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O melhor Pai do Mundo

Ser Pai é uma experiência que merece ser partilhada. Este espaço é dedicado a todos os Pais que receberam dos seus filhos o título de "O melhor Pai do Mundo".

Pai, adoro os nossos "Dia do Pijama"

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Nós somos adeptos fervorosos do “Dia do Pijama". Sim, o dia em que ninguém tira o pijama o dia todo. Não temos dias marcados. Acordamos de manhã (ao fim de semana, claro), falamos entre todos e medimos o nosso nível de preguiça.

 
O nivel de preguiça é definido por:
 
1. Depois de abrir as janelas, vemos o tempo que faz lá fora. Se estiver de chuva ou frio, o nível de preguiça é quase máximo.
 
2. Ao domingo, depois de um sábado de agenda cheia, o nível de preguiça é normalmente alto.
 
3. São 8:00 da manhã, cedo para acordar ao fim de semana, fazemos uma proposta à criança lá de casa “Dorme mais uns minutos e hoje fazemos dia do pijama”. Do outro lado ouvimos “Siiiiimmm, eu durmo!”. Lá ganhamos uns 5 minutos.
 
O que é que fazemos num dia do pijama. Muita coisa, mas com muita calma. Preparamos um super pequeno-almoço, daqueles que parecem de hotel. Fazemos as experiências todas, desde panquecas, a bolos de caneca, torradas, sumo de laranja e muita fruta.
 
Nestes dias especiais, normalmente almoçamos mais tarde. Um de nós escolhe um prato favorito e todos colaboramos. Ok, ainda estamos de pijama, lembram-se?
 
Para a tarde, obviamente não poderia faltar algo essencial num dia do pijama: um filme e pipocas. Preparamos tudo como se fosse no cinema. Cada um escolhe o seu lugar e cada um tem o seu recipiente de pipocas. O filme começa… e os Pais já estão a ressonar. Ah pois! Isto de acordar cedo não é nada fácil.
 
Depois de 1 hora e pico de descanso…quer dizer de um belo filme, vamos jogar uma bela partida de Scrabble ou Monopólio. São excelentes formas de nos divertirmos em família e, claro, ainda estamos de pijama vestido.
 
Hora do lanche ajantarado. Pomos a atualidade em dia com as noticias e quase ao mesmo tempo vemos mais um episódio do Rei Juliano. Num dia como este o único que se pode queixar é o nosso sofá da sala. Depois de uma semana mais ou menos tranquila, com poucas horas de uso mais lá para a noite, um dia de pijama é demais para ele.
 
Chega por fim a hora de ir dormir. “Pai, vou vestir o pijama. Ah, ah, ah. Não vou nada porque já estou com ele vestido”. É a parte que sabe melhor. O pijama já está quentinho e bem acomodado ao nosso corpo, claro, esteve vestido o dia todo!!
 

Quem nunca teve um dia do pijama tem de experimentar e repetir sempre que possível. Um dia de pijama é um dia em família em estado puro, no seu ambiente favorito, a nossa casa.

 
Voto para existirem mais dias de pijama, seja em casa, na escola ou no trabalho. Quem se junta a mim neste movimento?
 
O Pai

Pai, eu gosto de desportos radicais

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Já descobriram alguma coisa que os vossos filhos adoram e que vocês Pais não suportam? De certeza que sim. 

 

Eu descobri que o meu filho adora os desportos radicais e eu fico borradinho de medo com qualquer um que seja.

 
Há umas semanas, em mais uma festa de aniversário, fomos convidados para um parque radical. É sem dúvida bem melhor que os normais pavilhões fechados cheios de divertimentos. Brincar ao ar livre faz falta a qualquer criança nos dias que correm.
 
Lá chegamos ao local e todas as crianças reuniram-se à volta do monitor que as iria acompanhar pela festa. Os Pais ficaram ali ao lado a ouvir o menu de desportos radicais. “Vamos fazer escalada, rappel, arborismo e no final um slide”. As crianças gritaram em uníssono “Yeaaaahhhhh”. Os Pais ficaram a olhar uns para os outros. Eu fiquei congelado, à medida que o monitor enunciava as atividade eu pensava para mim “Esta nem pensar, então esta é que não. Slide? Não me viam ali.”
 
Não posso dizer que nunca tentei fazer estas atividades. Sim tentei, pouco mas tentei. Lembro-me uma vez, numa semana de desporto escolar, terem montado em slide entre os pavilhões da escola. Toda a gente foi e eu estive na fila. Quando chegou a minha vez e já com todo o equipamento vestido, o monitor disse para eu saltar…e eu não saltei. Com muita paciência, lá me tentou motivar a fazer o salto: “Vai lá, vais sentir muita adrenalina. Vai ser espetacular!”. Eu congelado só pensava que iria sentir a minha barriga a explodir e ia gritar tanto que ficaria sem voz.
 
