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O melhor Pai do Mundo

Ser Pai é uma experiência que merece ser partilhada. Este espaço é dedicado a todos os Pais que receberam dos seus filhos o título de "O melhor Pai do Mundo".

Pai, conta-me uma história de amor

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Esta não é uma história de "Era uma vez…", mas há reis e rainhas, príncipes e princesas. É uma história real, uma das minhas preferidas de todas as que conheço, talvez porque tenha entrado nela desde o meu primeiro dia de vida. Esta é a história de amor dos meus Pais!

 

Há 40 anos, os cometas alinharam-se para presenciar a união de dois seres humanos completamente apaixonados. A noiva, uma bela menina de 20 anos com os mais belos olhos azuis que o reino já alguma vez tinha visto. O noivo, um rapaz franzino de cabeleira farta, dono de um sorriso arrebatador.

 
Tinham-se conhecido num baile uns 4 anos antes. Timidamente o rapaz estendeu a mão a uma bonita donzela um pouco envergonhada e que se tentava esconder dos pedidos para dançar. Naquele momento em que as duas mãos se tocaram, os dois jamais imaginavam que seria um dos momentos mágicos das suas vidas. Olharam-se olhos nos olhos, sorriram um para o outro e era como se aquele baile estivesse reservado apenas para o dois, todas as pessoas tinham desaparecido.
 
A partir daquele dia, nem o rio que os separava constituída obstáculo a que os seus corações estivessem juntos. Muitas pedras de calçada percorreu o rapaz para ir visitar a bela donzela, por entre túneis e até pontes feitas de ferro, fizesse frio, chuva ou sol, aqueles dois estavam unidos pela paixão.
 
Um dia, o rapaz acordou com uma decisão na sua cabeça. A menina que vivia do outro lado do rio era a sua paixão e não a queria ver longe por mais tempo. Depois de mais uma viagem até à outra margem, o rapaz decidido pediu para falar com o Pai da donzela e pedir-lhe a mão da filha em casamento. O Pai surpreso com tamanha coragem, olhou a filha nos olhos e viu lá escrita a resposta. “Se a minha filha aceitar casar contigo, eu autorizo”. Ainda o Pai não tinha acabado a frase e já a linda donzela estava a responder “Claro que quero”.
 
Apressados pelo amor que os unia, o casamento foi organizado em pouco tempo. Todos os presentes testemunharam o quão especial era aquela união. Tão especial que até a paixão já tinha despontado uma semente. Existia um pequeno ser dentro da pequena barriga da noiva…(aqui entro eu nesta história).
 
O amor de duas pessoas evoluiu para uma jovem família. Toda aquela paixão tinha crescido e tinha-se espalhado para um novo ser. O fruto do amor era um rapaz que se intrometeu na vida dos dois. Receberam-no com um amor gigante, maior do que o mundo.
 
Em família, viveram muitas batalhas, muitos desafios em que às vezes só o amor os conseguia ultrapassar. Uns anos mais tarde, foi com os corações cheios de amor que a jovem família recebeu um novo rebento, uma menina de olhos verdes e de personalidade forte.
 
“Temos uma família linda!”, sussurrou a linda mulher no ouvido do seu amado marido. Aquela frase dita com muito orgulho, simbolizava muito para aqueles dois. Era uma conquista do seu amor, uma comunhão de vida que os levara ali àquele momento.
 
A vida fez o seu caminho e quis o destino que a união dos dois se estendesse às suas profissões. Trabalham juntos, numa harmonia perfeita, com os seus altos e baixos, empregando sempre muita paixão em tudo o que fazem. Até aí, o seu amor contagia quem contacta com eles.
 
Esta semana, celebram 40 anos desde aquele dia em que os dois corações se uniram oficialmente. São 40 anos de ligação, uma família construída e ainda muito amor para dar. Naquele momento em que o rapaz franzino convidou a linda menina de olhos azuis para dançar, jamais poderiam pensar que hoje, para além de terem duas pessoas que lhes chamam Pai e Mãe, têm uma criança que lhes chama Avô e Avó.
 
Não me canso de repetir, conheço muitas histórias de amor, mas esta para mim é das mais bonitas! Talvez a segunda mais bonita… :)
 
O Pai
 

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Pai, hoje fico sozinho em casa

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No domingo passado tivemos finalmente algum tempo livre para não fazermos nada. Não tínhamos festas de aniversário, o jogo de futebol tinha sido no sábado, não nos apetecia ir passear. Um dia perfeito para não fazermos nada, contudo tínhamos de ir fazer umas pequenas compras para o almoço.

