crescer e acompanhar cada momento faz-me bem. É um miúdo com bons valores e muito ligado aos amigos. É bom aluno, gosta de aprender e dá-nos provas diárias da sua felicidade. 
 

Sem dúvida que sou um Pai babado, muito orgulhoso da família que construí lado a lado com a Mãe. Crescemos nos momentos menos bons e gozamos ao máximo os melhores momentos. 

 
Temos aquele sentimento de conquista bem presente. Sem fazer grandes planos, queremos proporcionar uma vida tranquila ao nosso filho, dando-lhe a possibilidade de ir fazendo escolhas, de pensar pela sua própria cabeça. 
 
Por acaso já escrevi que sou Pai babado? Pois já e repito porque é muito sentido. 
 
Sou um observador nato e adoro olhar para a forma como outros Pais lidam com os seus filhos. Não a avaliar, apenas a observar, cada um com a sua forma de comunicar. Nota-se o mais stressado e o mais descontraído, o brincalhão e o sério, o lamechas e o mais frio. 
 
Cada um no seu estilo, o Pai é uma figura incontornável. Pai babado sempre e é isso que mais importa. 
 
O Pai

Pai, o Dia do Pai pode ser todos os dias?

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De volta à realidade depois de um Dia do Pai especial. Nem um plano perfeito iria resultar num dia tão memorável. Decidi juntar o meu Pai e o meu filho numa viagem a Lisboa para participar num programa de televisão. Só a Mãe é que não conseguiu vir connosco, ficou a assistir a tudo à distância. 

 
“Resgatei” o meu filho da escola, visto que já tinha terminado os testes na semana anterior e está quase de férias da Páscoa. “Resgatei” o meu Pai do seu trabalho prometendo-lhe um dia bem passado na companhia do filho e, mais importante, na companhia do neto.
 
A viagem teve música bem alta no carro, uns lanchinhos bem saborosos, brincadeiras e até teatrinhos onde, imagine-se, o pé do mais novo era um personagem de voz grossa e com um perfume bem esquisito.
 
Naturalmente que o blog tem uma visibilidade acrescida neste dia, mas nunca poderia imaginar que  tantas pessoas se iriam cruzar nas minhas histórias. O interesse chegou à televisão e até aos jornais online. O Expresso digital publicou um vídeo muito especial com uma entrevista entre o Pai e o filho. Um entrevista cheia de amor e muito divertida. 
 

 

 
Depois estive no programa Sociedade Civil da RTP2, uma referência do serviço público de televisão, que dedicou o programa aos pais. Estive no programa via Skype e juntei-me a 3 pais partilharam as suas experiências. 
 

 

 
Logo ali ao lado, na RTP1, fui convidado para estar à conversa com a Tânia Ribas de Oliveira e o José Pedro Vasconcelos no programa Agora Nós. Foi aqui que surgiu a surpresa do dia…  Resolveram juntar duas gerações de Pais, eu e o meu próprio Pai. Sim, o avô Manel foi chamado ao programa pelo José Pedro Vasconcelos e representou, sem gaguejar, os Pais da sua geração. Mostrou ali, em meia dúzia de minutos de conversa, porque é realmente um Pai especial, sempre ao lado dos seus filhos.
 
Eu a assistir, mergulhado em orgulho, reforçava as qualidades que conheço desde que nasci. Atrás das câmaras o neto presenciava a um momento insólito, o seu Pai e o seu avô ao mesmo tempo na televisão. Melhor do que as palavras, só mesmo o vídeo com a entrevista.
 

 

 
Após a entrevista, choveram telefonemas, choveram reações. O nosso mundo estava em alvoroço com o que tinha acabado de acontecer. Ainda a sair do estúdio a minha Mãe já estava a telefonar ao meu Pai a perguntar o que se tinha passado. Não tinha conseguido ver o programa e já tinha recebido dezenas de telefonemas a contar que o marido tinha estado na televisão, “O meu marido na televisão? Mas quem lá estava era o meu filho…” explicava sem perceber muito bem o que tinha acontecido.
 