Lá me sentei na beira do pavilhão. Tentei convencer-me que iria conseguir…mas não. Levantei-me decidido e pedi para retirar o equipamento. Não consegui, saí dali sem fazer o slide.
 
Ao contrário do Pai (e ainda bem) o mais pequeno cá de casa experimenta tudo e sai sempre com uma cara de satisfação de todos os desafios que enfrenta. “Viste Pai, era mesmo muito alto!”. Ele na maior e eu  com o coração aos saltos.
 
No arborismo passou por vários desafios sem pestanejar. Nós lá em baixo a suster a respiração sempre que ele tinha de mudar o arnês de cabo. “Pai, aquilo é fácil. O monitor explicou tudo muito bem. A segurança é muito importante.”
 
Fico muito satisfeito com esta “evolução da espécie”. Lá por ter um Pai medricas, o filho não tem de ser igual. Gosto da atitude, gosto do discurso “Pai, eu quero experimentar” e nós só temos de dizer “Vai, coragem”.
 
O Pai

 

Pai, Portugal está novamente a arder!

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É inacreditável!

 
Difícil de voltar a falar sobre a calamidade que afeta, novamente, o nosso país. Já esgotei as minhas justificações para explicar ao meu filho aquilo que está a acontecer. Não consigo, mesmo.
 
Começamos cedo a aperceber-nos que não seria um dia muito fácil. Saímos de manhã para dar um passeio e reparamos logo que continuava calor, mas o vento soprava com alguma intensidade. Sentimos um ar abafado e o céu estava cinzento. Quando é assim, a nossa primeira reação é olhar ao nosso redor, especialmente porque, onde moramos, estamos rodeados de serra.
 
Chegados a casa para almoçar e no primeiro contacto com as notícias tivemos a certeza que Portugal estava novamente a arder. Quase que ao mesmo tempo começamos a ouvir a sirene do quartel dos bombeiros a tocar com alguma intensidade. Depressa vamos espreitar por todas as janelas e a olhar para o céu e ver se há fumo.
 
Estamos de alguma forma traumatizados, é verdade. A nossa casa está rodeada de alguma vegetação, alguns terrenos ainda sem construção e isso assusta-nos. Ainda há umas semanas vimos dois terrenos a arder mesmo ali ao lado. Não é por falta de avisos para a Câmara Municipal que os terrenos não são limpos. Com alguma insistência, envio emails para o serviço competente para que avise os proprietários para limpares os seu terrenos. Nada feito. Ano após ano, o cenário mantém-se.
 

A somar a este cenário existe uma espécie, a que não posso chamar de ser humano nem sequer de animal, que insiste em fazer mal aos outros. Estou a falar dos criminosos que ateiam os fogos, que acendem fogueiras para queimar lixo em pleno pico de calor, que deixam lixo em qualquer parte. Para estes imbecis que gostam de ver pessoas a sofrer, deveria estar reservado um lugar bem quente numa cela qualquer.

 
Para além da demência que existe na cabeça destes falhados, acredito que haja mão gananciosa. Negócio por detrás da desgraça? Claro que sim. Madeira mais barata, terrenos desvalorizados, sei lá, nem quero perceber para não ficar mais revoltado.
 
Por fim os bombeiros, a proteção civil, a policia e a população que se agarram à terra, aos seus bens para os tentar salvar. É a lei da sobrevivência numa luta desigual. Não consigo nem sequer imaginar.
 
Como Pai, como escrevi no início, faltam-me argumentos para explicar ao meu filho tamanha desgraça. Confesso que ontem foi mais fácil desviar atenções das notícias, do que expor-lhe a tamanha dúvida e incompreensão. Custa-me ver o nosso país a ser destruído aos bocados. Custa-me sair de casa e ver negro onde já foi verde. Custa-me olhar para o céu e ver fumo. Custa-me viver num mundo ganacioso, onde existem mãos que querem o mal.
 
Venha a chuva para limpar as feridas.
 
O Pai

Pai, este blog é sobre o Pai

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Fico muito satisfeito quando recebo convites para participar em programas de televisão, para eventos ou para dar entrevistas a revistas. Este é um sinal de que a minha mensagem está a chegar a cada vez mais pessoas e que o interesse na perspetiva do Pai sobre a educação dos filhos tem continuado o seu caminho.