 
Como é habitual, a nossa hora de acordar é relativamente cedo. Por volta das 9:00 já estávamos todos bem acordados e a preparar-nos para sair, mas nem todos queriam…”Pai, não me apetece sair de casa para ir às compras”. O mais pequeno estava cansado. Têm sido semanas muito exigentes e embora ele seja uma fonte (quase) inesgotável de energia, naquele momento as baterias estavam em baixo.
 

Começamos logo a pensar como iríamos fazer. Vou eu ou vai a Mãe e assim o miúdo não fica sozinho em casa, mas a Mãe é que sabia o que comprar e o Pai era necessário para ajudar a trazer as compras. Tínhamos mesmo de ir os dois, mas e o miúdo?

 
“Vamos pedir a um dos avós para vir para cá”, adiantou a Mãe. Era uma hipótese, mas normalmente os avós gostam de ir dar um passeio e se lhes pedíssemos algo, não hesitariam em adiar tudo e vir estar com o neto.
 
Até que me lembrei de fazer uma experiência. Fui para o quarto, enquanto que a Mãe e o menino estavam na sala e fiz uma chamada de vídeo pelo WhatsApp. “Pai, estás a ligar para a Mãe?”, ouvi uma vozinha do outro lado da casa. “Sim, atende para fazermos uma experiência”, disse eu. Lá estabelecemos a ligação em vídeo e a Mãe percebeu logo a minha experiência.
 
Lembrei-me de quando era bebé, nós tínhamos daqueles aparelhos que detetam os movimentos e alertam os Pais. O nosso não tinha câmara, mas agora é frequente encontrar esses aparelhos que transmitem em vídeo os movimentos do bebé. E porque não fazermos uma vídeo chamada e ficarmos a ver o miúdo?
 
Era uma ideia muito tecnológica para a Mãe. “E se ele faz asneiras, não temos tempo de reagir?”, verdade, mas mesmo se estivermos muito perto é quase impossível de reagir às asneiras. “Vamos lá, só demoramos 1 hora no máximo”. A Mãe cedeu e lá fomos.
 
O miúdo achou aquilo tudo uma grande ideia. Ia estar a ver os Pais nas compras, mas iria continuar sentado no sofá…ou não. Claro que eu e a Mãe lhe passamos os 10 mandamentos para alguém que fica em casa sozinho. “Não ligues se tocarem à porta, não atendas o telefone, não faças asneiras, não saias da sala para te podermos ver…” Disse 10 mas são basicamente estes repetidos umas 3 vezes.
 
A viagem até ao supermercado fez-se sem sobressaltos. A Mãe só dizia “Mexe um braço para eu ver que a ligação ainda está a funcionar” e o miúdo lá mexia o braço! A certa altura, já no supermercado, o mais pequeno saiu do ecrã. Pânico! Começamos a chamá-lo e nada. A Mãe largou o carrinho e já se preparava para vir embora, eu mais calmo (ou talvez não) continuava à espera.
 
“Olá Mãe, olá Pai, cá estou eu outra vez”, o miúdo voltava ao ecrã. Tinha ido à casa de banho.
 
Chegamos a casa e a vídeochamada do WhatsApp marcava 53 minutos de ligação sem interrupções. Tinha corrido tudo bem. O miúdo é tranquilo e seguiu todas as indicações. “Passou rápido”, disse ele. Para nós Pais foi muito mais de 50 minutos, mas a experiência foi interessante e talvez seja para repetir mas sem vídeochamada. As crianças precisam de votos de confiança para sentirem que estão a crescer e a ficar mais responsáveis.
 
Reconheço que talvez sejamos demasiado preocupados. Noutros tempos, a minha Mãe deixava-me sozinho em casa para ir às compras. Sozinho, sozinho não ficava, porque a minha Mãe pedia sempre sempre à vizinha do lado para “pôr os olhinhos”. Esta expressão e a vizinha hoje foram substituídas pela tecnologia!
 
O Pai

Pai, eu não gosto de sushi

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Os gostos pela comida são, normalmente, uma das dores de cabeça dos Pais. Ou porque não gostam de peixe, ou porque não gostam de sopa, ou porque não gostam de legumes, é uma lista infindável de menus que as crianças evitam.

 
Lá em casa somos defensores de uma alimentação variada e saudável q.b. Não deixamos de comer pizza e dar um saltinho ao McDonald’s. Não somos vegetarianos, nem seguimos nenhuma das dietas da moda. Uma coisa é certa, há sempre uma sopa.
 

