Pai, não quero dar beijos
"Por favor, não peçam beijos aos meus filhos." Foi assim que a jornalista Ana Hanssen iniciou um artigo para o blog Baby Center. O assunto pôs-me a pensar. Um beijo é um ato de intimidade, seja que tipo de beijo for. As crianças são os seres mais sinceros do planeta, são diamantes em bruto que ainda não "descobriram" a conversa da treta ou o socialmente correto. Se assim é, compreendo perfeitamente o comportamento envergonhado que a maioria dos mais pequenos revelam quando estão com alguém que não conhecem ou conhecem pouco. Se o normal até é esconderem-se atrás das pernas do Pai ou da Mãe, porque raio elas quererão dar um beijo?
"Dá um beijinho à senhora.. Vá lá não tenhas vergonha." E insiste-se e insiste-se nos beijos. Confesso que vou aos arames quando presencio a esta cena.
Atenção, não se pode confundir esta relutância com falta de educação. Falta de educação é ignorar as pessoas ou não salvar com um simples "Bom dia". Isto deve ser ensinado e com alguma insistência, porque faz parte do básico da vivência em sociedade.
Há quem vá mais longe e seja mais radical e que defende que a intimidade de um beijo é um primeiro passo para coisas perversas vindas de mentes retorcidas. Há uma distância para tudo e eu concordo com a postura envergonhada e retraída das crianças quando não conhecem quem se apresenta à sua frente. Desde que a boa educação esteja assegurada, tudo o resto é um passo a passo. Sou contra o forçar a situação.
Em sentido contrário ao que defendo com os estranhos, sou um Pai beijó-dependente. Com barba, sem barba, repinicados, sonoros, bombásticos, singelos, com baba e sem baba. Qualquer forma e feitio serve, desde que seja um beijo.
O Pai
Fonte: Porque é que não deve forçar o seu filho a beijar outras pessoas