 
Nas últimas semanas tive várias solicitações e todas com um pedido em comum: o meu filho teria de aparecer. A conversa começava com “Gostamos muito do seu blog, a sua mensagem é fantástica e de certeza que está a inspirar Pais e Mães, mas quando é que vamos conhecer o seu filho?”
 

Este blog nasceu porque a voz do Pai (em geral) está um pouco esquecida. O Mundo olha para a educação do filhos e vê a Mãe e ao lado o Pai a trabalhar para sustentar a família. Isto é uma imagem do passado, mas que a sociedade teima em manter viva.

 
Por outro lado, quando decidi criar este blog assumi, desde a primeira palavra que publiquei, que a personagem principal seria eu. Sim eu, o Pai.
 
Claro, para haver um Pai tem de haver um filho ou uma filha. Quem lê as minhas histórias encontra o meu filho em todas elas, mas não encontra as suas fotos. Se alguém chega ao meu blog e quer ver que roupa o meu filho veste ou a que restaurante é que fomos ou o que fizemos no fim de semana passado, depressa se apercebe que não é esse o estilo.
 
E sigo quase todos os blogs de família. Adoro ler as suas histórias, inspiro-me em muitos deles. Cada blogger tem o seu estilo, as suas motivações e a sua linha editorial. Mostram o dia-a-dia com as crianças e elas são as personagens principais das suas histórias, muitas vezes ilustradas com as fotos e vídeos.
 
Aqui neste blog, repito, eu sou o personagem principal. Não como modelo para Pais, mas apenas como exemplo do bom e do mau que faço como Pai. Claro que seria mais apelativo, tendo em conta os blogs de família que existem, encher as minhas histórias de fotografias do meu filho e da minha família, mas neste caso as histórias são sobretudo feitas de palavras, de testemunhos escritos.
 
É um estilo diferente, é. Prezo muito a minha privacidade, mas ao mesmo tempo não me importo de contar alguns episódios da minha vida, sobretudo aqueles que possam eventualmente chamar a atenção de Pais e Mães, que os faça pensar, que os faça sentir que não somos únicos e que determinada experiência já foi vivida por outras pessoas.
 
Acabo como comecei, adoro dar a cara pela mensagem que pretendo passar, mas, por favor, deixem de catalogar as coisas, deixem de ter pré-conceitos pelo simples facto de este blog contar histórias de família e por isso terá de literalmente mostrá-la. O meu filho adora o que eu faço com o blog, percebe perfeitamente qual é o seu papel nesta aventura e até já entende porque é que os Pais não o querem expor. Isto para mim é o mais importante.
 
O Pai

Pai, há tanto cocó nos passeios!

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Não aguento mais este flagelo. É quase impossível dar um passo e não encontrar um cocó de cão no passeio. Agora nem conseguimos caminhar de cabeça levantada, porque corremos o risco de levar um presente cheiroso para casa.

 

Falando dos animais e dos seus donos. Até apoio a ideia de as pessoas terem animais em casa, mas com as condições certas. Ter um animal para o manter na varanda lá de casa, fechá-lo no lado de fora e nem se importar que ele ladre a noite toda, por favor, pensem no animal e nas pessoas que vivem perto.

 
Ter um animal dá trabalho, custa dinheiro e exige muito carinho. Nós não temos animais em casa. Já tivemos por várias vezes a ideia de adotar um animal, mas para o ter em casa fechado todo o dia, achamos que não seria uma vida digna.
 
Voltando aos cocós. Ainda hoje, fomos dar um passeio perto de casa. Há espaço, não há muitos carros e por isso vamos todos tranquilos porque a criança está segura sem ter de ir agarrada aos Pais. Puro engano, o miúdo não consegue correr dois metros sem nos avisar que há um cocó no passeio. Vê-se tentado a desviar para a estrada para evitar calcar tamanha porcaria. De certeza que os donos dos animais que deixaram ali estes presentes os viram a fazer as necessidades e não fizeram nada.
 
Há uma tamanha impotência de quem vê o seu espaço completamente minado por estas porcarias. Para chamar a atenção dos donos, tenho de me chatear. Avisar as autoridades? Há problemas mais importantes. Ou seja, temos de viver com isto?
 
Eu gostava de ter tempo para juntar os cocós e entregá-los na porta de cada dono que deixa os seus animais fazer isso e deixam-nos ali a céu aberto. Até há o caso curioso da Câmara Municipal ter colocado pequenos cartazes em jardins públicos a sensibilizar para a recolha dos cocós. O que é que acontece? À volta desses cartazes há mais cocós do que relva!
 
