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O melhor Pai do Mundo

Ser Pai é uma experiência que merece ser partilhada. Este espaço é dedicado a todos os Pais que receberam dos seus filhos o título de "O melhor Pai do Mundo".

Pai, tu nunca sabes onde deixas o carro

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Leram o título, clicaram para gozar comigo, certo? Sim, é verdade eu já perdi o meu carro num parque de estacionamento…várias vezes.

 

Eu sei que é ridículo, mas já cheguei a tirar fotografia do lugar onde tinha estacionado o carro para não me esquecer. Acho que não será preciso dizer que isto só me acontece quando ando sozinho, o que é raro. Deixo sempre esta memorização para quem me acompanha, porém, fartos de servir de lembrete, já me pregaram várias partidas.

 
Um dia estacionei o carro num determinado centro comercial e apostei como não me ia esquecer. Como era uma aposta, não valia tirar foto ou registar o lugar onde tinha ficado o carro. Fomos passear e quando viemos embora, a minha companhia, os cúmplices Mãe e filho, sugeriram irmos pelo elevador para o parque. Eu, feito anjinho, lá caí na armadilha.
 
Saímos no piso -1 e lá fui cheio de confiança para o lugar F8. Tinha decorado, tinha a certeza que não ia falhar. Chegado ao F8 reparei que o carro que lá estava não era o meu. Gelei! Como era possível? Será que me roubaram o carro? Pensei em tudo numa fração de segundo.
 
“Tens a certeza que foi aqui que deixaste?”, disse a Mãe. Reparei nos olhares cúmplices entre os dois, misturado com risadas do mais pequeno. Comecei a desconfiar. Enquanto andava ali às voltas, a criança entrou na brincadeira: “Pai, de certeza que foi no F8 (Hi Hi Hi)?”.
 
“Ok, desisto”, tinha-me rendido. Comecei a achar que tinha mesmo confundido o local e não queria estar à procura muito mais tempo.
 
Já perceberam o que aconteceu, não já? Mandaram-me para o andar errado e fizeram-me fazer figura de maluquinho à procura do carro. Foi risada geral.
 
Não tenho mesmo emenda. Não posso contar comigo para decorar estas coisas. Já cheguei uma vez a ir a pé para a entrada dos carros para percorrer o caminho que tinha feito de carro para encontrá-lo. Por estas e outras histórias,  a criança já revelou que sai à Mãe. É ele que fica responsável por saber onde deixamos o carro e acrescenta a esta competência a de saber como estão organizados os supermercados.
 
Está a crescer um rapaz prendado…
 
O Pai

Pai, eu consigo fazer tudo o que tu consegues

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Por vezes fico com a sensação que o meu filho se sente cada vez mais confiante com aquilo que consegue fazer, seja por aptidões físicas, seja por aptidões intelectuais. Fico também com a sensação que se compara comigo e com a Mãe em muitos aspetos. Será sinal que quer crescer mais depressa? Acho que sim!

 

Os miúdos vivem em comparação constante. Entram numa fase em que é frequente o “Eu sou melhor do que tu.”. É algo que os desgasta, mas faz parte do seu crescimento. Reparo que este comportamento chega a casa e nós os Pais somos colocados quase ao mesmo nível que os amigos na Escola.

 
Há dias, estava eu a fazer um pequeno arranjo em casa. Coisa rara, diga-se. Sou um pouco avesso a bricolage e sempre que a tarefa é (pouquinho) mais difícil chamo o meu Pai à ação. Por falar nisto, confesso, que este minha inaptidão para a bricolage e afins é algo que deixa uma pequena frustração no meu Pai. Ele bem tentou ao longo dos anos incutir-me alguns conhecimentos. Ele é eletricista, picheleiro, pintor, mestre de obras, enfim os sete instrumentos e eu um zero à esquerda para quase tudo. Nem tudo fica perdido, quando não sei, não invento e chamo o meu Pai. Ele até gosta!
 
Nesse arranjo que estava a tentar não desarranjar, precisei de ferramentas. Temos daqueles kits do IKEA com as ferramentas básicas. Desapertei uns parafusos, dei umas marteladas e nada. O miúdo estava mesmo ali ao lado, tão perto que lhe tive de pedir para afastar as mãos quando estava a martelar.
 
Ao ver que eu não estava a conseguir, disse-me “Pai, deixa-me tentar, eu até já vi o avô a fazer isto.”. Pois, compreendo, eu não sou a referência para este tipo de coisas e ele teve a oportunidade ideal para se chegar à frente e demonstrar que sabe, mais até que o Pai. Não será preciso dizer que tivemos de chamar o avô para resolver este desarranjo.
 
Este é apenas um exemplo daquilo que tenho reparado ultimamente. O miúdo chega-se à frente para quase tudo, quer ser útil, quer ajudar. Entra também com frequência nos debates, sejam sobre assuntos do quotidiano, seja algo que esteja a dar na televisão ou que ouvimos na rádio a caminho da Escola.
 
Eu vejo isto como um bom sinal, obviamente. Sempre que na medida certa, que não ache que pode mais do que realmente consegue ou que sabe o que na verdade não percebe. Nós fomentamos esta participação e cada vez mais o vamos fazer.
 
O Pai

Pai, tu e a Mãe ainda são namorados?