Saímos da RTP rumo ao Norte sempre a falar das peripécias daquela entrevista. O mais novo estava radiante e só dizia ao avô “Vê o teu Facebook, agora és famoso”. O meu Pai estava super orgulhoso. Tinha participado num especial do Dia do Pai e só teve de ser ele próprio, genuíno.
 
A noite começou a cair na viagem de regresso. Estávamos todos cansados daquela aventura. O mais pequeno já dormia na sua cadeira e o meu Pai, sempre ao meu lado, lá ia espreitando as redes sociais que entretanto tinham conhecido aquele que é para mim o melhor Pai do Mundo.
 
Ao chegar a casa, já tarde e depois de deixarmos o avô em casa, ainda arranjamos forças para nos abraçarmos à Mãe que nos esperava cheia de saudades e ansiosa por saber todos os pormenores desta viagem.
 
Logo a seguir, o menino foi dormir e ao aconchegá-lo na roupa da cama disse-me “Pai, será que o Dia do Pai pode ser todos os dias?”. “Sim pode ser…” pensei eu.
 
O Pai

Pai, gosto de ti como és. Feliz dia do Pai

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No dicionário:

Pai: nome masculino; homem que exerce as funções paternas; homem que procriou um ou mais filhos; genitor...
 
Na vida real:
Pai: ser imperfeito, inseguro, cheio de dúvidas, mas com pelo menos uma certeza: um amor incondicional pelos seus filhos. 
 
Por mais imperfeições ou incertezas que o Pai tenha, vai ser sempre e para sempre o Pai. A figura que o filho constrói na sua memória vai acompanhá-lo no seu crescimento. Vai seguir o que de bom e também de menos bom colhe da relação que tem com o seu Pai. 
 
Não adianta sermos diferentes. Não adianta impormos ideias ou ações que sejam contrárias ao que defendemos. Ser Pai é ser humano em estado puro, não se aprende ao ler um livro, não se fica melhor simplesmente por observar os outros. Ser Pai cultiva-se no dia a dia. 
 

Os nossos filhos são os protagonistas da nossa vida e nós não nos importamos com isso. Ajudamos no guião, damos ideias para novas cenas e queremos estar nas mais importantes. Ser Pai é não se importar de ser o ator secundário e fazer brilhar o principal. 

 
À volta das imperfeições do Pai vivem algumas angústias e frustrações. "Eu quero ser um Pai presente, não quero falhar nenhum momento.", exijo ser perfeito, mas não é esta perfeição que os nossos filhos querem. Eles querem que sejamos nós próprios, ele entendem quando tentamos o impossível e dizem-nos "Não te preocupes, está bem assim". Eles não nos pedem nada, nós é que nos exigimos dar. 
 
Não conheço ninguém que tenha esgotado o amor que tinha para dar a um filho, mas sei que há País que nunca o conseguiram expressar. Dizer a um filho "Amo-te" é tão valioso, tão sentido que de certeza o vai marcar para sempre. Diga-lhe todos os dias!
 
Pais, assumam as vossas virtudes, assumam as vossas fraquezas, expressem o que sentem, não oprimam os sentimentos. Se há pessoas para quem devemos ser transparentes, essas pessoas são os nossos filhos. 
 
Seja Pai (ponto), os seus filhos vão amá-lo assim. 
 
Feliz dia de todos os melhores Pais do Mundo. 
 
O Pai

Pai, como te sentes com 40 anos?

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Os 40 anos sempre me pareceram um cenário distante, destinado a outras pessoas. Sempre me abstraí da idade, exceto quando precisamos dela para ter acesso a algo, como carta de condução ou um filme no cinema. 

 

Há quem diga que os primeiros 40 nos preparam para realmente vivermos a vida a partir daí. É nos primeiros 40 que vivemos as experiências que mais nos marcam, que definem a nossa personalidade. Verdade, é um facto que as vivi. 