Acompanhando o crescimento do nosso filho, fomos guardando alguns alimentos para mais tarde. Seguimos tudo o que o pediatra e a nutricionista nos dizia. Papas, leite, muita fruta, bolacha maria, um doce ou outro. Quando começou a acompanhar a nossa refeição, incluímos logo alguns alimentos até aí não aconselhados.

 
Com o passar da idade, é engraçado constatar que já começa a ter alguns gostos particulares: “Pai, gosto muito do arroz de pato na escola”, diz ele ao vermos a ementa para a semana seguinte. Ou então sobra para mim, “Pai, faz aquela tua massa com salsichas”. Mais frequente ainda é pedir à Avó que lhe faça o seu mais do que preferido arroz com ervilhas, acompanhamento que poderia estar presente em todas as refeições, fosse com o que fosse.
 
Outra particularidade que tivemos de ultrapassar foi dar-lhe coelho. Um coelho estufado quem é que não gosta. Claro que o mais pequeno não fugiu à regra, comia sem problemas, até que um dia perguntou à Mãe o que iria jantar. A Mãe respondeu “Vamos jantar coelho estufado”. “O quê?!? Vamos comer coelho?” e não ficou por ali: “O coelho come-se? Aqueles coelhinhos fofinhos”. O nosso espanto foi tão grande como o dele. Sempre tinha comido coelho…sem saber. Aquela refeição foi difícil. Chegamos à conclusão que sempre que comia coelho, o menino achava que estava a comer frango, o que era mais normal de facto. A partir desse dia, o coelho lá em casa é frango disfarçado.
 
Há dias fizemos a experiência que faltava. Encomendamos sushi e não fizemos nada de diferente para a criança. Resolvemos arriscar. Nós próprios, não ficamos fãs de sushi à primeira, fomos aprendendo a gostar e agora já temos as nossas preferências. O menino nunca tinha provado. Dissemos que ia comer sushi e até nos surpreendeu ao dizer “Siiim, quero provar. Alguns dos meus amigos já comeram”.
 
Lá vamos nós, separamos três peças, das mais simples. Comeu a primeira, mas ainda estava a tentar perceber como é que se comia. “Pai, tenho de comer tudo de uma vez?”, pois é difícil por isso lá lhe disse para dar umas trincas. Ainda tentou com os pauzinhos, mas depressa desistiu, voltou à faca e ao garfo.
 
Comeu as 3 peças normalmente. Notávamos algum esforço, mas também um ou outro momento em que se notava que estava a saborear. Nós super atentos para perceber a sua opinião. O primeiro passo estava dado, tinha comido as 3 peças. Lá veio o veredicto “Pai, não gosto de sushi”, assim sem rodeios. Então porquê?
 
As razões eram muito objetivas: primeiro é frio, segundo as peças são muito grandes e desfazem-se e finalmente terceiro ficou com fome, afinal foram só 3 peças. A experiência terminou com uma frase “Pai, o que vamos comer a seguir?”
 
O Pai

Pai, as famílias Pumpkin nomearam o nosso blog

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Foi com surpresa que li o e-mail da Pumpkin dando nota que este espaço que tanto me orgulha chamado O melhor Pai do Mundo foi nomeado pelas famílias como um dos dez melhores blogs.

 

É de facto um motivo de orgulho com o reconhecimento, ainda mais o é quando olho para os restantes 9 blogues. São 9 mães que, assim como eu, partilham o bom e o mau desta nossa missão de ser Pais.

 
Quem me segue sabe que escrevo por paixão, uma paixão pura por tudo o que envolve ser Pai. Escrevo o que o meu instinto me diz, escrevo sobre as experiências que vivo, à minha maneira, sem moralismos ou preocupações se está certo ou errado.
 
Uma referência para o facto de estar acompanhando de Mães nesta nomeação. Os Pais homens têm tanto por dizer, mas é-lhes mais difícil de expressar sentimentos. Acredito nisto! Gosto de ver as diferenças, as preocupações das mulheres, a sua falta de confiança e constante reflexão sobre se são boas mães. E claro, as roupinhas e as festinhas sempre presentes. Faz parte.
 
Novamente, é com enorme satisfação que acompanho a evolução do blog. Passo a passo, a minha mensagem chega a cada vez mais pessoas. Todo o tempo que invisto neste espaço, toda a dedicação, é uma forma de elevar o papel que o meu filho tem na minha vida e claro, não poderia esquecer a Mãe, que por ser tão fantástica, consegue fazer de mim o melhor Pai do Mundo.
 