Senhores e senhoras, donos de animais, se prezam pela higiene em vossa casa, junto dos vossos filhos, não poluam os locais por onde andam. Dêem o exemplo para que as próximas gerações não mantenham este legado de m*****.
 
Senhoras e senhores que gostam de animais, dêem-lhes uma vida digna. Se não têm a certeza se poderão cuidar bem dos animais, não os tenham. Se não têm condições para os ter em casa, não os tenham. Expliquem às vossas crianças que os animais não são brinquedos para brincar 5 minutos depois de os receberem e nunca mais olham para eles.
 
Há tantas manifestações de adoração aos animais, mas desconfio que em algumas situações quem as apoia só o faz para parecer bem. Também acredito que quem realmente gosta, faz tudo com paixão. Por favor, tratem bem dos vossos animais e, para quem se distrai, vivam e preservem os locais que os rodeiam.
 
O Pai

Pai, como é ser o irmão mais velho?

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Tinha acabado de fazer 9 anos quando os meus Pais me quiseram dar uma novidade: “Vais ter um irmão”. Lembro-me perfeitamente, foi num sábado, que era um dos raros dias onde estávamos os três reunidos. Os meus Pais nessa altura tinham horários desfasados e durante a semana havia uma espécie de passagem de testemunho (que era eu) entre a minha Mãe, que tinha um horário de entrada no trabalho bem cedo e o meu Pai que trabalhava por turnos e que chegava a casa depois de ter trabalhado de noite.

 

Recebi a notícia num misto de alegria, mais por ver os meus Pais super felizes, e algumas dúvidas, afinal iria ter de dividir o meu espaço, mas acima de tudo a atenção dos meus Pais estaria também ela dividida.

 
Passadas umas semanas, a minha Mãe tinha mais uma novidade para me contar. Estava de brilhozinho nos olhos e irradiava alegria: “Vais ter uma irmã, já sabemos que será uma menina!”. “Uma menina?” questionei eu de uma forma instintiva. Sim, nestas semanas eu já tinha arranjado uma “utilidade” para o irmão, ele iria jogar à bola comigo, mas iria ser sempre o guarda-redes, ele iria jogar subbuteo comigo, mas era eu quem escolhia as equipas e seria também o árbitro. As minhas fichas de aposta iam todos para ter um irmão, um rapaz. Saiu ao lado!
 
Os meses até ao nascimento foram passados de forma tranquila. Eu dava conta que algo estava a mudar ao ver entrar em casa cada vez mais coisas cor de rosa, fossem roupinhas ou até alguns brinquedos que a família ia dando. Claro que, não sendo a nossa casa muito grande, tive de reservar um espaço no meu quarto.
 
Chegou o dia no nascimento! O facto curioso é que era o dia de aniversário do meu Pai, uma grande coincidência sem dúvida. Lembro-me de ter pedido dinheiro à minha avó para ir comprar uma prenda. Nem sabia bem o que comprar, mas lembro-me de ter escolhido um pequeno macaquinho amarelo de peluche com um também pequeno biberão.
 
Quando vi a minha irmã pela primeira vez, senti, logo ali, uma enorme responsabilidade. Eu seria, a par dos meus Pais, a sua maior referência. Não era fácil para um miúdo de quase 10 anos, filho único e muito protegido pelos Pais, ceder espaço de atenção de toda a gente, mas eu sempre vi isto como uma vantagem. Serviu para desviar os holofotes e crescer de forma mais autónoma.
 
Os anos passaram e provavelmente devido à diferença de idades, sempre me senti um pouco como Pai, super protector, tentando sempre dar conselhos e dizer-lhe qual seria o caminho certo. Este sentimento aconteceu sobretudo na fase da adolescência da minha irmã. Se calhar por termos personalidades parecidas, havia aqui ou ali alguns choques, facilmente resolvidos pelo bom senso ou em último caso pela autoridade de irmão mais velho.
 
Hoje, crescidos e adultos somos, mais do que nunca, melhores amigos, confidentes e estamos lado a lado em tudo. Como irmão mais velho, continuo a ficar muito orgulhoso com as suas conquistas, a ser protetor quando é preciso e muito compreensivo quando os miminhos dos Pais vão para o lado da menina da família.
 
Ter um irmão ou uma irmã é, à semelhança dos Pais, ter uma ligação para a vida, convivendo com as diferenças, com as personalidades, defeitos e virtudes de cada um. Tenho a felicidade de ter a minha irmã como melhor amiga, que quase sem se aperceber também me ajudou a ser um melhor Pai.
 
O Pai