 
Nunca tive uma lista de coisas que queria fazer antes do 40. A vida foi-se moldando aos acontecimentos, fiz alguns planos, mas deixei fluir, sem compromissos obsessivos de "Até aquela idade tenho de...". 
 
Claro que tenho os meus momentos, as experiências que guardo e que nunca vou esquecer. 
 
Lembro-me das casas onde vivi com os meus pais, do primeiro carro que o meu Pai comprou e da primeira viagem que fizemos com ele... que aventura! 
 
Lembro-me quando a minha mãe me disse que ia ter uma irmã, quando ela nasceu e o amor imediato que senti por aquela menina... que hoje é a minha melhor amiga. 
 
Lembro-me quando o meu clube de futebol foi campeão europeu e que vi o jogo ao lado do meu avô que me passou a paixão pelo clube. 
 
Lembro-me dos tempos na faculdade, de como me formei como profissional dos amigos que fiz e como lá conheci a mulher da minha vida. 
 
Lembro-me de todas as experiências profissionais, cá em Portugal, no estrangeiro. Os desafios, a vontade de evoluir e de estar sempre a aprender.
 
Lembro-me do dia mais marcante da minha vida, o dia em que fui Pai. Lembro-me de cada detalhe desse dia, principalmente do momento em que peguei no meu filho recém nascido e pensei “O meu Mundo mudou e está aqui nos meus braços”.
 
Tudo isto são memórias, momentos que nunca vou esquecer. Daqui para a frente a vida continua cheia de desafios, repleta de sonhos por concretizar. Quero continuar a guardar memórias inesquecíveis.
 
Hoje faço 40 anos. Provavelmente já vivi metade da minha vida. Se assim for, acredito que esta segunda metade vai ser igualmente extraordinária.
 
O Pai

Pai, quando fores velhinho vou tratar de ti

 

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Não me considero um velho. Por acaso tenho uma forma bem particular de olhar para a idade, acho que está ligada ao estado de espirito. Há dias que me sinto com 60 anos ou mais, outros na casa dos 30 e ainda aqueles que é como se tivesse menos de 20 anos.

 
Detesto ser catalogado pela idade. Há dias fui a uma consulta de oftalmologia e o médico disse-me que a minha visão estava bem, dentro do possível, mas que daqui a 2 anos iria começar a piorar. Eu perguntei-lhe se isso é certo, se em 2 anos haverá alguma mudança que originará um agravamento na visão. Ele disse-me que a partir de certa idade isso normalmente acontece. Terminei o assunto de uma forma muito taxativa: “Sr. Dr. eu trato-me bem por isso vou enganar a idade”.
 
Claro que temos de acreditar na ciência e na sua capacidade preditiva, mas não devemos viver obcecados com isso, sob pena de os anos passarem por nós sem nos apercebermos.
 

É um facto que a população está a envelhecer e que a taxa de natalidade teima em não subir. Eu fui Pai com 30 anos, quer dizer que aos 60 o meu filho terá 30. Como é que eu vou olhar para os meus 60 e para os 30 do meu filho? E qual vai ser a sua perspetiva?

 
“Pai, a partir de que idade é que as pessoas são velhinhas?”, perguntou-me um dia o meu filho. Respondi que as pessoas ficam velhas quando se sentem velhas. Claro que não percebeu, estava à espera de um número, que é mais ou menos o que toda a gente espera, ou seja, parece que existem patamares: dos X aos X és adulto depois dos X aos X és idoso. Para mim vai continuar a ser X porque depende de cada pessoa.
 
Num daqueles diagnósticos que fazemos no ginásio sobre os índices do nosso corpo, como o índice de massa muscular ou de massa gorda, existia um coeficiente que indicava qual era a idade biológica da pessoa. Por trás dessa fórmula existem decerto estudos que, mais uma vez, catalogam os factores. Nem tentei perceber como era calculada a idade biológica, fixei-me apenas no valor.
 
