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O melhor Pai do Mundo

Ser Pai é uma experiência que merece ser partilhada. Este espaço é dedicado a todos os Pais que receberam dos seus filhos o título de "O melhor Pai do Mundo".

Pai, eu quero ir à viagem de finalistas

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Agora que o frenesim das notícias já passou e todos os argumentos foram esgrimidos, importa registar umas notas sobre as viagens de finalistas. Uma coisa ressalta logo à primeira vista: de uma forma inteligente, foi visto um potencial de negócio enorme.

 

Ouvi falar em 500€ por uma semana, isto multiplicado por milhares de adolescentes é de facto um negócio muito interessante, mas de uma enorme responsabilidade. Os jovens querem ter uma experiência de emancipação, uma semana sem os Pais, junto dos amigos e em festa constante.

 
Até aqui tudo bem. Existem reuniões prévias com os Pais a explicar o que irá acontecer, questões logísticas, questões de segurança, tudo para tranquilizar os corações de quem vê a sua criança a voar para fora de casa. Claro, é uma semana, mas é muito tempo.
 
A decisão é muito emocional. Por um lado, há o efeito do grupo, nós não queremos deixar o nosso filho de fora quando os seus amigos vão. Por outro, o prémio de anos de dedicação à Escola. Ainda temos a parte, também emocional, de começarmos a ter consciência que o nosso filho já não é uma criança. Por último, a pressão da adolescência, uma idade em que uma contrariedade tem um peso para a vida. Os Pais não querem ficar marcados como maus da fita.
 
Pois, mas 500€ é muito dinheiro. Pensamos e pensamos, organizamos as nossas contas, tiramos daqui e dali, mas fazemos tudo para conseguir proporcionar aquela semana inesquecível ao nosso filho.
 

 Entreter milhares de jovens na semana que se quer a mais marcante da sua vida tem o que se lhe diga, mas há elementos que são "batota”. 

 
O álcool. Custa-me ver que não há grande esforço para retirar este elemento da festa. “Bar aberto desde as 10 da manhã”, para quê, pergunto eu? Não é possível ter uma experiência inesquecível sem este elemento tão pesado?
 
O largar os miúdos e as miúdas. Percebi que há um acompanhamento próximo de elementos da organização, mas mais numa vertente de “polícias” do que de orientadores. Se estes jovens estão a ter uma primeira experiência longe dos Pais, só com amigos, porque não orientá-los para se divertirem de forma civilizada. Nós Pais sabemos a força que um grupo tem, mas sabemos também que se existir uma voz de comando, as coisas tendem a ser mais organizadas, com menos probabilidade de comportamentos desviantes.
 
O local. Reservar um Hotel que receba 1000 adolescentes em plena efervescência é um desafio, quer para a organização, quer para o Hotel. Mas ninguém dá nada a ninguém, por isso, tanto o Hotel como o organizador têm de ter lucro. “Eles comem muito” dizia um dos responsáveis por um dos Hotéis. 500€ dá para ter qualidade, digo eu. 
 
Os nossos filhos não vivem enjaulados, mas precisam de aprender o conceito de liberdade com responsabilidade para que possam tirar o máximo partido da sua vida futura. O que acontece todos os anos é que não existe uma preparação prévia para este momento. Não existe uma orientação que saiba gerir a excitação natural, porque o objetivo é transportar uma massa de jovens, abaná-los como nunca, rezar para que nada de mal aconteça e trazê-los de volta ao seu canto, perto dos Pais.
 
Pais, deixem os vossos filhos ir à viagem de finalistas, tenham consciência que irão existir excessos, mas assegurem, dentro do possível, que a experiência é bem organizada e com bons princípios. Prefiram programas mais à medida em vez de coisas embaladas que servem para todos.
 
Como disse no início, isto é um negócio, mas atenção que os consumidores são o nosso bem mais precioso.
 
O Pai

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