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No dia de S. Valentim anda tudo em azáfama para planear estar com a sua cara metade. Os restaurantes estão cheios, as floristas sem mãos a medir, as rádios e as televisões a promover perfumes e afins. Há quem diga que é mais um dia para gastar dinheiro, olhando apenas para a vertente comercial. E o AMOR, alguém olha para o amor?

 

"Dia dos namorados é todos os dias", diz um namorado que quer tirar pressão do dia 14 de fevereiro. “Quem me dera que fosse sempre dia dos namorados”, diz a namorada mais carente e necessitada de atenção. Tudo isto me suscita uma pergunta: “Afinal, até quando somos namorados”.

 
Mesmo depois de ter casado, sinto-me enamorado pela minha cara metade que acumula funções como Mãe do meu filho.
 
Na visão da criança, o Pai e a Mãe já não são namorados. Casaram-se e por isso passaram para outro patamar. É frequente ouvir “Pai, ainda andas de mãos dadas com a Mãe, mas vocês já não são namorados!” ou então “Pai, pára de dar beijinhos na boca da Mãe, isso é só para namorados!”.
 
Curiosa a perceção da criança para estas coisas. O que lhe explicamos é que o Pai e a Mãe continuam a namorar. Mesmo com um novo elemento que veio colorir ainda mais a nossa relação ou pelo facto de termos casado ou de sermos Pais, não deixamos de ser namorados.
 
Realmente, muita coisa mudou desde que começamos a namorar. Conquistamos inúmeras coisas, crescemos juntos, construímos uma casa e uma família. Termos celebrado o nosso casamento foi um momento de partilhar a nossa felicidade com família e amigos e oficializar a nossa relação. Termos sido Pais foi um desejo muito alinhado entre os dois. Queríamos muito passar a nossa paixão para um filho.
 
Quando nasce um filho há muitas mudanças e é normal que os Pais passem para segundo plano e a própria relação se ressinta. Nós envolvemos desde sempre o nosso filho, nas nossas saídas para jantar, para viajar e em quase tudo somos os três. Claro que, momentos a dois são muito importantes, não acontecem com muita frequência, é certo, mas temos a felicidade de os avós estarem próximos e sempre disponíveis para ficarem com a criança.
 
O amor é um elo de ligação entre as pessoas e é um sentimento que precisa de ser cultivado. Numa família com filhos, a união e a harmonia entre Pai e Mãe é a balança para que tudo funcione bem e para que a felicidade apareça. O amor tem de ser cuidado, como se de uma flor se tratasse, todos os dias e não somente em dias especiais.
 
“Sim, o Pai e a Mãe ainda são namorados e vão continuar a ser.”, esta é a minha resposta para a curiosidade da criança.
 
O Pai

Pai, no Carnaval quero ser um Stormtrooper

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Somos um bocadinho indiferentes ao Carnaval. Nunca nos deu aquela febre de procurar disfarces e festas para celebrar o Carnaval. Porém, desde que fomos Pais despertou um novo sentido. Provavelmente por vermos outras crianças vestidas, pelas roupas que são bem engraçadas. Ou seja, o interesse no Carnaval surge por apelo das crianças, isso é certo.

 

A primeira vez que vestimos o nosso filho, escolhemos um fato de Pato Donald. Estava espetacular, especialmente o rabo de pato que abanava cada vez que ele andava. Tinha dois anos e fez furor por onde passava.

 
Nos anos seguintes, por via das festas na Escola, demos sempre a escolher a fantasia. Ideias nunca faltaram, eram até bem arrojadas.
 
Ora bem, já tivemos um piloto de automóveis, mais concretamente um Faísca Mcqueen. Todo vaidoso, lá andava ele a piscar por todo o lado (sim, o fato tinha luzes).
 
O ano passado fizemos nós o fato. Vejam lá se adivinham: camisola amarela, jardineiras de ganga e uma máscara também amarela com apenas um olho... Já adivinharam certamente: foi um Mínimo. 
 
Foi um desafio interessante e todos participamos, até a Avó que fez corte e costura nas jardineiras.
 
Este ano, achávamos que a vontade de ir vestido no Carnaval iria quase desaparecer. Mas não! "Pai, este ano quero vestir-se de alguma coisa do futuro.", do futuro disse eu?!?
 
Bem, começamos a falar. Passamos por robôs, astronautas, droids, foguetões… Pensamos no Buzz Lightear do Toy Story, “Pai, esse não.”. Depressa saltamos para o universo Star Wars, muito rico neste assunto relacionado com o futuro. Achei que ia falar do lado bom da força, mas as opções foram contrárias. Até nem somos daqueles fãs que sabem tudo sobre a saga. Recordo-me bem do momento em que vi uma das cenas mais famosas: "Luke, eu sou o teu Pai".

Ora bem, eu vi os filmes todos, mas não passa disso. Acredito que com tudo o que rodeia os filmes, faz com que crianças que até nunca viram um filme gostem das personagens, adereços e afins.
 
“Pai, quero ser um Stormtrooper”, disse-nos cheio de convicção. “Quem?!?”, disse prontamente a Mãe. “Esse é do exército dos maus, tens a certeza?”, perguntei eu. “Pai, é dos maus, mas sei que um deles passou para os bons.”. Não estava a contar com este nível de detalhe.
 
Perante tão fortes argumentos, lá fomos nós à procura de um fato de Stormtrooper. Esperem pelos dias de Carnaval para verem um soldado do lado negro da força.
 
O Pai