A fórmula dizia que eu tenho menos 10 anos do que a idade que o meu cartão de cidadão apresenta!! Como é que acham que eu fiquei? Saltei de alegria? Abracei-me à primeira pessoa que me apareceu à frente? Tirei uma foto ao ticket e partilhei com o mundo?
 
Nada disso, guardei o papelito que me entregaram e mais tarde dei-o ao meu filho. “Pai, afinal és bem mais novo do que eu pensava!”, disse-me antes de fazer as mil e uma perguntas sobre como era aquilo possível.
 
Respondi-lhe quase da mesma maneira que descrevi mais em acima nesta história: “A idade de cada um depende da forma como nos sentimos”. A criança ficou a olhar para mim a processar esta filosofia que o Pai lhe tinha transmitido. Processou e processou…
 
Depois de tanta reflexão, lá saiu a preocupação “Pai, não quero que fiques velhinho”. Aproveitei para explicar que cada pessoa tem de se tratar bem, ter uma vida equilibrada e procurar ser feliz em todos os aspetos da vida. “Pai, fica prometido, quando fores velhinho eu vou tratar de ti”. Já posso envelhecer à vontade.
 
O Pai

Pai, porque é que mudas de canal nestas notícias?

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É um tema que como Pais devemos refletir: devemos deixar que as nossas crianças vejam o mundo que as rodeia tal e qual ele é? Há quem diga que sim, que os prepara para os problemas, que os ajuda a crescer e que lhes dá uma perspetiva fora da redoma que normalmente os Pais criam. Há que diga que não, que progressivamente elas vão ter acesso à realidade, que vão perceber melhor o que se passa e a idade traz-lhes capacidade de relativizar.

 

Expor o meu filho à realidade nua e crua é arriscado. Nem tudo o que se passa ele vai perceber como os adultos percebem. O mundo das crianças é muito plano, há um bem e um mal, há um certo e um errado, mas não existem segundas intenções, interesses paralelos ou diferenças ideológicas. Há muita inocência que se deve manter enquanto são crianças.

 
Como naturalmente acontece nas vossas famílias, vemos televisão todos juntos, sobretudo quando estamos a preparar o jantar ou mesmo durante, por entre as nossas conversas. As notícias são normalmente o que vemos. Por vezes há uma ou outra que nos chama a atenção, ficamos mais atentos e quando termina voltamos à nossa conversa. Porém existem aquelas notícias que nos captam a atenção e quando terminam ficamos a pensar, ficamos em silêncio e refletimos sobre o que acabamos de ver e ouvir.
 
Lá vem um comentário “O que se passou ali, não percebi bem.”, o mais pequeno a tentar perceber o que acabou de ouvir. Tentamos explicar de uma forma que ele consiga perceber, mas nem sempre é fácil e terminamos muitas vezes a dizer “Isto é assunto de pessoas adultas que as crianças só mais tarde vão perceber”.
 
O mais difícil é explicar imagens. A crueldade de uma imagem é muito mais incisiva que uma narração ou um depoimento. A imagem fica na memória, não é preciso imaginar, está ali a realidade.
 
Quando o jornalista começa “E a situação na Síria continua…”, procuramos rapidamente o comando da televisão para mudar de canal. É que não conseguimos encontrar uma explicação para que a criança perceba. Escondemos a realidade? Sim. Não lhe mostramos o mundo real? Não.
 
É assumido. Poupamos o nosso filho a esta violência. Nem vou comentar os acontecimentos, não consigo sequer racionalizar tal coisa. Como é que explico a uma criança que se matam pessoas por interesses políticos, religiosos e afins. Simplesmente não consigo. Tenho medo de não saber responder à pergunta “Pai, o que podemos fazer para evitar o que está a acontecer”.
 
É uma fraqueza, admito. Escondermo-nos numa simples mudança de canal e tentarmos esquecer o que se passa. Desculpa filho.
 
O Pai