Resta-me apelar ao voto. De forma modesta e consciente, não tenho expetativa, as Mães são muito boas a partilhar as suas experiências. Eu, o Pai, mostro o outro lado. Por isso, votem no vosso blog preferido aqui.
 
O Pai

Pai, hoje vamos ao estádio ver futebol

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No fim de semana passado fomos ao futebol ver o dérbi da nossa cidade, o Porto. Um Boavista-FC Porto é sempre um jogo bem acalorado, como são os mais intensos dérbis do futebol. Não é hábito irmos ao futebol, mas desta vez aproveitamos os convites que nos ofereceram e lá fomos viver esta aventura.

 
Somos adeptos do FC Porto e por isso fomos vestidos a rigor, com a nossa camisola azul e branca e os nossos cachecóis. Eu sou adepto do FC Porto desde pequenino. É daqueles casos típicos de passagem hereditária de amor pelo clube. O meu avô era adepto fervoroso, chegou a ir a Basileia assistir à final da Taça das Taças com a Juventus, a primeira vez que o clube tinha chegado tão longe. O meu Pai também gosta muito de futebol. Chegamos, os dois, a seguir o FC Porto pelo país. Íamos a quase todos os jogos. Em casa até tínhamos lugar anual no antigo estádio das Antas. Com este legado seria difícil ser de outro clube e o mesmo se passa com o meu filho.
 

O menino nem liga muito aos jogos de futebol, mas adora jogar. Ir ao estádio é diferente, é uma excitação. Vamos pontualmente assistir a uns jogos no estádio do Dragão e sempre que a Seleção vem ao Porto, tentamos não perder esse jogo.

 
Voltando ao dérbi… Como eram convites não sabíamos em que parte do estádio é que iríamos ficar. Não conheço bem o estádio do Bessa, por isso quando me entregaram os bilhetes nem sequer consegui perceber onde iríamos entrar.
 
Fila para revista, fila para a primeira porta, fila para o setor. À nossa volta eram muitos os adeptos do FC Porto, por isso iríamos estar com os nossos, isso era certo. Mesmo na fila, começamos a “sofrer” com os apertos dos adeptos mais apressados. A adrenalina está no máximo e o miúdo começa a ficar nervoso com o ambiente.
 
Lá encontramos a nossa porta. O nosso espanto quando entramos: um enorme pano tapa completamente a visão para o campo. Um pano azul da claque Super Dragões!!! O meu primeiro pensamento “Ficamos no meio da claque!?!?”.
 
Em miúdo já tinha ficado uma ou outra vez no meio claque. Era emocionante mas ao mesmo tempo assustador. Muito barulho, muita intensidade, muito calor humano. Agora, passados uns bons anos e com um filho pela mão, regressava aquele ambiente.
 
Confesso que pensei em ir embora. Infelizmente hoje me dia ir ao futebol tem os seus riscos. O que deveria ser uma festa, acaba uma pilha de nervos em franja. Não senti que estivesse seguro, especialmente com o meu filho ali. Surgiram os fumos e logo antecipei um dos aspetos mais negativos, os petardos. Avisei o meu filho que poderiam surgir foguetes, mas que não seriam perigosos. Ele odeia foguetes e começou a choramingar. Estoura o primeiro e lá desata a chorar. Fogo!!! O jogo ainda nem começou..
 
Entram as equipas e o ambiente está ao rubro. Há fumo em quase toda a parte. O barulho é ensurdecedor. Começa o jogo e parece que tudo acalma. Já não há panos, já não fumos e abre-se o livro dos insultos. São tantos palavrões, tanta violência na linguagem que o miúdo passa o tempo a olhar para mim como que a dizer “Pai, aquele senhor disse uma asneira e aquele também, olha aquele também!!”.
 
Em 15 minutos de jogo, a criança aumentou de forma exponencial o seu vocabulário calão. Não dei grande importância, uma ou outra asneira ficam na memória, mas a maioria passa.
 
O jogo decorre sem grandes problemas. O FC Porto ganha 3-0. Há uma enorme festa e tanto o Pai como o filho estão felizes por mais uma grande vitória do nosso clube. Houve festejos exuberantes, saltos de alegria e o ainda pequeno coração do meu filho sempre a bater de forma acelerada, afinal era uma experiência nova.
 
Como escrevi, houve um momento em que pensei vir embora. Senti perigo, mas senti também que era capaz de passar por aquele ambiente e proteger o meu filho. Foi uma experiência em cheio, que resultou em dezenas de histórias que ainda hoje contamos.
 
O Pai