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Já li dezenas de teorias sobre deixar ou não deixar os nossos filhos dormirem na nossa cama. Umas defendem que não há problema nenhum, outras dizem que devemos ser intransigentes e habituar desde cedo os mais pequenos a terem o seu espaço para dormir.
Não posso dizer que concorde com uma opinião mais do que outra. O famoso “depende” entra de novo em ação neste tema. Depende da criança sobretudo, mas essencialmente depende da nossa confiança como Pais.
Nos primeiros dias de vida do nosso filho, fazíamos turnos. Um estava a meio-sono e vigiava os movimentos do bebé, o outro descansava ali ao lado na cama. Depois tínhamos também os turnos para lhe dar de comer. As tais 3 em 3 horas eram sagradas e já que o leite era de biberão, dividimos de forma igual.
Nestes primeiros meses (um ou dois) mantivemos o bebé na alcofa junto à nossa cama. Era muito raro colocá-lo no nosso meio. Sentíamos que ele estava mais confortável numa cama mais aconchegada do que ter muito espaço na cama dos Pais. Para além disso, se estivesse no nosso meio, nem eu nem a Mãe iríamos conseguir descansar.
Numa segunda fase, colocamos o bebé num berço mas ainda no nosso quarto. Deixamos os turnos de vigilância, mas mantivemos os do leitinho. Mantivemos os ciclos de 3 ou 4 horas entre biberões, mas o pediatra logo nos disse que o bebé já estava em condições para aguentar mais umas horas e dormir quase toda a noite. Esta indicação foi muito importante para regularizarmos os nossos sonos, que bem precisavam.
Veio finalmente a fase de total independência. Com 1 anos e uns meses deixamos o nosso rebento ocupar o seu próprio espaço para dormir. Mudamos para o seu quarto, mas mantivemos o berço durante…uns meses. Não parava de crescer e tivemos de comprar uma cama a sério.
Lembro-me da primeira noite na cama nova. Construímos um castelo de almofadas, com direito a pista de aterragem e tudo. Ou seja, qualquer que fosse o movimento, o menino iria encontrar uma almofada. Ainda hoje há uma mini muralha de almofadas!
Desde então que o nosso menino dorme sozinho no seu quarto. Claro que, como todos os Pais, ao mínimo ruído estamos em alerta, por mais profundo que seja o nosso sono.
Uma vez por entre outra, vem do outro lado da casa um pedido “Pai, posso ir para a vossa cama”. Normalmente é de manhã bem cedo, sobretudo ao fim de semana. Mas aconteceram vezes que fizemos questão de o ter ali no nosso meio, quando está com tosse ou com o sono muito agitado, preferimos tê-lo ali do que andar sempre a vigiar no quarto ao lado.
Com esta descrição já entendem porque o “depende” se aplica a este tema. Conheço inúmeros casos que foi, ou ainda é, muito difícil que a criança durma no seu próprio quarto. É uma situação que deve ser bem gerida, primeiro porque a criança tem de ganhar a sua independência e depois porque os Pais precisam do seu espaço.
Claro que, quando somos Pais, a nossa prioridade são os nossos filhos, mas não nos podemos esquecer um do outro.
A relação é algo que se tem de tratar, como se fosse de uma planta sensível. Precisa de afeto, de cumplicidade e intimidade, algo que, com um pequeno ser ali no meio, não facilita.
Posto isto, digo: Pais deixem os vossos filhos partilharem a vossa cama, com moderação e com a ideia bem clara de que cada um tem o seu espaço. Atenção que eles são especialistas em conseguirem o que querem, desde os primeiros dias de vida.
O Pai