Pai, eu adoro viajar
Um dos meus objetivos como Pai passa por proporcionar ao meu filho um sem número de experiências que ele possa recordar e que o ajudem a traçar a sua personalidade. No topo da lista está a experiência de viajar.
Para além das férias de verão em que normalmente estacionamos o carro num local quente e cheio de água para nos divertirmos, gosto de reservar uns dias por ano para viajar, de preferência ao estrangeiro.
É uma ideia que até pode parecer assustadora de início, se pensarmos na logística inerente, mas muito compensadora se aproveitarmos ao máximo a experiência.Há vários conselhos que os Pais devem ter em conta antes e durante a viagem:
Porque não começar por sermos turistas cá dentro
Antes de partirmos à aventura no estrangeiro fizemos uns estágios nas duas maiores cidades de Portugal, Porto e Lisboa. Por serem cidades que conhecemos minimamente, é fácil encontrar refúgios para descansar, para fazer uma refeição, etc.
Fazer uma preparação para a viagem de avião
Como descrevi no artigo "Pai, o avião voa muito devagar.", qualquer viagem pode ser uma aventura. No avião particularmente, existem alguns cuidados que devemos precaver. Eu não sabia que para crianças até aos 8 anos se podem levar líquidos, incluindo sopas ou comidas pré-feitas. Isto pode ser diferente consoante o aeroporto, mas vale a pena confirmar antes de partir.
Os autocarros turísticos são uma boa opção
As viagens são normalmente bastante curtas e o tempo, por via disso mesmo, tem de ser bem rentabilizado. Nada melhor que um passeio nos autocarros turísticos que todas as grandes cidades têm ao dispor. Rapidamente ficamos com uma visão alargada das principais atrações e permite-nos depois selecionar quais as que queremos efetivamente visitar ou explorar. Para além deste aspeto, é muito interessante ouvir o áudio guia que para as crianças acaba por ser uma espécie de caça ao tesouro. É muito engraçado vê-los a olhar de um lado para o outro à procura daquilo que a voz está a descrever.
Ter uma ideia de onde almoçar ou jantar
Nestas viagens o planeamento vale muito e descomplica muitos contratempos. É habitual fazermos um plano (flexível q.b.) que aponta os locais onde devemos estar pela hora de almoço e jantar. São várias as aplicações mobile que nos ajudam a escolher, mas nada melhor que uma vista de olhos no menu e uma conversa rápida com alguém do restaurante para assegurar que tem, no mínimo, uma sopa ou algo semelhante ao que as crianças estão habituadas a comer. Se nós adultos aguentamos experiências gastronómicas, com as crianças mais vale não arriscar.
Evitar fazer maratonas a pé, visitas à pressa ou quebrar as rotinas
A azáfama de uma viagem a um local novo eleva os nossos índices de adrenalina e faz com que se queira ver tudo muito depressa. Com crianças não aconselho. Das viagens que já fizemos há uma palavra sempre presente: descontração. Se gostamos de passear a pé, vamos fazê-lo, se gostamos de nos sentar nos parques, vamos fazê-lo, se a criança gosta de dormir uma soneca durante a tarde, não vamos impedir que o faça. Em vez de visitarmos tudo o que há para ver, das duas uma, ou marcamos vários dias (provavelmente o dobro do que faríamos sem crianças) ou planeamos voltar quando possível.
No hotel ter atenção à cama onde as crianças dormem
É frequente pensarmos que no hotel, por serem poucos dias, qualquer coisa serve. Errado! Noites mal dormidas normalmente trazem má disposição e cansaço precoce. Esqueça as camas de viagem, que são duras e pouco utilizadas nos hotéis. Garanta que existe mesmo uma cama e, se a criança for pequena, montem um castelo de cadeiras e almofadas à sua volta para evitar quedas. Descansar bem é um dos requisitos para uma boa viagem.
Passar o mapa para a mão das crianças
Uma das coisas que mais gosto quando sou turista é andar de mapa na mão a descobrir para onde quero ir. É uma espécie de jogo em ambiente real. E se dermos o mapa para as crianças entrarem no jogo? Já testamos e é uma experiência interessante, ao ponto de ser o momento alto da viagem que é sempre recordado.
Contar estórias à volta da história
Quando há palácios ou castelos e monumentos que aparecem nos filmes é fácil inventar estórias para explicar aquilo que ficou escrito na história. É como viver os livros na primeira pessoa. As crianças são imaginativas e viver o mundo real é para elas fascinante.
Levar alguns dos brinquedos favoritos
Reservar um espaço na mala para uns brinquedos é uma boa ideia. À noite o cansaço vai-se apoderar das crianças, mas há sempre tempo para uma brincadeira com os brinquedos favoritos.
Vejam a minha entrevista ao programa Olá Maria do Porto Canal sobre este assunto:
A perspetiva do Pai sobre este tema.Os conselhos e dicas podem ser imensas. Não há nada como experimentar e começar a escrever o seu manual de sobrevivência para viagens com crianças. Para que a experiência seja inesquecível, todos têm de gostar e tirar partido das coisas novas que conhecem.Não me admira que ouça várias vezes "Pai, adoro viajar.".
O Pai